O que você vai ver neste artigo:
Carteira Ágora para novembro de 2023
A Carteira Ágora para novembro de 2023 realizou duas mudanças na composição do portfólio.
A equipe de research retirou as ações PNB da Eletrobras (ELET6) e as ações PN da Itaúsa (ITSA4) e incluiu as ações ON da WEG(WEGE3) e as ações PN do Itaú (ITUB4). Com a mudança proposta, o Beta (medida de risco) da carteira passou de 1,26 para 1,06 reduzindo a volatilidade da carteira.
Carrefour Brasil (CRFB3)
O Carrefour Brasil é o maior grupo de varejo alimentar do país, atuando em diversos formatos para atender a diferentes segmentos, através das bandeiras Atacadão, Sam’s Club, Express, entre outras, além das operações de e-commerce. Em nosso cenário base, continuamos vendo o Carrefour Brasil na liderança do setor de varejo de alimentos no longo prazo, dada a força da bandeira Atacadão (atacarejo), a maior marca de supermercado do país, e os formatos de lojas complementares, com clubes de compras, lojas de conveniência, e-commerce e hipermercados.
Os desafios de curto prazo da integração do Grupo Big estão chegando ao fim e vemos ventos favoráveis em 2024 em relação à concorrência, cenário econômico e dinâmica do setor que devem levar a um crescimento sólido dos lucros nos próximos anos.
Além disso, a liquidez das ações CRFB3 deve melhorar substancialmente após a saída total da Advent/Walmart, com free float chegando a 30%, de cerca de 25% atualmente.
Copel (CPLE6)
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é uma empresa integrada, ou seja, atua nos quatro subsegmentos do setor de energia elétrica: geração, transmissão, distribuição e comercialização. A empresa possui 62 usinas próprias (sendo 18 hidrelétricas, 1 térmica e 43 eólicas) e participação em outros 14 empreendimentos de geração de energia (1 térmica, 8 hidrelétricas, 4 parques eólicos e 1 solar).
Em agosto, a Copel concluiu o processo de transformação da companhia em uma corporação, sem acionista controlador, diante da liquidação financeira de oferta basesecundária de ações do Estado do Paraná e da oferta primária de novas ações. O governo paranaense reduziu participação das ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32%.
Uma vez privatizada, reforçamos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 12,50 para 2024 a partir das seguintes premissas: um corte nas despesas operacionais de, aproximadamente, 17%, que pode parecer conservador, mas reflete um bom trabalho em relação à redução de custos já realizado pela gestão; uma queda no custo de capital de nossa taxa de desconto real de 11%, para 8,5%; e a prorrogação das concessões das usinas hidrelétricas Foz de Areia (que vencem em 2024), Segredo e Salto Caxias (com vencimento em 2032 e 2033). Além disso, considerando o preço atual, CPLE6 negocia a uma atraente TIR real de aproximadamente 12%.
EcoRodovias (ECOR3)
A EcoRodovias é uma das principais companhias de infraestrutura do Brasil, com operação em 11 concessões rodoviárias, totalizando mais de 4.700 km, e um ativo portuário, e atuaçãoem oito estados do país. A empresa adicionou 3 novas concessões de rodovias desde 2021 e vem surpreendendo positivamente o mercado ao apresentar desempenho de tráfego e eficiência de custos melhores que o esperado.
Acreditamos que a redução significativa do risco, combinada com o forte desempenho operacional da empresa, deve desencadear uma reavaliação do preço das ações. Nossa recomendação é baseada: na ação estar sendo negociada a uma atraente TIR alavancada superior a 13%; na EcoRodovias continuar expandindo seu portfólio com retornos que agreguem valor; nos preços mais baixos de commodities reduzindo o risco de investimentos elevados; e na empresa se beneficiando da queda das taxas de juros.
Itaú (ITUB4)
Recentemente, elevamos a recomendação das ações do Itaú para Compra de Neutra, já que os principais aspectos negativos parecem estar precificados, enquanto, em nossa opinião, o banco poderia continuar a apresentar forte crescimento de lucros e ROE acima da média setorial.
