IBGC debate uso de inteligência artificial nas empresas

IBGC debate inteligência artificial nas empresas

O IBGC debate o uso de inteligência artificial nas empresas no 24º Congresso realizado em São Paulo.

Entre os principais painéis sobre o assunto, a presidente da Microsoft Brasil, Tânia Consentino, abordará a partir das 17h40 em 18 de outubro, os impactos da inteligência artificial nos negócios de hoje e do futuro. A Microsoft possui uma solução de inteligência artificial, a Azure OpenAI Service, voltada para canais de atendimento de empresas. A novidade é utilizada por diversas companhias ao redor do mundo, sendo que no Brasil, um dos cases é a PicPay, cuja solução é capaz de responder questões como quanto rende o dinheiro nos cofrinhos da PicPay e dar instruções para pedir um cartão de crédito.

Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, observou, em sua palestra, que os membros do conselho de administração não precisam transformar-se em especialistas em IA, mas devem conhecer novas tecnologias e seus potenciais riscos, como a segurança cibernética e de segurança de dados e capital. “Se o Brasil adotar a IA em sua capacidade máxima, o impacto pode ser um aumento de 4% do PIB nacional. Temos de trabalhar e criar um ambiente de tecnologia para abrir espaço à inovação nas empresas”, afirmou.

Em painel sobre IA, Eduardo Ibrahim, especialista no tema da Singularity e CEO da Exonomicsl, frisou: “Todos os dias temos sinais de que o mundo está mudando para uma economia com base
em tecnologias que todos podem usar, como o chatGPT”, disse.

Governança em rede: conectando stakeholders

No atual Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o tema central é “Governança em rede: conectando stakeholders”.

“O tema do nosso congresso reafirma que a governança corporativa tem papel fundamental no mundo atual não só para organizações, mas para toda a sociedade, com a teia que envolve mais de uma peça-chave, como afirmou o filósofo Edward Freeman, criador da teoria de stakeholders, em 1984. (Temos no Congresso) uma pluralidade de especialistas nacionais e internacionais que vivem a governança em seu dia a dia e buscam significá-la como combustível da longevidade das empresas”, disse Pedro Melo, diretor-geral do IBGC.

O evento abordou a necessidade dos agentes de governança ampliarem o olhar para todo o sistema. Ainda no Congresso, foi lançado uma nova edição atualizada do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa.

“Tivemos o lançamento da 6ª edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, documento que destaca a ética e o propósito como fundamentos da governança para todos os stakeholders de uma organização. Nesta 24º Congresso buscaremos, acima de tudo, nos provocar para uma visão mais horizontal e macro sobre o assunto, a fim de ajudar a pensar e construir o futuro que queremos”, afirmou Pedro Melo.

Abertura do Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em São Paulo. Crédito da foto: Hara Fotógrafo/Divulgação IBGC

Cerca de mil pessoas participaram, presencialmente e on-line, do 24º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), realizado em 17 e 18 de outubro, no WTC Events, em São Paulo. “Governança em rede: Conectando stakeholders” foi o tema central, com o propósito de evidenciar como se torna cada vez mais determinante para as empresas planejarem suas estratégias e ações levando em conta todos os públicos com os quais interagem.

Foram mais de 90 palestrantes, distribuídos em mais de 30 painéis, com cerca de mil horas de conteúdo e conhecimento compartilhados, informou Gabriela Baumgart, presidente do Conselho de Administração do IBGC, na sessão de encerramento. “Tivemos aqui empreendedores que estão pensando nas pessoas e em uma nova forma de conduzir as empresas. Vimos a importância da felicidade para o engajamento de toda a sociedade”, frisou, destacando ter ficado claro “o papel dos líderes empresariais para inspirar o ambiente de negócios”.

Gabriela também revelou, em primeira mão, a realização, em 5 de março de 2024, do 1º Fórum Nacional de Empresas Familiares, promovido pelo IBGC. Trata-se de evento pioneiro e importante para o avanço e engajamento dessas organizações, seus gestores e conselheiros.

Pedro Melo, diretor-geral do IBGC, agradeceu aos organizadores, patrocinadores e fornecedores do congresso, bem como à equipe de colaboradores da entidade. Enfatizou, também, a importância dos associados atuais e futuros do IBGC, “que fazem parte de uma rede extremamente poderosa, que conduz o propósito da governança corporativa, visando a uma sociedade melhor”.

