IPCA-15 de setembro e Ata do Copom entre os destaques o mercado local

IPCA-15 de setembro e Ata do Copom

IPCA-15 de setembro e Ata do Copom estão entre os assuntos mais comentados por analistas e economistas do mercado hoje (26/9).

Índice de Preços ao Consumidor Amplo até 15 de setembro (IPCA-15) ficou em 0,35%, abaixo da expectativa de 0,37% do mercado. IPCA-15 acumula alta de 5% em 12 meses.

Segue o relatório de Andréa Angelo – estrategista de inflação da Warren Rena:

O IPCA-15 de setembro registrou alta de 0,35%, abaixo da nossa projeção e da mediana da bloomberg de 0,37%. No ano, a inflação acumula alta de 3,74% e, nos últimos 12 meses, de 5,0%, acima dos 4,24% nos 12 meses anteriores. 

Apesar do número de hoje ter surpreendido para baixo no headline, a abertura chamou a atenção na aceleração de alguns itens importante da inflação de serviços. 

A leitura de hoje, não mostra inflexão da desinflação de serviços, ou seja, mantém no patamar bom. Porém não traz melhora adicional que era esperada no segundo semestre. O grupo de serviços intensivo em mão de obra acelerou na média móvel de 3 meses dessazonalizada e anualizada para 5%, após piso de 4,7%. Por outro lado, cabe destacar as medidas de difusão, principalmente a de serviços voltaram para o patamar de julho. 

Os itens que trouxeram surpresa altista hoje, não são considerados voláteis, são eles: condomínio, transporte por aplicativo, restaurante e mão de obra. Eles justificam 4 bps do erro. Em contrapartida, alimentação no domicílio (especialmente carnes e leites) e automóveis (novos e usados) foram para o outro lado. Alimentação no domicílio acumulou queda de 0,40% no acumulado 12 meses e automóveis + 0,35%. 

Entre as surpresas baixistas que destacamos como positivas vieram de bens industriais, concentrada nos automóveis novos e usados e em eletrodomésticos. Na parte de bens administrados, gasolina surpreendeu para cima e energia elétrica para baixo. 

E sobre os itens que repetem do IPCA 15 para o fechado, por enquanto vemos um saldo altista em 6bps. O IPCA de setembro está mais perto de 0,40%. Mais tarde enviaremos a revisão dos números de curto prazo. Para frente, ainda vemos que a inflação deste ano pode encerrar abaixo do teto da meta, nossa projeção está em 4,70% para 2023 e 3,9% para 2024.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena. Foto: Divulgação/Warren

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Segue relatório de Rodolfo Margato, economista da XP, sobre a Ata do Copom:

O Copom publicou, nesta manhã, a ata de sua reunião realizada em 19-20 de setembro.

O documento trouxe discussões importantes sobre o ambiente econômico global (mais) incerto e a resiliência da atividade doméstica.

No cenário internacional, “o Comitê notou a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China, ambas exigindo maior atenção por parte de países emergentes.” (parágrafo #2). O Copom enfatizou a perspectiva fiscal (particularmente nos EUA) e seu potencial impacto nas condições financeiras globais. No entanto, destacou o compromisso dos bancos centrais das principais economias em trazer a inflação de volta à meta e a credibilidade alcançada, o que contribui para o processo de desinflação sem sacrificar tanto a atividade econômica.

Em relação à atividade doméstica, o comitê mencionou quatro possibilidades para o crescimento econômico mais resiliente no período recente: o desempenho robusto de setores menos sensíveis ao ciclo econômico e seus efeitos indiretos sobre outras atividades; o aumento da renda disponível às famílias (de grande relevância), que fornece suporte para o consumo; taxa de juros neutra mais alta; e crescimento potencial maior – devido a reformas regulatórias e avanços institucionais -, o que ainda é difícil de avaliar. O Copom reconheceu que essas possibilidades têm implicações diferentes para a condução da política monetária. Por exemplo, poderia significar um crescimento econômico sustentado pela renda e pelo consumo (relacionado ao lado da demanda), possivelmente prejudicando a dinâmica da inflação de serviços. Enquanto isso, ao estar relacionado ao lado da oferta, representaria uma mudança positiva, permitindo crescimento econômico resiliente sem impacto inflacionário.

Além disso, o Copom julgou que “o hiato do produto está mais apertado do que o estimado anteriormente, mas segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”. O Comitê mencionou que o aumento nas projeções de inflação no cenário de referência se deveu principalmente a um hiato do produto mais apertado e às mudanças nos fatores condicionantes (preço do petróleo, depreciação cambial, taxa Selic mais baixa). Observamos que, apesar de incorporar um hiato do produto mais apertado no cenário, as projeções de inflação do Banco Central não subiram significativamente.

Quanto à inflação atual, o comitê ainda acredita que o atual processo de desinflação é caracterizado por duas fases. A primeira fase, impulsionada por preços industriais e alimentos, e a segunda fase, que “começou recentemente” e incorpora “desaceleração nos preços de serviços e de serviços subjacentes”. No entanto, o documento observou que alguns membros estão menos confiantes na desinflação de serviços, uma vez que os fundamentos (mercado de trabalho resiliente e atividade econômica) ainda não permitem uma extrapolação convincente do comportamento recente.

