BDRs de ETFs de renda variável: Gestora americana Global X lista 19 fundos na B3

BDRs de ETFs de renda variável

A gestora norte-americana Global X listou em 18 de abril de 2022 uma série de 19 BDRs de ETFs de renda variável na Bolsa brasileira (B3).

Aqui no Blog do Grana, você terá mais informações sobre essas novidades em aplicações financeiras.

Confira na sequência do texto:

Foto: Divulgação/B3

Público inicial dos BDRs de ETFs da Global X

Os 19 novos BDRs de ETF RV listados na B3 são geridos pela Global X, gestora americana que acaba de chegar ao Brasil e que faz parte do Grupo Mirae Asset.

A companhia é especializada em produtos temáticos e de perspectiva global.

De acordo com informações da gestora Global X, os BDRs de ETFs serão voltados inicialmente para investidores qualificados (acima de R$ 1 milhão em investimentos), mas em breve estarão disponíveis para os investidores em geral.

Os BDRs de ETFs poderão ser negociados nas mais diversas corretoras registradas na B3.

Comentário do CEO da Global X sobre a listagem na B3

“A Global X acredita no potencial do mercado brasileiro, e os investidores brasileiros já estão investindo em ETFs listados nos EUA. Atualmente, não há fornecedor de ETFs no Brasil com nossa amplitude e profundidade e estamos entusiasmados em trazer nossa linha de produtos para esse importante mercado, mas já existem”, afirma Luis Berruga, CEO da Global X.

“Novas empresas que desafiam modelos de negócios tradicionais estão presentes em todos os cantos do mundo. A Global X está posicionada exclusivamente para identificar e analisar essas empresas disruptivas graças à sua equipe de pesquisa líder do setor, à presença global de sua controladora, Mirae Asset, e seu acesso a mais de 250 profissionais de investimento localizados nos principais mercados desenvolvidos e emergentes em todo o mundo”, completou Berruga.

O que são BDRs de ETFs de renda variável

Uma das novidades do mercado são os BDRs de ETFs de renda variável. Mas afinal, o que são, e para que servem?

Vamos por etapas.

Primeiro conceito, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de renda variável são certificados de depósito ou recibos negociados no Brasil com lastro em ações no exterior.

Ou seja, são recibos de ações estrangeiras negociados na Bolsa brasileira (B3).

Segundo conceito, o de Exchange Traded Funds (ETFs), que são fundos de índices de referência ou de mercado negociados em ambiente de bolsa de valores.

Em outras palavras, diferente de cotas de fundos que são adquiridas diretamente de gestoras, os ETFs podem ser adquiridos por meio das plataformas e corretoras que estão conectadas ao sistema da B3.

Portanto, juntando os dois conceitos para simplificar o entendimento, BDRs de ETFs de renda variável são recibos de cotas de fundos de investimento de ações no exterior negociados aqui no Brasil.

Sem necessidade de conta no exterior

Na prática, o investidor não precisa abrir uma conta no exterior para aplicar seus recursos em fundos internacionais ou globais de mercados reconhecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a autarquia do governo responsável por garantir a segurança dos aplicadores.

Segundo informações da B3, um investidor, ao adquirir um BDR de ETF de renda variável, indiretamente passa a deter cotas de um ETF listado e admitido à negociação em outro país, sem que para isso tenha que abrir uma conta em uma corretora estrangeira e “tampouco realizar os trâmites de um investimento internacional”.

Sobre esse último ponto, vale explicar que o investidor local não precisa “fazer o câmbio” para aplicar seus recursos lá fora, ou seja, não há necessidade de converter o real para moedas como o dólar, o euro ou outras divisas monetárias.

Em resumo, o produto é voltado para os aplicadores possam diversificar uma parte de seus recursos no exterior como uma forma de evitar a concentração no “risco Brasil”.

Quais são os BDRs de ETFs listados pela Global X

Segundo as informações da B3, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs (Exchange Traded Funds) facilitam o acesso aos ETFs listados fora do Brasil, habilitando o investimento em diferentes tipos de carteiras, moedas e economias sem a necessidade de abertura de conta fora do país ou negociação com moedas estrangeiras.