Na abertura do evento, na manhã de 17 de outubro, o Hino Nacional foi interpretado, com voz e Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) por Sara Bentes, cantora, compositora, atriz e escritora, e o musicista e multi-instrumentista Luan Richard nos teclados, ambos com deficiência visual. Como mestre de cerimônia atuou Carolina Ignarra, que é cadeirante. A programação foi totalmente inclusiva e diversa, com muita acessibilidade e versão em Libras. As sessões de Masterclass e Breakout foram simultâneas no palco. As pessoas, por meio de distintas frequências de rádio, puderam sintonizar a palestra que gostariam de ouvir.

 A palestra de abertura do evento foi proferida, de modo virtual, por Edward Freeman, professor emérito de administração de empresas da Darden School of Business, dos Estados Unidos, criador da teoria dos stakeholders. “Não podemos tornar o mundo melhor e resolver questões globais como fome e aquecimento da Terra sem a participação das empresas. Os negócios fazem parte disso”, frisou, recomendando quatro ações no âmbito desses objetivos: propósito e lucro; contemplar os interesses de todos os stakeholders e não apenas dos shareholders; inserir os negócios nos interesses da sociedade; e enxergar os seres humanos como humanos e não como agentes econômicos.

Alterações da lei societária

Na tarde do primeiro dia, dentro da programação das Breakout Sessions, ocorreu debate sobre o Projeto de Lei 2.925/2023, apresentado pelo governo, que trata de temas relacionados aos litígios societários. João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), elogiou o trabalho do Ministério da Fazenda na condução do processo de formulação da proposta. “O texto merece melhorias, mas é ousado e mexe em aspectos muito sensíveis da legislação societária aplicada ao mercado de capitais”, observou.

Otavio Yazbek, sócio do Yazbek Advogados, destacou que o Brasil tem número baixo de litigância no mercado de capitais em comparação com outras nações, como os Estados Unidos. “Precisamos ter litígios privados mais desenvolvidos no País. O projeto estabelece isso, ao prever ações coletivas que podem ser propostas por acionistas contra administradores, contra a companhia ou contra as instituições financeiras que participaram da oferta”. Pedro Rudge, sócio-fundador da Leblon Equities, também considera o projeto de lei positivo, frisando: “Eram claros o desequilíbrio e a falta de proteção para os investidores minoritários”.

ESG e os stakeholders

No painel “ESG e a relação com os stakeholders na estratégia do negócio”, foi a vez de falar da cadeia de valor integral da Dengo Chocolates. Fernando Bonfim, produtor de cacau na Bahia, relatou como organizou o grupo de pequenos agricultores, aos quais as empresas não davam atenção. “Quando a Dengo surgiu lá com o propósito de comprar a fruta da agricultura familiar, todo o pessoal da região abraçou a proposta”. O objetivo da empresa era o de desenvolver a região, melhorando a renda dos produtores.

Juliana Rozenbaum, presidente do Conselho de Administração da Dengo, relatou a experiência de constituir esse colegiado em uma empresa que é ESG por definição. “Foi uma loucura abraçada pelo propósito. Queríamos ser uma empresa grande, para impactar os produtores e as famílias. Tudo parecia uma loucura. Não tínhamos a receita do chocolate, só o propósito”.

No tema de ESG e sustentabilidade, outra informação relevante foi dada na programação Masterclasses da tarde, pela diretora de energia e descarbonização da Vale, Ludmilla Nascimento: a companhia atingirá até o final de 2023 a meta de consumo de energia de fontes exclusivamente renováveis. A meta foi antecipada em dois anos devido à implementação do novo projeto da empresa denominado Sol do Cerrado, instalado em Jaíba, no Norte de Minas Gerais, em novembro do ano passado.

24º Congresso do IBGC. Foto: Hara Fotógrafo/IBGC Divulgação.

Agricultura regenerativa

Presente ao evento do IBGC, o diretor presidente da Brasil Agro (AGRO3), André Guillaumon, falou da expansão da agricultura regenerativa para aumentar a produção dos alimentos nos próximos anos. “A própria indústria química está investindo na indústria biológica”, afirmou Guillaumon.

Notas de mercado

Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre os principais assuntos da bolsa brasileira (B3), de acordo com relatórios* de mercado.

Petrobras (PETR3/PETR4)

Preço do petróleo do tipo WTI (do Texas/EUA) sobe 3%, a US$ 89,4 por barril e o tipo Brent (do Mar do Norte) a US$ 92,4 por barril, diante do aumento da tensão no Oriente Médio.

