Bolsa brasileira repercute redução da taxa básica de juros (Selic) para 12,75% ao ano

Bolsa brasileira repercute redução da Selic

Bolsa brasileira repercute redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano.

Cenário é positivo para ações para o longo prazo, segundo analistas.

Acreditamos que o Banco Central seguirá reduzindo a taxa Selic ao longo de suas próximas reuniões. Mas isso não significa que devemos esperar que a taxa Selic “despenque”, em um processo acelerado e prolongado. Pelo contrário. Na nossa visão, o processo de redução dos juros deve seguir gradual”, disse Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.

“Vale ressaltar que parte do mercado especula que o Copom possa acelerar as quedas a partir da reunião de dezembro. Não nos parece, contudo, que o BC vá caminhar por essa trilha, uma vez que existem algumas incertezas no horizonte”, relatou Eduarda Schmidt, da Órama Investimentos.

Segue análise sobre Copom de Caio Megale, economista-chefe da XP:

O Copom reduziu a taxa Selic de 13,25% para 12,75%. O comunicado de hoje é consistente com nosso cenário base de que o Copom continuará cortando a taxa Selic em 0,50pp nos próximos meses.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil – Copom – reduziu, como amplamente esperado, a taxa Selic de 13,25% para 12,75%. É o segundo corte consecutivo desta magnitude.

O comunicado que acompanhou a reunião trouxe elementos positivos e negativos para as perspectivas de inflação. Por um lado, ele mencionou que o ambiente global “mostra-se mais incerto” e a atividade econômica doméstica vem se mostrando resiliente – embora o comitê ressaltou que “segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”. Por outro lado, o comunicado lembra que “(a)s medidas mais recentes de inflação subjacente apresentaram queda”, ainda que permaneçam acima da meta.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) salienta que também é necessário minimizar impacto adverso dos juros elevados no custo de capital das empresas, em especial aquelas que dependem de financiamentos para a concretização de seus projetos. Os juros altos resultam em custos mais elevados para a população, traduzindo-se em um obstáculo significativo para a geração de empregos e o crescimento econômico do País. 

O presidente da Abrainc, Luiz França, reitera a necessidade de medidas contínuas que promovam a redução das taxas de juros e estimulem o acesso ao crédito aos compradores de imóvel. “Uma estratégia que não beneficiará apenas o setor imobiliário, mas também contribuirá para o progresso econômico e social do Brasil. Esta redução se mostra essencial para tornar os financiamentos habitacionais de médio e alto padrão mais acessíveis”, explica o executivo.

“O Copom reforçou a necessidade de manter a taxa de juros em patamar contracionista, até que se consolide o cenário de desinflação e a ancoragem das expectativas, ao mesmo tempo que mostrou a deterioração das expectativas de inflação em seu cenário de referência. Além disso, o comitê ratificou a importância da execução das metas fiscais que foram estabelecidas e a firme perseguição dessas metas. Para as próximas reuniões, o Copom antecipou a redução de mesma magnitude. Ou seja, não devemos enxergar uma aceleração do ciclo de queda da Selic”, disse André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP.

“No cenário de referência utilizado pelo BC, toma-se como base a Selic encerrando 2023 em 11,75% e 2024 em 9,0%, além do câmbio próximo de R$ 4,90 por dólar. Nesse contexto, a inflação encerraria 2023 em 5,0%, 2024 em 3,5% e 2025 em 3,1%, levemente acima das projeções anteriores, de 4,9%, 3,4% e 3,0%, respectivamente. A inflação ainda acima da meta no ano que vem, somada às demais incertezas, deixa pouco espaço para acelerar o ritmo de cortes neste momento”, descreveu o Banco BV, em relatório.

“A comunicação do Copom ratifica a percepção dos agentes de mercado de que o ciclo de queda dos juros deve seguir pelos próximos meses, na magnitude adotada hoje e deve perdurar até meados do próximo ano. Dentro do nosso entendimento, a continuidade da queda da inflação corrente com efeitos benignos sobre a trajetória futura dos preços tende a fomentar a discussão sobre a possibilidade de aumento no ritmo dos cortes da taxa Selic. Entendemos que há espaço para chegar perto de 9,5% no segundo trimestre de 2024, e que o ajuste residual será o grande foco dos debates daqui em diante”, disse Marianna Costa, economista-chefe do TC.

