BB (BBAS3) e Caixa Seguridade (CXSE3) entraram para a carteira 10SIM do BTG Pactual a partir de 1º de maio de 2025. As ações vão substituir os BDRs de Nubank e Mercado Livre, que foram retirados do portfólio.
Com as alterações, a 10SIM passa a ser formada por: Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Caixa Seguridade (CXSE3), Equatorial (EQTL3), Localiza (RENT3), Copel (CPLE6), Eneva (ENEV3), Cosan (CSAN3) e Cury (CURY3).
Os 10 ativos terão pesos iguais, com uma fatia de 10% cada.
Veja o relatório da equipe de análise do BTG Pactual após a imagem ilustrativa abaixo:
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Menos exportadores, mais setor financeiro; a Localiza está de volta
Estamos reduzindo nossa exposição a exportadores, retirando a Suzano e reduzindo a Petrobras (de 15% para 10%), pois acreditamos que a tensão estrutural entre a China e os EUA permanecerá, com ambas as economias enfrentando a perspectiva de desaceleração.
Também estamos retirando a WEG devido aos fracos resultados, substituindo-a pela Localiza, que se beneficia da forte demanda de aluguel e de um mercado de carros usados um pouco melhor.
BB (BBAS3) e Caixa Seguridade (CXSE3)
Estamos substituindo o NU (+21% somente em abril) pela seguradora Caixa Seguridade, que apresenta resultados previsíveis e fortes dividendos (8% de Dividend yield). Também estamos trazendo o Banco do Brasil de volta para substituir o Mercado Livre (+16% em abril).
Esperamos um primeiro trimestre fraco para o BB, mas acreditamos que seu valuation extremamente descontado oferece um bom suporte – negociado a 4x P/L para 2025 com um dividend yield de 10%. O Itaú completa nossa exposição ao setor financeiro, que aumentou de 20% para 30% este mês.
No lado mais arriscado, estamos adicionando a Cosan, pois a nova equipe de gestão está demonstrando um forte senso de urgência para corrigir o balanço.
Setor de serviços básicos permanece; Cury completa a 10SIM
Estamos mantendo nossa exposição ao setor de serviços básicos em 30%, divididos entre Equatorial, Copel e Eneva. A Cury, construtora de imóveis de baixo custo, completa a 10SIM.
Brasil é um vencedor relativo em um ambiente difícil para todos
O Ibovespa teve outro mês forte, encerrando abril com alta de 3,7% em real (e 4,4% em dólar).
No acumulado do ano, as ações brasileiras subiram 22% em dólares, um desempenho não muito diferente do que estamos vendo em outros mercados latino-americanos – o Chile subiu 25%, a Colômbia 24%, o México 21% – mas muito diferente do S&P500, que caiu 5% no acumulado do ano.
Apesar das implicações negativas que a guerra comercial está tendo sobre o apetite ao risco e sobre as expectativas de crescimento, a América Latina em geral e o Brasil em particular são menos diretamente afetados por ela, o que pode ajudar, pelo menos parcialmente, a explicar o bom desempenho relativo da região este ano.
Há uma série de razões para isso: a região comercializa menos do que grande parte do resto do mundo; foi avaliada com a tarifa base de 10%, a menor globalmente, ou com tarifas zero para produtos no âmbito do acordo USMCA; e para a maioria dos países, os EUA não são mais o principal parceiro comercial (a China é).
O Brasil, em particular, está ainda mais protegido. O país comercializa apenas 32% de seu PIB e faz principalmente com a China. Além disso, algumas das commodities que vende podem até se beneficiar da disputa comercial entre a China e os EUA.
Os mercados emergentes também estão se beneficiando da queda das taxas de juros a longo prazo nos EUA. O yield do tesouro americano em 10 anos caiu 41bps no acumulado do ano (para 4,16%) e as taxas reais em 10 anos caíram 31bps (para 1,92%). A correlação entre o desempenho das ações brasileiras em dólares e as taxas de 10 anos dos EUA é bastante forte.
