Suzano aumentou preço da celulose
Suzano aumentou preço da celulose na Ásia. Na quarta-feira (18/10), a Suzano (SUZB3) – maior produtora de celulose do mundo – anunciou novos aumentos para os embarques futuros no mês de novembro de seu principal produto, a celulose branqueada. Este será o sexto mês de alta seguido para os preços desta commodity que a empresa vende majoritariamente para a China.
Conforme observou relatório da casa de análise Levante, a elevação dos preços para a Ásia é de 50 dólares por tonelada, enquanto os preços para a Europa serão aumentados em 80 dólares para a mesma quantidade. O motivo pelo qual a Suzano tem conseguido colocar aumentos sequenciais de preços é um crescimento na demanda de 22% neste ano na China, que vem ocorrendo a partir do segundo trimestre de 2023 – após um primeiro trimestre fraco, em que os preços tiveram uma queda acentuada e chegaram ser negociados a 480 dólares por tonelada.
O patamar depreciado de preços faz com que os produtores menos eficientes, situados principalmente na Europa, tenham prejuízos em suas operações e com isso reduzam a produção. A menor oferta do produto em conjunto com o aumento da demanda chinesa deixou o mercado de celulose bastante apertado e com isso estamos observando aumentos de preços sequenciais. As revendas chinesas já estão negociando o produto a 675 dólares a tonelada, o que abriu espaço para a Suzano realizar esta nova rodada de aumento em seus preços de venda.
A Suzano, além de ser a maior produtora do produto, também é a mais eficiente e carrega o menor custo de produção entre os participantes do mercado. O custo caixa de produção da Suzano gira por volta de 300 dólares a tonelada, o que permite que a companhia seja rentável mesmo em momentos de estresse do mercado.
As estimativas para que a relação entre oferta e demanda da celulose esteja em ponto de equilíbrio supõem um preço de 600 dólares a tonelada. Isto permite para a Suzano um ganho aproximado de 300 dólares por tonelada em um ponto intermediário do ciclo.
Como a empresa atualmente produz 10,5 milhões de toneladas por ano, a companhia tem uma geração de caixa operacional estimada em R$16 bilhões por ano, no entanto este não é o único produto da companhia, cerca de 20% do seu faturamento é oriundo de produtos de maior valor agregado, como papel e papelão. Dessa maneira a Suzano tem EBITDA de R$20 bilhões por ano.
Além disso, a companhia está construindo uma nova planta no estado do Mato Grosso do Sul, o projeto Cerrado que ampliará a sua capacidade de produção em mais 2,5 milhões de toneladas ao ano, com potencial para elevar o EBITDA da empresa para R$24 bilhões.
O projeto Cerrado deve ser entregue no mês de julho de 2024. Neste sentido, a empresa atualmente está negociando a uma relação de EV/EBITDA de 6,1 vezes para os próximos doze meses.
Com a reabertura da economia chinesa em curso e o governo do país enfrentando dificuldades para entregar o crescimento do PIB esperado de 5% para 2023, muito por conta da desaceleração no setor de construção civil do país, que representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto, as autoridades estão buscando alternativas para incentivar a economia, e com isso estamos observando um aumento de importações da China de uma série de commodities como petróleo, minério de ferro e a própria celulose.
Os programas para dar maior tração à economia da China estão voltados neste momento ao aumento de produção da indústria e também no setor de infraestrutura, enquanto o país ainda não conseguiu executar a transição para uma economia mais voltada para o setor de serviços. Dessa maneira, estamos observando empresas como Vale e Suzano terem seus produtos comercializados a preços atrativos, deixando estas empresas líderes setoriais a nível global com uma forte geração de caixa.
Ao mesmo tempo, a Suzano continua avançando na construção do projeto Cerrado, e o que é melhor sem a necessidade de aumentar seu endividamento. A companhia conta com vantagens competitivas frente aos concorrentes por conta da geografia e do clima no Brasil que permite a produção da celulose de eucalipto em sete anos, tempo muito menor do que em outras localidades do planeta.
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(*) Fontes de conteúdo: CVM, B3 e casa de análise Levante.

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