Além disso, o Itaú tem um balanço forte, com um elevado índice de cobertura e base de capital, o que poderia apoiar um crescimento mais forte dos empréstimos e/ou uma distribuição de dividendos mais elevada.
De fato, para o 3T23, estimamos que o lucro líquido se expanda ligeiramente, impulsionado pelo forte resultado com clientes, enquanto vemos riscos negativos para nossa estimativa para a Tesouraria.
Por fim, notamos que as ações parecem estar negociando com uma margem de segurança significativa, e oferecem os melhores riscos-retornos dentro da nossa cobertura de bancos.
JBS
A JBS é o maior produtor global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo, possui 300 plantas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países. No entanto, devido à ciclicidade da sua principal linha de negócios, a empresa passou por meses operacionais relativamente difíceis, apresentando no 1T23 a margem de lucro mais baixa em uma década.
Dado este cenário, entendemos que a partir daqui o espaço para melhorias é significativo, e o mercado parece ainda não ter precificado uma provável recuperação das margens que deve se concretizar até 2025.
Vemos a ação sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA (esperado para 2024 e 2025) abaixo da média histórica, apoiando assim a visão positiva para o valuation, e esperamos que as margens continuem melhorando sequencialmente nos próximos trimestres devido a menores custos de grãos, uma redução dos abates (redução da oferta de carne) nos EUA em 2024 e ganhos de eficiência.
Além disso, a empresa anunciou recentemente a proposta de listagem dupla nos EUA e no Brasil -se confirmado, o movimento poderá ajudar a reduzir o atual desconto superior a 30% no EV/EBITDA 2024 para a concorrente norte-americana Tyson Foods -em nossa estimativa, para cada redução de 5 pontos percentuais, o preço das ações pode subir significativos 25%.
Acreditamos que a convocação da assembleia geral da JBS para tratar sobre este tema já seria interpretada como um sinal positivo para o preço das ações, pois mostraria que a empresa quer avançar nesse processo.
Natura & Co (NTCO3)
A Natura & Co Holding SA é uma multinacional de cosméticos, higiene e beleza, com operações globais sob as marcas Natura, Avon e The Body Shop. Estamos mais construtivos com a tese de Natura&Co, uma vez que a estratégia da Companhia tem sido consistente desde que Fabio Barbosa se tornou CEO global, há um ano: reduzindo as estruturas da holding e simplificando seu modelo de negócios.
Em nossa opinião, o lado positivo da tese está nas operações da América Latina, integrando as duas maiores marcas de cosméticosdo continente (Avon e Natura), coletando sinergias e entregando eficiências.
Em uma teleconferência realizada em meados de agosto, a companhia forneceu detalhes da segunda onda de integração Natura-Avon, e embora os custos de implementação sejam relativamente altos e uma de nossas principais preocupações, a recente sinalização de estudo de uma venda potencial da The Body Shop (TBS) poderia compensar esse efeito.
Além disso, entendemos que a principal força da Natura&Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina.
Em contraste, a The Body Shop (TBS) é um caso muito diferente, pois tem uma maior participação nas receitas das lojas e teve maior exposição a mercados desenvolvidos (MD).
Assim, em nossa visão, a venda da TBS poderia agregar valor para a Natura&Co dado que: pode reduzir as complexidades e os custos da estrutura corporativa; aumentar as margens/retornos globais; e melhorar ainda mais a sua estrutura de capital através do dinheiro a ser recebido de um acordo.
Prio (PRIO3)
A Prio é um player puro de exploração & produção de petróleo, e o modelo de negócios da empresa está focado na aquisição de ativos maduros para gerar valor por meio de movimentos estratégicos. No início do 2º semestre, a companhia anunciou o início da operação do poço ODP5, com uma produção inicial estabilizada de 8.000 bpd (barris por dia).
Com isso, a Prio ultrapassou a marca de produção de 100.000 bpd. Antes do início da campanha de revitalização do campode Frade, esperávamos que a PRIO produzisse cerca de 30 mil barris por dia nesta operação em 2023, e agora a produção já está na marca de 60 mil, demonstrando a forte execução e capacidade de geração de valor da empresa em campos maduros.
