Surpresa positiva
Surpresa positiva: medidas de inflação nos EUA ficam abaixo do esperado. Artigo por Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.
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O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos ficou estável (0,0%) em outubro. Já o núcleo do CPI, que desconsidera as variações de alimentos e energia, teve alta de 0,2% no mês passado. Ambos os dados vieram abaixo do esperado pelo mercado, que previa aumento de 0,1% para o índice geral e 0,3% para o núcleo na base mensal.
O índice de habitação continuou em alta no mês passado, compensando a queda da gasolina. O declínio de 5% da gasolina mais do que compensou os aumentos nos itens que compõem o grupo energia, relatou o Bureau of Labor Statistics (BLS).
Na comparação anual, a elevação foi de 3,2% para o CPI e de 4% para o núcleo em outubro.
Outra medida importante de inflação nos EUA também veio menor que o consenso. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ficou negativo em 0,5% no mês passado. Em relação a outubro de 2022, o PPI subiu 1,3%. Os analistas locais estimavam alta de 0,1% na base mensal e 1,9% na comparação ano a ano.
Os resultados trouxeram ânimo ao mercado acionário americano. Jeremy Siegel, autor de “Investindo em Ações no Longo Prazo”, comenta que “uma inflação abaixo das expectativas reduz as taxas de juros e impulsiona os preços dos títulos e das ações. Uma inflação acima das expectativas eleva as taxas de juros e deprime os preços das ações e dos títulos”.
O CPI (consumer price index) é a principal mensuração de inflação ao consumidor americano. São considerados os preços de diversos produtos e serviços. Aluguel, serviços médicos e transportes, compõem mais da metade do peso do índice de preços.
O PPI (producer price index) mensura a variação de preços de bens e serviços no atacado, ou seja, os preços da produção em estágio anterior à venda dos produtos aos consumidores.
Nas duas medidas são divulgadas a inflação geral e o núcleo da inflação (core inflation). O núcleo ou a taxa básica exclui alimentos e energia, pois são componentes mais voláteis. Os preços dos alimentos podem ser afetados por questões climáticas e as cotações do petróleo e do gás natural podem ser influenciadas por interrupções temporárias na oferta, problemas geopolíticos e negociações especulativas. Os investidores avaliam os núcleos dos índices para obterem as tendências de inflação mais persistentes e de longo prazo, uma vez que retiram os impactos de fatores temporários.
Os últimos dados inflacionários nos EUA mostram uma maior estabilidade do nível dos preços. Sendo assim, os ativos de risco já precificam essa melhora nas cotações dos ativos. Esse fato ocorre, principalmente, pela antecipação da redução de juros na maior economia do planeta. Grandes instituições financeiras do país apontam para o início do ciclo de queda na taxa de desconto pela autoridade monetária americana em meados do próximo ano. Como o futuro é incerto, as projeções podem ser alteradas ao longo do tempo.
A queda da taxa de juros é vista como positiva pelos investidores da renda variável. Portanto, os índices de preços possuem alta relevância por ditarem a intensidade do ciclo de cortes dos juros e costumam aumentar a volatilidade das ações e dos índices no momento das suas divulgações.
Autor: Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.
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