Vale (VALE3)

Vale produziu 86,2 milhões de toneladas de minério de ferro no 3º trimestre de 2023, queda de 3,9% na comparação anual.

Houve menor produção em Paraopeba, Serra Norte e problema pontual na mina S11D.

MRV Engenharia (MRVE3)

MRV Engenharia registrou alta de 2,9% dos lançamentos no 3º trimestre de 2023 e de 54% das vendas líquidas.

Magazine Luiza (MGLU3)

Magazine Luiza pedirá adesão ao programa Remessa Conforme nesta semana e, assim, ampliará seu plano de operação de marketplace internacional.

Allos (ALOS3)

A partir do dia 25/10, as ações da Allos, empresa resultado da fusão entre Aliansce Sonae e BR Malls, passam a ser negociadas com o ticker ALOS3.

Light (LIGT3)

Light comunicou que Octavio Pereira Lopes deixa a presidência no fim de dezembro e será substituído por Alexandre Nogueira Ferreira.

Suzano (SUZB3)

Suzano anunciou aumento de US$ 50 por tonelada do preço na China.

Sabesp (SBSP3)

Governo de SP encaminhou ontem ao legislativo projeto de lei de privatização da Sabesp, em caráter de urgência.

Cemig (CMIG3)

Governador de MG, Romeu Zema, apresentou a deputados plano para transformar a Cemig em corporation, ou seja, sem controle definido, segundo o jornal Valor Econômico.

China

PIB da China cresceu 4,9% no 3º trimestre de 2023, acima do esperado pelo mercado, de 4,5%, mas abaixo dos 6,3% do 2º trimestre de 2023.

Produção industrial chinesa subiu 4,5% em setembro, na comparação anual, e as vendas no varejo aumentaram 5,5%.

Os dados de produção e vendas de varejo na China vieram acima do esperado pelo mercado, de 4,4% e 4,8%, respectivamente.

Comentário do economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares:

“Ontem à noite, no horário de Brasília, foi divulgado o resultado do PIB da China do terceiro trimestre. Foi registrado crescimento de 4,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, superando as expectativas do mercado (Mediana Bloomberg: 4,5%). Com relação ao trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, o crescimento foi de 1,3%, acelerando na comparação ao crescimento de 0,5% registrado no segundo trimestre.

A China não divulgou a abertura do PIB pela demanda ou pela oferta, mas é possível identificar que do lado da demanda, o crescimento foi puxado pela recuperação do consumo das famílias, refletido no crescimento das vendas no varejo. Adicionalmente, ainda pelo lado da demanda, observa-se que a contribuição do investimento deve ter sido baixa, se não negativa, refletindo em boa medida os problemas estruturais do setor de construção. Do lado da oferta, a produção industrial registrou crescimento de 4,2% com relação ao mesmo trimestre do ano passado.

As autoridades chinesas estabeleceram uma meta de crescimento de 5% para 2023. Com o resultado divulgado hoje, bastaria um crescimento de 4,0% no quarto trimestre com relação ao mesmo trimestre do ano passado para conseguir atingir esse objetivo, o que parece bastante plausível, dado que no segundo semestre do ano passado a economia chinesa encontrava-se no momento mais difícil devido à estratégia de Covid-zero. Vale lembrar que foi justamente essa conjuntura difícil que levou as autoridades a acabar abruptamente com essa estratégia de combate à crise sanitária, promovendo uma reabertura quase sem restrições no início deste ano.

Os resultados divulgados hoje foram recebidos com cautela pelos analistas e pelo mercado. Diversas análises apontam que, mesmo superando as expectativas, os resultados não são suficientes para concluir que a economia chinesa entrou definitivamente em trajetória de expansão. O que se observa, sim, é que as autoridades chinesas parecem muito mais proativas nos últimos tempos, implementando diversas medidas para estimular ou pelo menos estabilizar a atividade econômica. Serão necessárias mais evidências para mudar a visão consensual de que a China está vivendo uma crise de crescimento”, relatou o economista-chefe Gino Olivares.

Siderúrgicas

Cobre e outros metais subiram com PIB da China, enquanto minério de ferro recua em Singapura após dois dias de ganhos.

(*) Fontes de conteúdo: BTG Pactual, B3, CVM, Ágora, Banco ABC Brasil, Genial Investimentos, Guide Investimentos, Levante, Rico Investimentos, Santander, Terra Investimentos, Toro Investimentos e XP.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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