O que você vai ver neste artigo:
Por Ernani Fagundes*
Bolsa de valores, quanto rende?
Na última semana, quando vi que a inflação acumulada em 12 meses até setembro bateu 10,25%, fiquei pensando em como ganhar mais dinheiro com ações na bolsa de valores.
Não é novidade que os brasileiros estão cada vez mais interessados no rendimento da bolsa de valores hoje.
A forma mais comum é comprando ações por um certo preço, apostando nas suas valorizações para, então, vendê-las futuramente por um preço mais elevado.
Mas existem várias outras estratégias e maneiras de se fazer investimentos para gerar rendimento da bolsa de valores. Contudo, não existe um caminho fácil para obter rendimento do Ibovespa!
Mas é importante estar no caminho certo para se ganhar mais dinheiro com renda variável.
No artigo de 15 de setembro, o Blog do Grana já havia mostrado que somente o investimento em ações havia superado o IPCA.
Mas afinal, quanto rende o investimento em ações?
Nos últimos 12 meses, o principal índice de ações da bolsa de valores (o Ibovespa) avançou 17,31%, sete pontos porcentuais acima do IPCA.
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Quanto a bolsa de valores rende no longo prazo
Um retorno de 17% é um bom rendimento em 12 meses! Mas vale ponderar que existem anos de “vacas gordas” e de “vacas magras” na Bolsa.
Em outras palavras, há anos em que as ações do Ibovespa passam por desvalorização (perdas) principalmente por causa de crises econômicas cíclicas. Em anos melhores ocorre valorização (ganhos).
Para escapar dessa armadilha comparativa, vamos observar uma janela de tempo maior: 10 anos, o que configura o que chamamos de “longo prazo”.
De acordo com dados da B3, nos últimos 10 anos até o final de setembro de 2021, o Ibovespa avançou 112%.
No mesmo período, a inflação acumulada foi de 77%. Portanto, o Ibovespa superou o IPCA em 35 pontos porcentuais em 10 anos.
Nesse período de 10 anos, crises impactaram a Bolsa: a governo Dilma (2015-2016), a do governo Temer (greve dos caminhoneiros/2018 e Joesley Day/2019) e da pandemia de covid (2020).

Quanto a renda fixa entrega de retorno
Da minha experiência de entrevistas com gestores de fundos, lembro que eles consideram que 3 pontos porcentuais acima da inflação é um “bom” rendimento em renda fixa.
Discordo que é bom! Até pode ser um referencial, mas se demora um longo tempo para aumentar o capital acumulado, descontando a inflação.
Retorno da renda fixa em 12 meses
Os economistas estão prevendo uma inflação em torno de 8,6% no final de 2021, segundo a Pesquisa Focus do Banco Central (BC).
Para superar esse patamar com ganho real de 3 pontos porcentuais é preciso encontrar uma aplicação que possa render acima de 12% ao ano.
Quais são as próximas provisões?
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo site da Agência Brasil, considerando a inflação oficial do país, subiu neste ano de 10,15% para um total de 10,18%, sendo essa a 35ª elevação consecutiva da projeção.
Para o próximo ano, a previsão de inflação subiu de 5% para 5,02%. Já para 2023, passou de 3,42% para 3,50%, enquanto em 2024 foi mantida em 3,10%.
Em resumo, para os dois próximos anos, as metas são – respectivamente – 3,5% e 3,25%, com intervalo de tolerância 1,5 ponto percentual.
Vamos ser sinceros: é difícil encontrar essa rentabilidade na renda fixa.
Só em título de vencimento longo, acima de 10 anos. E é tão arriscado quanto renda variável (ações).
Aliás, a renda fixa não tem quase nada de fixa. Ela é variável! Sendo essa uma das principais características do mercado de ações e, logo, do rendimento da bolsa de valores: a volatilidade por diversos fatores.
Pela média da Anbima, calculada no índice IMA-Geral, o retorno nominal na renda fixa ficou em 2,48% em 12 meses.
Ou seja, quem investiu em renda fixa viu seu dinheiro perder valor diante da inflação.
Mesmo quem aplicou em títulos privados, bem mais arriscados, teve perdas nessa comparação.
As debêntures atreladas ao IPCA tiveram um retorno nominal de 9,78% em 12 meses, segundo o IDA-IPCA, abaixo da inflação no mesmo período.

Como obter ganhos maiores na bolsa de valores
Se não estou satisfeito com o retorno na renda fixa, minha opinião também é semelhante sobre investimento passivo em Ibovespa.
Por mais que um fundo indexado ao Ibovespa ou um ETF de Ibovespa possa trazer ganhos reais no longo prazo, a velocidade para aumentar o capital é lenta.
Minha visão sobre o Ibovespa é que esse indicador é um índice amplo, que reúne em torno de 70 papéis.
Na carteira há empresas que estão indo bem e outras em que as perspectivas não são animadoras.
Na prática, quem compra o Ibovespa inteiro via fundo indexado ou ETF, compra uma média do mercado e terá um retorno médio.
O objetivo mínimo para se ganhar mais dinheiro na Bolsa é superar o Ibovespa.
- Conheça a carteira de ações de Rafael Panonko, estrategista-chefe da Toro Investimentos.
- Saiba qual a carteira de ações de José Cataldo, estrategista de análise da Ágora Investimentos.
A decisão de escolher papéis
O ideal é selecionar empresas que possam trazer ganhos maiores no futuro e excluir aquelas que possam trazer perdas.
Essa não é uma tarefa simples!
Gestores experientes erram e mesmo com metodologias reconhecidas pelo mercado não possuem uma solução “toque de Midas” que deixe todo mundo rico.
Fazer escolhas exige dedicação e até saber separar as informações importantes do mercado para a tomada de decisão.
Carteiras recomendadas de ações
Vale seguir carteiras de profissionais de mercado?
É um primeiro passo para quem está começando na Bolsa, mas exige alguns cuidados:
- Quem recomenda, quer vender ações. Não compre “tudo” que te oferecem.
- Pesquise carteiras em diferentes corretoras.
- Leia sempre sobre os riscos dos papéis.
- Pesquise se aquela empresa é sustentável no longo prazo.
- Descubra se o produto ou serviço que ela vende está ultrapassado.
- Verifique se os controladores são transparentes com os minoritários.
- Como está a imagem da companhia? Dá um Google!
Aproveitar crises para comprar na baixa da bolsa de valores
Outra forma de se aumentar os ganhos na Bolsa no longo prazo é aproveitar as crises cíclicas para comprar ações na baixa geral do mercado.
Mas isso exige uma preparação prévia: ter dinheiro livre e certo para essas oportunidades.
Não vale tirar da reserva de emergência e precisar desses recursos na sequência. É prejuízo na certa!
Outra dica, não gaste todo o dinheiro na largada, o “fundo do poço” é sempre mais em baixo.
E claro, utilize uma análise criteriosa para avaliar quais empresas vão sobreviver à crise, e quais vão enfrentar mais dificuldades.
Não adianta comprar barato um papel que vai ficar mais barato ainda. É preciso escolher bem!
(*) Ernani Fagundes é jornalista e editor do Blog do Grana. Em sua carreira foi editor do feed de Investimentos do Broadcast/Agência Estado, editor de Finanças da revista IstoÉ Dinheiro e editor de Economia e Finanças do DCI.
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