Estratégia para novembro de 2023
Estratégia para novembro de 2023. Leia abaixo o relatório Estratégia Mensal da Ágora Investimentos, encaminhado ao Blog do aplicativo Grana (IA & IR):
O texto é assinado em conjunto por: Dalton Gardiman (economista chefe), Maria Clara Negrão (economia), José Francisco Cataldo Ferreira (superintendente de research) e os analistas Ricardo França, Flávia Meireles, Wellington Lourenço, Renato Chanes, José Rosalen, Larissa Monte, Maurício Camargo, Ernani Teixeira Júnior e Henrique Colla.
“Além das preocupações já conhecidas, a eclosão de uma nova Guerra, desta vez no Oriente Médio, adicionou componentes de riscos, trazendo ainda mais volatilidade aos preços dos ativos.
Nos Estados Unidos, a continuidade da escalada nos juros de longo prazo, com o T-Note de 10 anos chegando a ultrapassar 5% em determinados períodos do mês, deixou os investidores mais receosos sobre os impactos de curto e médio prazo na atividade, tornando cada vez mais evidente uma provável recessão na maior economia do mundo em algum momento de 2024. Além disso, o nível extremamente forte da atividade no curto prazo – evidenciado pela leitura do PIB do 3T23, com crescimento de 4,9% – torna o desafio ainda maior.
No Brasil, após um período de poucas novidades na pauta do Congresso, os últimos dias foram de avanço em algumas votações. A Câmara aprovou, no final do mês, o projeto de lei de tributação dos investimentos offshore e fundos exclusivos, retomando a agenda que visa o aumento da arrecadação. Embora positivo, seguimos cautelosos nesta frente e acreditamos serem baixas as chances de serem aprovadas medidas o suficiente para cumprir a meta de déficit zero no ano fiscal de 2024 e que, portanto, o risco fiscal permanecerá elevado.
Nas demais frentes, acompanhamos uma desaceleração em curso na atividade econômica, sobretudo nos setores mais sensíveis à política monetária restritiva, evidenciado pela piora no setor de serviços e os dados fracos de varejo e indústria, enquanto, do lado da inflação, o quadro ainda parece benigno, embora a volatilidade recente do petróleo seja um risco a ser monitorado.
No balanço entre os cenários doméstico e externo, o pêndulo nos parece mais inclinado aos riscos globais. Em nossa visão, o ambiente externo seguirá se sobrepondo aos fatores locais na formação dos preços.
Acreditamos que, enquanto não houver alguma estabilização na volatilidade dos juros americanos, provavelmente teremos um ambiente conturbado para a precificação dos ativos de risco. Embora impossível de serem previstos, o ambiente global cria um cenário mais propício a “acidentes de percurso”.
Ao mesmo tempo em que o ambiente descrito acima sugere menor exposição ao risco, não devemos ignorar o valuation muito descontado dos ativos locais. Ao analisar o gráfico abaixo, observamos que o índice Preço/Lucro do Ibovespa está em 7,3x, bem abaixo da média dos últimos 10 anos e similar aos múltiplos negociados na grande crise financeira de 2008.
Em bolsa, gostamos das histórias assimétricas e com direcionadores próprios, sejam eles melhoria nos resultados esperados, Fusões e/ou Aquisições (M&A), maior previsibilidade nas receitas (setor elétrico, por exemplo) e distribuição de dividendos.
Vale lembrar que estamos no início da temporada de resultados corporativos do 3º trimestre, um período importante para avaliar a performance das empresas. Além do ambiente econômico incerto, o assunto da Reforma Tributária volta agora ao radar após apresentação do parecer do texto no Senado.
Reconhecemos os ganhos de produtividade que poderão ser originados a longo prazo a partir da Reforma, mas ainda há baixa visibilidade sobre os impactos nos diferentes setores, o que reforça a importância da seletividade e diversificação na escolha dos ativos”, descreve o relatório Estratégia Mensal da Ágora Investimentos.
(*) Fonte de conteúdo: Equipe de Research da Ágora Investimentos

O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