No balanço de riscos da inflação, “o Comitê segue avaliando que a volatilidade inerente aos componentes ligados a alimentos e bens industriais sugere a possibilidade de reversões abruptas, recomendando cautela” e que “os componentes relativos a bens industriais e preços administrados podem apresentar um comportamento menos benigno do que era anteriormente esperado, em função do movimento recente da taxa de câmbio e do preço das commodities internacionais”. Em relação aos preços de alimentos, o comitê acrescentou um “um impacto relativamente pequeno do El Niño em suas projeções de inflação de alimentos”. Por fim, a ata manteve o parágrafo que discute as razões para as expectativas de inflação desancoradas e apontou que elas “seguem sendo um fator de preocupação”.

No campo fiscal, o documento disse que a incerteza observada nos mercados está atualmente associada à ” execução das medidas de receita e despesas compatíveis com o arcabouço e o atingimento das metas fiscais”. A ata reiterou a importância da ” firme persecução dessas metas” para a ancoragem das expectativas de inflação.

Em nossa opinião, a ata do Copom trouxe elementos que reforçam nosso cenário de cortes de 50 pontos-base nas próximas reuniões, com a taxa Selic encerrando 2023 em 11,75%. A discussão sobre o Copom acelerar o ritmo de cortes de juros provavelmente perderá força (ao menos no curto prazo). Como temos argumentado, as taxas de juros pressionadas no exterior e a política fiscal expansionista no ambiente doméstico são limitações para um afrouxamento monetário mais intenso em 2024. Vemos a taxa Selic em 10,00% no próximo ano.

Para André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, o maior impacto positivo no índice foi do grupo de “Transportes”, em boa parte por conta da recente alta no preço da Gasolina. A Inflação de setembro também foi influenciada positivamente pelo reajuste na tarifa de energia elétrica residencial e pelo aumento no preço dos planos de saúde.

Já o grupo de Alimentação e Bebidas registrou queda de -0,77% nos preços, influenciado pela deflação nos preços da inflação no domicílio.

A abertura do índice mostrou que os preços dos serviços subjacentes, índice de suma importância para decisão do COPOM sobre a taxa Selic, avançaram 0,34% no mês, acima da de boa parte do mercado, que era de cerca de 0,2%. Apesar disso, a média móvel de 3 meses constatou que essa medida permanece em desaceleração, passando de 4,8% em agosto para 4,6% em setembro.

A ata do Copom, que também foi divulgada hoje, mencionou que alguns membros do comitê ainda não estão convictos do processo benigno da desinflação de serviços, dado que temos o mercado de trabalho e a atividade econômica com sinais de aquecimento.

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Notas de mercado

Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre os principais assuntos da bolsa brasileira (B3), de acordo com relatórios* de mercado.

Confiança dos empresários da indústria

Confiança de empresários da indústria recua em 21 dos 29 setores pesquisados.

Pedidos de recuperação judicial no Brasil

Pedidos de recuperação judicial no Brasil seguem aumentando segundo dados da Serasa/Experian.

Investimento estrangeiro no Brasil

Investimento estrangeiro direto no Brasil e déficit das contas externas diminuem de janeiro a agosto de 2023, conforme boletim mensal do Banco Central.

Banco do Brasil (BBAS3)

Banco do Brasil comunicou ao mercado a escolha de Dario Carnevalli Durigan para atuar como presidente do Conselho durante o mandato 2023/2025.

Renner (LREN3), CSU (CSUD3), Comgás (CGAS5) e Mills (MILS3)

Hoje (26/9) é a data com dividendos de Lojas Renner (LREN3), CSU Digital (CSUD3), Comgás (CGAS5) e Mills (MILS3), com pagamentos previstos para outubro.

Minerva (BEEF3)

Colômbia foi aprovada para exportar carne bovina para a China, conforme informações divulgadas pela Minerva (BEEF3).

Planta industrial da Minerva na Colômbia pode ter documentação final aprovada no curto prazo. Transporte pelo Oceano Pacífico reduz o custo de frete.  

Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

A Marfrig aumentou sua participação na BRF, passando a deter 40% do capital da BRF. Há menos de uma semana, a companhia havia realizado movimento semelhante, aumentando sua participação na BRF de 33,1% para 35,7%. Segundo a Marfrig, a aquisição não visa alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia.

Mercosul e União Europeia

Acordo comercial com a Europa será feito neste ano ou Mercosul irá negociar com a Ásia, disse presidente do Paraguai, Santiago Peña.

Petrobras (PETR3/PETR4), Prio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3)

Preço do petróleo do tipo Brent (do Mar do Norte) cai 0,53%, a US$ 91,39 por barril.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

Preço do minério de ferro cai 1,64% em Singapura, na Ásia, impactando ações de mineradoras e siderúrgicas.

Evergrande

Chinesa Evergrande não pagou título de dívida, o que configura default (calote).

Mercados globais

Mercados globais recuam após aumento da inflação de atacado no Japão.

As ações globais também recuam com informações sobre a economia chinesa e uma possível paralisação de agências do governo nos EUA.

Greve nas montadoras poderia escalar ainda mais, de acordo com o presidente do sindicato, Shawn Fain, e afetar distribuição de peças automotivas, além da produção de veículos novos.

Autoridades americanas disseram que uma paralização nas agências do governo poderá gerar atrasos em relatórios econômicos importantes, como inflação e empregos.

EUA anunciou novas sanções contra empresas da China, Rússia e de outros países, sob alegação de que as empresas violaram controles de exportação existentes.

Bolsas da Europa abriram em queda nesta terça-feira (26/9).

Abertura do pregão da Bolsa no Brasil será com viés predominante negativo vindo de fora.

(*) Fontes de conteúdo: Grana Capital, CVM, B3, Ágora, Banco ABC Brasil, BTG Pactual, Genial Investimentos, Guide Investimentos, Levante, Rico Investimentos, Santander, Terra Investimentos, Toro Investimentos e XP.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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