Muita gente não está enxergando, mas o crescimento do PIB de 2,9% em 2022 e acima de 3% em 2023, colocará o Brasil na vanguarda mundial e nós já estamos sentindo esse efeito aqui na Mutiplike. O empresário não toma crédito, se não existe previsibilidade do que acontecerá no futuro. A questão do novo corte de 0,5%, não é se foi muito ou pouco. Isso não é o fato mais relevante. O importante é que, ocorreu o que o mercado esperava e isso passa segurança e previsibilidade, afirma Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike.

A Associação Paulista de Supermercados (APAS) apoiou a decisão do Copom, porém entende que a menor pressão inflacionária, ratificada tanto pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, quanto o Índice de Preços do Setor Supermercadista (IPS), medido pela APAS, e o ritmo da atividade econômica doméstica possibilitam não apenas a continuidade, mas a aceleração do ciclo de redução da taxa básica de juros (SELIC) sem o comprometimento dos fundamentos econômicos e da meta de inflação determinada para o ano corrente.

Apesar de a média do mercado – medido pelo Boletim Focus – projetar que a taxa Selic encerre o ano em 11,75% ao ano, a APAS entende que os indicadores de inflação demonstram que há espaço para aceleração no ritmo de queda da taxa oficial de juros nas próximas reuniões do Copom.

“Pelo lado mais hawkish, nota-se um aumento da preocupação com o ambiente externo e com a execução das metas fiscais. Consideramos natural a manutenção da frase de que os membros do Comitê anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões, pois modificá-la, neste momento, seria vista como uma forte sinalização de aceleração do ritmo de ajuste, sendo que não se materializaram surpresas positivas substanciais que elevem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva”, afirmou Sérgio Goldenstein, economista-chefe Warren Rena.

CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

Notas de mercado

Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre os principais assuntos da bolsa brasileira (B3), de acordo com relatórios* de mercado.

Fórum IBRI Rio 2023

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento deve participar do Fórum IBRI Rio 2023, agendado para 23 de novembro no símbolo do Brasil, o Santuário Cristo Redentor.

André Vasconcelos, Diretor-Adjunto RJ do IBRI e Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Rio Securitização, e o Reitor do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, Padre Omar, detalharam a João Pedro Nascimento todos os aspectos que fazem com que o Fórum IBRI RIO 2023 tenha tanta representatividade. O evento, além de priorizar todas as questões ESG, deve ampliar o relacionamento entre as lideranças das companhias abertas.

João Pedro Nascimento reiterou que a CVM está de portas abertas para os que acreditam no potencial gerado pelo Mercado de Capitais brasileiro. Ele falou também sobre a Semana Mundial do Investidor, que vai acontecer entre os dias 2 e 8 de outubro. “A CVM contará com o apoio do Santuário Cristo Redentor na realização de evento inédito, aos pés do Cristo Redentor, que terá como objetivo conscientizar um número amplo de cidadãos a respeito da relevância da educação financeira”, comentou o presidente da CVM.

“O Fórum IBRI Rio 2023 será o mais marcante evento de networking com foco na comunidade de RIs já realizado no país. Esperamos a participação de mais de 300 profissionais de RI de grande parte das companhias abertas, além de influenciadores digitais, autoridades públicas e jornalistas renomados na área de economia e finanças. Todo o apoio do mercado de capitais é importante”, diz André Vasconcellos.

“O nosso símbolo maior está preparado para mediar ações emissivas e receptivas na ordem dos grandes investimentos de Impacto”, destacou o Padre Omar. A diretoria Rio de Janeiro do IBRI já prepara parcerias com importantes hotéis da cidade para receber um fluxo sem precedentes de executivos do mercado financeiro de todo o país, inclusive do exterior.

Petrobras (PETR3/PETR4)

Ações da Petrobras têm o maior ciclo de valorização em 23 anos diante do aumento do petróleo no mercado internacional.

Prio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3)

Preço do petróleo do tipo Brent (do Mar do Norte) recuava 0,40%, a US$ 93,16 por barril.

Preço do petróleo do tipo WTI (do Texas/EUA) mostrava queda de 0,21%, a US$ 89,47 por barril.

Klabin (KLBN11)

Klabin inaugura unidade Puma II no Paraná após investimentos de R$ 12,9 bilhões, conforme reportagem do jornal Valor Econômico.