Destacamos também que o sentimento do mercado em relação ao petróleo melhorou com base nas recentes restrições de oferta da OPEP+ e, mais recentemente, com a Guerra no Oriente Médio. Como resultado, os preços do petróleo poderiam seguir negociando acima do nosso cenário base de US$ 80 pelo resto do ano.
Apesar do forte rali dos últimos meses, que levou a ação a novas máximas históricas, observamos também uma vasta revisão para cima em seus fundamentos, de forma que ainda vemos PRIO3 negociando a um múltiplo EV/EBITDA atrativo para 2024.
Sabesp (SBSP3)
A Sabesp é uma sociedade anônima de economia mista fundada em 1973 e atualmente é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 375 municípios do Estado de São Paulo.
A principal tese que pode levar a uma valorização das ações no médio prazo passa por um eventual processo de privatização, considerando possíveis ganhos de eficiência e melhores números financeiros.
Neste sentido, em outubro, o governo do estado de SP encaminhou ao Legislativo estadual (ALESP) o projeto de lei propondo a privatização da Sabesp. O projeto de lei foi enviado com status de “urgência”, o que, se aceito pelo Legislativo, aceleraria o debate.
Seguimos com a recomendação de Compra, uma vez que a relação risco/retorno parece muito atraente.
As ações da Sabesp negociam, atualmente, em cerca de 0,8x o múltiplo EV/RAB, sendo que como empresa privada, poderia negociar a cerca de 1,2x. Em outras palavras, pouco do potencial da privatização está precificado.
Vale (VALE3)
Apesar de todas as incertezas vindas da economia global, em especial com os rumos da atividade na China, a verdade é que os preços do minério de ferro estão novamente em US$ 120 por tonelada, sinalizando que a dinâmica do mercado físico é realmente saudável. Em função desse cenário, o EBITDA da Vale (US$ 4,5 bilhões) subiu 8% no trimestre, beneficiado por maiores volumes de minério de ferro, preços mais altos e, principalmente, custos C1 mais baixos.
De fato, esse desempenho do custo foi o principal destaque positivo (em US$ 21,90/tonelada, lembrando que o guidance para o ano é de US$ 21,50 a 22,50).
Os principais fatores para a redução trimestral foram: custos de sobre estadia; diluição de custos fixos devido a maiores volumes; e iniciativas de eficiência.
Assim, considerando que, em termos de valuation, as ações são negociadas com múltiplo EV/EBITDA para 2024 muito descontado em relação aos seus pares globais (em torno de 25%), juntamente ao anúncio dos dividendos (R$ 2,331661567 por ação, sendo R$ 1,565890809 por ação como dividendos e R$ 0,765770758 por ação como juros sobre o capital próprio), vemos alguma proteção para o desempenho das ações no curto prazo, enquanto a empresa entra em um período de sazonalidade positiva para os volumes exportados de minério de ferro, justificando a permanência do ativo em carteira neste momento
Weg (WEGE3)
A Weg é uma empresa multinacional brasileira, fundada em 1961, com sede na cidade de Jaraguá do Sul, no estado de Santa Catarina. A empresa é uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo, atuando nas áreas de comando e proteção, variação de velocidade, automação de processos industriais, geração e distribuição de energia e tintas e vernizes industriais, entre outros produtos.
Em termos operacionais, nos últimos trimestres, a WEG vem se beneficiando da desaceleração dos preços das matérias-primas, principalmente aço e cobre, aliada a um melhor mix e forte cenário de preços. No 3T23, porém, a margem EBITDA caiu 0,90 pp, para 21,5% -e, embora ainda seja uma margem muito forte (1,7pp superior em termos anuais), a queda trimestral pode ser um sinal de que as margens estão se normalizando lentamente.
De qualquer forma, após a recente queda das ações, vemos o papel negociando em linha com a sua média histórica (de múltiplo EV/EBITDA), o que parece descontado, à luz das margens mais fortes do que o normal.
(*) Fonte de conteúdo: Equipe de Research da Ágora Investimentos

O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
