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Carteira BB setembro de 2023
A carteira BB setembro de 2023 é a “Fundamentalista”. O portfólio possui 10 ativos selecionados pela equipe de research da BB Investimentos, a corretora do Banco do Brasil.
Veja quais são os 10 ativos selecionados na sequência do texto logo após a imagem ilustrativa abaixo.
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Carteira BB Fundamentalista
Sobre a temporada de balanços do 2T23 recém finalizada, não tivemos grandes surpresas positivas ou negativas. As companhias produtoras de commodities foram penalizadas por preços médios mais baixos, enquanto as empresas sujeitas às teses mais cíclicas seguiram mostrando alguma melhora sequencial, mas nada que resultasse em revisões de prejuízos, que ainda persistem para alguns segmentos, como as do varejo por exemplo.
Expectativas sobre o cumprimento das metas fiscais e resultado primário zero em 2024 devem continuar dando o tom nas primeiras semanas de setembro, após desdobramentos de pautas relevantes ao longo de agosto em torno do tema, como aprovação do projeto do Carf, fim do JCP, além da tributação de Fundos Exclusivos e Offshore. O mercado também deve assimilar a apresentação do orçamento para o ano, especialmente a dinâmica de crescimento de receitas.
Todos esses temas que fizeram parte do cenário de agosto seguem vigentes e definindo o rumo da bolsa no mês de setembro, o que nos leva a não abrir mão de manter um certo nível de cautela para o cenário.
Há sim catalisadores positivos de curto prazo, como a revisão positiva de lucro para alguns setores mais cíclicos, como o imobiliário e educação, a precificação ainda demasiadamente descontada para boa parte dos ativos listados e o avanço de novas pautas que possam aumentar a produtividade do país no longo prazo, como a reforma tributária por exemplo.
No entanto, a atividade econômica dos EUA persistentemente forte vai continuar exercendo pressão altista na curva de juros americana no curto prazo, a medida que atrasa a desaceleração inflacionária. Ao mesmo tempo, na ponta contrária, a atividade chinesa anêmica e medidas de reflexos paliativos adotados pelo governo seguem sendo um dos grandes entraves para enxergamos o Ibovespa se sustentar acima dos 120 mil pontos, muito menos embarcar em uma nova tendência de alta.
Por fim, o stock picking faz-se ainda mais necessário, à medida que o cenário segue surpreendendo e trilhando por caminhos aquém do consenso. Commodities seguem como um segmento que estaria mais no campo neutro no cenário de curto prazo, o que segura o índice. Por outro lado, temos ainda bastantes empresas com balanços equilibrados, não necessariamente baratas, e que poderão usufruir de fundamentos mais favoráveis à frente, condicionados à dissipação de riscos no mercado externo e interno.
ABC Brasil (ABCB4)
Uma de nossas escolhidas na Seleção BB 2023, o ABC vem apresentando uma evolução operacional considerável, com a implantação de inúmeras iniciativas estruturantes ao longo dos últimos anos, como uma corretora de seguros próprios, parcerias em mercado de capitais, e a inauguração do segmento Middle Market. No crédito, que vem crescendo de forma satisfatória, vemos boa rentabilidade sem deterioração do nível de inadimplência, historicamente baixo.
Vimos uma queda nas cotações especificamente a partir de março, reflexo, em nosso entendimento, do caso Americanas, ao qual o ABC possui de fato exposição relevante, mas por se tratar de um evento inesperado e não-recorrente, este evento em pouco muda a nossa percepção de valor quanto ao banco. O ABC entrou na nossa carteira fundamentalista em junho, mas ainda não desenvolveu em termos de valorização o que imaginamos ser adequado para uma companhia deste potencial e, por isso, mantemos o banco na carteira fundamentalista de setembro.
B3 (B3SA3)
A B3 mantém-se na carteira fundamentalista de setembro como uma ação capaz de capturar os benefícios de um ambiente macro mais otimista ao mesmo tempo em que representa um business resiliente para um cenário adverso onde o otimismo não perdure. Consideramos o resultado do 2T23, divulgado em 10/8, positivo, fruto de um bom desempenho operacional no período, especialmente nos mercados listado e de balcão (principais fontes de receita da companhia), com recuperação de ADTV em ações, crescimento do volume em derivativos e continuidade da tendência positiva em Renda fixa (novas emissões e estoque).
Direcional (DIRR3)
Escolhida para a Seleção BB 2023, a companhia apresentou resultado sólido no 2T23, com recorde de lançamentos e vendas, e seguiu revisando preço dos imóveis vendidos, refletindo em uma rentabilidade bastante positiva. Além disso, aproveitando dos ajustes no Minha Casa Minha Vida (MCMV), que aumentaram a exposição da companhia ao programa, a Direcional realizou follow-on no início de julho para acelerar as operações nas cidades mais relevantes em que atua, e que deve refletir em uma alavancagem operacional e ROE acima de 16% em 2024, bastante positivo para o setor.