Por meio dos 19 novos produtos, é possível investir em mais de 20 setores diferentes do mercado externo que passam a ser acessíveis ao investidor brasileiro por meio da Bolsa do Brasil:

Experiência da Global X em fundos temáticos

A Global X ETFs, gestora de Nova Iorque especializada em fundos de índices (ETFs), acaba de chegar ao Brasil por meio de sua família de ETFs Thematic Growth.

Esses temas disruptivos dessa família de ETFs refletem tendências estruturais de longo prazo em todas as geografias e setores.

A Global X é referência global em investimentos temáticos, com mais de dez anos de experiência e 35 produtos direcionados no espaço nas estratégias de mercado dos EUA.

A gestora possui fundos temáticos dos setores de cibersegurança, energia renovável, fintech e saúde, entre outros.

Com presença nos EUA, na Europa, Ásia e América Latina, a Global X tem um patrimônio líquido de US$ 43 bilhões em ativos sob gestão em 93 ETFs.

Vale lembrar que em 2018, a gestora foi adquirida pela Mirae Asset Global Investments, que tem presença no Brasil desde 2008.

Próximos lançamentos de BDRs de ETFs

Segundo a gestora, além dos produtos lançados em 18 de abril de 2022, as ofertas adicionais de ETF terão como alvo a renda em ações, mineradoras de commodities e o crescimento da classe de consumidores da China.

Os produtos da Global X listados atualmente na B3 vão além das exposições geográficas ou setoriais tradicionais, visando empresas prontas para se beneficiar de mudanças estruturais em tecnologia disruptiva, pessoas e demografia e ambiente físico.

Quais são os riscos de BDRs de ETFs de renda variável

Entre os principais riscos dos BDRs de ETFs de renda variável da Global X estão:

  • risco de volatilidade do câmbio (dólar x real).
  • riscos corporativos de cada uma das ações nas carteiras dos ETFs norte-americanos.
  • risco de volatilidade dos ETFs norte-americanos.
  • riscos de liquidez na negociação dos BDRs de ETFs no Brasil.
  • riscos macroeconômicos globais (ex. aumento ou baixa dos juros nos EUA, crises financeiras globais).
  • riscos tributários dos BDRs de ETFs no Brasil (ex. aumento de impostos no Brasil).
  • riscos regulatórios dos BDRs de ETFs no Brasil (ex. eventuais medidas da CVM que possam impactar esse mercado ou segmento).
  • outros riscos.

Imposto de Renda em BDRs de ETFs de renda variável

O recolhimento do imposto de renda nos BDRs de ETFs de renda variável é semelhante ao de ações de empresas brasileiras, mas sem o limite de isenção de R$ 20 mil em vendas de ações locais por mês.

Os BDRs de ETFs são tributados em 15% sobre o ganho de capital em operações normais (em daytrade, a tributação é de 20%), apurado pela diferença positiva entre os valores de venda e de aquisição da cota.

Ou seja, se o investidor compra num preço menor e vende depois num preço maior, registra lucro pelo ganho de capital. Nesse caso, essa tributação é exatamente como funciona para investimento em ações.

Se o aplicador vende o BDR de ETF e registra o lucro, o recolhimento do IR deve ser feito pelo próprio investidor via DARF até o último dia útil do mês seguinte.

Exigência de Declaração no Imposto de Renda da Pessoa Física

Existe um ditado popular que diz: “Só existem duas certezas na vida, a da morte e a dos impostos”.

No caso brasileiro devemos acrescentar que todo investimento precisa ser informado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).

Portanto, se você é investidor pessoa física, lembre-se que além do pagamento do Imposto de Renda sobre Ganhos de Capital, o investimento em BDRs de ETFs de renda variável deve ser declarado à Receita Federal.

Fontes de conteúdo consultada: B3, Global X e Mirae Asset.

Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.

E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).

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