A rotação do portfólio para fora dos EUA, especialmente para fora das Sete Magníficas (Magnificent 7) também explica grande parte do bom desempenho dos mercados emergentes neste ano.
Fim do ciclo de aperto monetário no Brasil também está ajudando
A essa altura, os participantes do mercado concordam que o fim do ciclo de aperto monetário no Brasil está próximo.
A maioria dos economistas espera que o ciclo de alta da Selic termine em maio, após um aumento adicional de 50bps (para 14,75% ao ano), ou em junho, com um aumento extra de 25bps (para 15% ao ano).
É interessante notar que os contratos DI de janeiro de 2026 estão sendo negociados agora a 14,68%, indicando que os mercados estão precificando um cenário em que as taxas permanecerão estáveis ou cairão um pouco em relação ao pico esperado em maio ou junho.
Acreditamos que a probabilidade do fim do atual ciclo de aperto monetário e a possibilidade de que as taxas comecem a cair em algum momento no início do próximo ano tenham impulsionado parte do forte desempenho das ações brasileiras neste ano.
Os múltiplos são atraentes, mas o excesso de prêmio de risco desapareceu Nos últimos meses, quase unanimemente, os players do mercado compartilharam a opinião de que as ações brasileiras estão baratas.
De fato, mesmo após o forte desempenho deste ano (+12% em real, 22% em dólar), as ações brasileiras, ex-Petrobras&Vale, estão sendo negociadas a 9,3x P/L 12 meses à frente, quase um desvio-padrão abaixo de sua média histórica.
Dito isso, embora os preços da maioria dos ativos no Brasil tenham reagido positivamente à melhora do cenário, as taxas reais de longo prazo no Brasil estão praticamente inalteradas em níveis muito altos.
O Ibovespa subiu 12%, o real se fortaleceu 9% em relação aos EUA e a taxa curto prazo (DI Jan-26) caiu 73bps. Mas a taxa de longo prazo do Brasil (NTN-B 2035) está subindo 11bps no acumulado do ano, para inflação + 7,50%.
Quando analisamos o valuation das ações brasileiras ajustado pelas taxas reais de juros, o prêmio para manter ações caiu para 3%, em linha com sua média histórica e muito abaixo dos prêmios elevados que vimos há alguns meses (cerca de 5%).
Para a recuperação das ações continuar, as taxas reais de longo prazo devem cair
Em outras palavras, e dado que não temos motivos para esperar revisões positivas de lucros tão cedo, o excesso de prêmio de ações foi consumido pela recente alta.
Em nossa opinião, a partir daqui, para que a recuperação continue, precisamos ver a queda das taxas reais de longo prazo. Elas cairiam se o atual governo decidisse implementar medidas estruturais para reduzir o ritmo de expansão da dívida, o que parece altamente improvável.
Eles também podem cair caso os players de mercado prevejam que o próximo governo do país (as eleições presidenciais ocorrerão em outubro de 2026) enfrentará o aumento da dívida do país. Porém, em nossa opinião, é muito cedo para tentar fazer qualquer afirmação confiável sobre as próximas eleições.
A queda das taxas reais de longo prazo nos EUA também pode ajudar
A queda das taxas reais de longo prazo nos EUA pode ajudar a reduzir as taxas de logo prazo no Brasil. Nas últimas semanas, observamos alguma redução nas taxas de longo prazo do Brasil, seguindo um declínio nas taxas nos EUA.
Dito isso, a diferença entre as taxas reais de longo prazo do Brasil e dos EUA vem se ampliando este ano. Ela passou de 3,0% em setembro/23 para 5,5% agora (acima da média histórica), refletindo o aumento do risco político e fiscal.
Embora a queda das taxas reais de longo prazo nos EUA possa ajudar, acreditamos que a maioria da redução das taxas de longo prazo no Brasil precisaria vir de uma melhor percepção do risco político/fiscal.
Conteúdo: BTG Pactual
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Edição visual da página: Ernani Fagundes, jornalista especializado (MBA da B3) em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.
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