Grupo Mateus (GMAT3)
Companhia do segmento de varejo alimentar em domicílio, o Grupo Mateus segue com forte ritmo de expansão de lojas, com foco em operações de sale e leaseback para fazer frente aos investimentos necessários diante da elevação do custo de capital nos últimos trimestres. A perspectiva de início do ciclo de afrouxamento monetário favorece as perspectivas de rentabilidade da companhia, haja vista a elevação do seu endividamento bruto na comparação anual, combinando à boa entrega de margens operacionais e crescimento de vendas em todos os formatos de lojas.
Itaú (ITUB4)
Com base nos ótimos números apresentados no 2T23, apesar da tendência setorial ser de desaceleração, optamos por manter o Itaú – uma de nossas escolhidas para a Seleção BB 2023 – na carteira fundamentalista de setembro, apostando no mix equilibrado entre perfis PF, PJ, Grandes Empresas e Varejo Alta Renda da carteira de crédito, o que lhe atribui resiliência, incluindo expansão das receitas de serviços em bom ritmo.
Localiza (RENT3)
Realizou com sucesso um follow-on recente, captando R$ 4,5 bilhões e contribuindo para maior eficiência de capital, após processo de fusão e estruturação com a operação da Unidas. A aquecida demanda por locação, em especial a corporativa, tem beneficiado a tese da Localiza. Adicionalmente, a partir de julho, a temporada de férias escolares costuma impulsionar a locação individual que tem ticket maior e contribui para maiores yields das locadoras.
A Localiza é uma das maiores compradoras de veículos do país, que lhe confere um nível de desconto elevado na compra de veículos e, também a partir de junho, deverá se beneficiar da redução de impostos (IPI, PIS/Confins), com impacto de até 10,9% de redução no valor do veículo. A perspectiva de redução de juros é outro fator que deve favorecer as locadoras, estimulando a demanda por locação, dado que melhora atividade, e na redução de custo de capital da companhia, que beneficia a captação de recursos para renovação e expansão da frota.
Petrobras (PETR4)
A Petrobras segue apresentando bons resultados operacionais e financeiros, com perspectivas de aumento na produção e aproveitando a combinação de menores custos operacionais e baixo patamar de alavancagem. Acreditamos que, a despeito de eventuais revisões no plano estratégico 2023-27, a companhia deva manter o foco no pré-sal e, portanto, seguir com rentabilidade atrativa, ainda que ocorra uma entrada gradual em segmentos de energia renovável.
As mudanças aprovadas ao longo deste ano para a nova política de preços e política de dividendos trouxeram alívio aos investidores, que tinham receio de alterações menos favoráveis, especialmente considerando o aumento nos preços de derivados realizados no mês de agosto. O EV/EBITDA 2023E está em 2,7x, ante 4,2x dos pares de mercado, deixando a relação risco/retorno favorável, em nossa opinião.
Rede D’Or (RDOR3)
Após atualizarmos nosso modelo financeiro para incorporar, entre outras alterações, as novas premissas de capex que incluem a revisão do plano de expansão divulgado pela empresa no final de maio, mantivemos nossa recomendação de Compra em razão da relação favorável de risco versus retorno que enxergamos para os papéis RDOR3.
Nossa expectativa é de que a operação de hospitais apresente resultados mais “normalizados” nos próximos trimestres, ou seja, sem a constante alteração de mix de atendimentos que causaram perda de alavancagem operacional nos últimos anos devido aos diferentes momentos da pandemia. Por outro lado, a sinistralidade das operações de seguros (SulAmerica) devem continuar acima da média histórica, mas esperamos uma melhora sequencial e gradual, com expectativa de conversão para patamares históricos a partir de 2024.
Além de continuarmos construtivos com a tese de investimentos da Rede D´Or no longo prazo, o início do ciclo de corte de juros no mercado doméstico favorece ativos mais ligados ao cenário doméstico e traz um certo alívio às despesas financeiras projetadas de empresas com intensa necessidade de capital, como o setor de saúde.
Simpar (SIMH3)
A Simpar é uma holding do segmento de transporte e logística, que captura valor por meio das oportunidades de negócios em mobilidade urbana, logística e infraestrutura no Brasil. A companhia demostrou forte crescimento em diversas frentes ao longo dos últimos anos, inclusive na operação de locação de veículos e serviços de logística. No cenário interno, com perspectivas de queda nos juros, a Simpar deve se beneficiar com aceleração da atividade e de seus negócios, assim como apresentar melhores resultados à frente, em razão de menor impacto das despesas financeiras.
Vale (VALE3)
Nos resultados do 2T23, a Vale mostrou um avanço operacional em produção e uma melhora nas vendas em relação ao 1T23, mas trouxe também o efeito da queda no preço das commodities que prejudicou o balanço no comparativo anual. No entanto, a companhia segue buscando elevar o retorno ao acionista, tanto vai recompra de ações como via pagamento de proventos, após anunciar o equivalente a R$ 1,91/ação a serem pagos em JCP em setembro.
Considerando os 4 últimos proventos pagos, incluindo esse anunciado, o valor pago é de R$ 6,07/ação que, em relação à média das ações da Vale dos últimos 12 meses, equivale a um DY de 8,1%, ou seja, um patamar de retorno bastante interessante ao investidor.
O risco de curto prazo segue sendo a falta de estímulos relevantes por parte da China para estimular o setor imobiliário, e consequentemente a demanda e o preço das commodities metálicas.
Fontes: Banco do Brasil e BB Investimentos
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