CVC (CVCB3)

CVC planeja retomar número de lojas de 2019, antes da pandemia, segundo apuração do site Pipeline.

Hospital MaterDei (MATD3)

MaterDei prevê volta das aquisições em 2024, em entrevista do CEO ao Valor.

Livraria Saraiva (SLED4)

Saraiva demite funcionários e últimas lojas físicas da livraria devem ser fechadas hoje (21/9), segundo reportagem do jornal Estadão.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

Preço do minério de ferro caiu 1,90% na Ásia, baixa que impactava ações de mineradoras e siderúrgicas.

Bolsas globais

Bolsas globais avaliação manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos, na faixa entre 5,25% e 5,5% ao ano.

Juros nos Estados Unidos

Presidente do Federal Reserve (FED, o BC dos EUA) Jerome Powell disse que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) está preparado para subir mais os juros, se for preciso.

Relatório de Marianna Costa, economista-chefe do TC, sobre a manutenção dos juros nos EUA pelo Fomc:

O Banco Central dos EUA manteve o intervalo para a taxa básica de juros em 5.25% a 5.50%, conforme o esperado. O comunicado que segue a reunião, assim como a entrevista dada pelo presidente, Jerome Powell após a decisão, vem em linha com a postura cautelosa esperada da autoridade monetária que enfatiza que a estabilidade do Fed funds nesta reunião não significa que o processo de alta de juros terminou. Powell ratificou que um aperto adicional pode acontecer se for entendido pelo colegiado que essa alta marginal vá contribuir para o processo de “estabilidade dos preços”. Neste sentido, Powell enfatiza que a decisão de manter os juros neste nível ou promover nova alta dependera em grande parte dos dados a serem divulgados nos próximos meses e que concerne a totalidade dos dados, não apenas o comportamento da inflação e do mercado de trabalho.

Em relação as expectativas do colegiado sobre ao comportamento futuro de determinadas variáveis macroeconômicas, houve revisão relevante das expectativas em relação a junho. Para o PIB a projeção subiu de 1,0% para 2,0% em 2023 e de 1,1% para 1,5% em 2024. A expectativa para a taxa de desemprego foi revista para baixo, em 3,8% de 4,1% para 2023 e para 4,1% em 2024 de 4,5%. Em linha com esses dados, mas em magnitude menor, a expectativa para a inflação ao consumidor subiu para 3,3% em 2023 de 3,2% e mantida estável em 2,5% em 2024. Já a expectativa sobre onde devem estar os juros no fim de 2023, 12 dirigentes entendem que o Fed funds deve estar 0,25 ponto percentual acima da taxa atual, enquanto 8 entendem que devem permanecer no atual nível.

Neste contexto, foi uma decisão e comunicação dentro do esperado pelos agentes de mercado. Até mesmo a manutenção de que a maior parte dos dirigentes espera nova alta de juros até o fim de 2023 veio em linha, pois é largamente entendido de que se os dados continuarem a corroborar continuidade do arrefecimento do processo inflacionário, essa alta adicional dos juros neste ano não será necessária. Também é consenso que a manutenção de uma postura cautelosa é menos custosa para a autoridade monetária do que um cenário onde há a redução da expectativa da taxa básica de juros e se mostra mais condizente em um contexto em que houve alta de projeção para o crescimento do PIB e redução da taxa de desemprego.

Por fim, Powell em sua entrevista reforça a percepção de que os juros hoje restritivos devem permanecer neste território por um tempo suficientemente longo para promover a estabilidade dos preços. Em relação ao momento em que deverá ocorrer o início do ciclo de corte de juros, Powell também é taxativo, “esse momento virá, mas não sabemos quando”.

Juros na Noruega

Banco Central da Noruega aumenta taxa de juros, apontando outro aumento em dezembro.  

(*) Fontes de conteúdo: Grana Capital, CVM, B3, Ágora, Banco ABC Brasil, BTG Pactual, Genial Investimentos, Guide Investimentos, Levante, Rico Investimentos, Santander, Terra Investimentos, Toro Investimentos e XP.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

Gostou? Compartilhe nas Redes Sociais:
Facebook
Twitter
LinkedIn
Receba em primeira mão nossas novidades

Assine nossa Newsletter

Baixe já nosso App