Carteira Ágora setembro de 2023

A carteira Ágora setembro de 2023 é a “Top 10”, com ativos selecionados pela equipe de research da Ágora Investimentos e do Bradesco.

A Top 10 é a Carteira Recomendada da Ágora que oferece maior diversificação, com composição mensal de 10 ativos de diferentes setores.

Veja a seleção completa na sequência do texto logo após a imagem ilustrativa abaixo:

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Carteira Ágora Top 10

Para o mês de setembro, optamos por realizar três mudanças na composição do portfólio. Retiramos as ações ON do Assaí (ASAI3); as ações PN do Itaú (ITUB4) e as ações ON da JHSF (JHSF3) e incluímos as ações ON do Carrefour Brasil (CRFB3); as ações PN do Itaúsa (ITSA4) e as ações ON da JBS (JBSS3). Com a mudança proposta, o Beta (medida de risco) da carteira passou de 1,16 para 1,46.

Entre as mudanças sugeridas, a troca de Assaí por Carrefour Brasil se dá em virtude do pior desempenho das ações CRFB3 em agosto e consequentemente maior desconto, embora acreditemos que os direcionadores macroeconômicos tendem a ser os mesmos para ambas. A substituição de Itaú por Itaúsa é tática, em reflexo ao maior desconto da holding.

Por fim, vemos no curtíssimo prazo a assimetria de risco mais favorável a exportadores (JBSS3) face a exposição doméstica (JHSF3), uma vez que o diferencial de juros entre Brasil e EUA pode diminuir em meio ao início de corte de juros local e o ainda contínuo processo de alta nos EUA, que poderia ter efeito de fortalecimento do dólar. Isto posto, entendemos que JBS é uma alternativa interessante para a composição neste momento.

Carrefour Brasil

 O Carrefour Brasil é o maior grupo de varejo alimentar do país, atuando em diversos formatos para atender a diferentes segmentos, através das bandeiras Atacadão, Sam’s Club, Express, entre outras, além das operações de e-commerce. Em nosso cenário base, continuamos vendo o Carrefour Brasil na liderança do setor de varejo de alimentos no longo prazo, dada a força da bandeira Atacadão (atacarejo), a maior marca de supermercado do país, e os formatos de lojas complementares, com clubes de compras, lojas de conveniência, e-commerce e hipermercados.

Os desafios de curto prazo da integração do Grupo Big estão chegando ao fim e vemos ventos favoráveis em 2024 em relação à concorrência, cenário econômico e dinâmica do setor que devem levar a um crescimento sólido dos lucros nos próximos anos. Além disso, a liquidez das ações CRFB3 deve melhorar substancialmente após a saída total da Advent/Walmart, com free float chegando a 30%, de cerca de 25% atualmente.

Copel

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é uma empresa integrada, ou seja, atua nos quatro subsegmentos do setor de energia elétrica: geração, transmissão, distribuição e comercialização. A empresa possui 62 usinas próprias (sendo 18 hidrelétricas, 1 térmica e 43 eólicas) e participação em outros 14 empreendimentos de geração de energia (1 térmica, 8 hidrelétricas, 4 parques eólicos e 1 solar). Em agosto, a Copel concluiu o processo de transformação da companhia em uma corporação, sem acionista controlador, diante da liquidação financeira de oferta base secundária de ações do Estado do Paraná e da oferta primária de novas ações. O governo paranaense reduziu participação das ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32%.

Uma vez privatizada, reforçamos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 12,00 para CPLE6 a partir das seguintes premissas:  um corte nas despesas operacionais (opex) de aproximadamente 17%, que pode parecer conservador, mas reflete um bom trabalho em relação à redução de custos já realizado pela gestão;  uma queda no custo de capital de nossa taxa de desconto real de 11%, para 8,5%; e  a prorrogação das concessões das usinas hidrelétricas Foz de Areia (que vencem em 2024), Segredo e Salto Caxias (com vencimento em 2032 e 2033).

EcoRodovias

 A EcoRodovias é uma das principais companhias de infraestrutura do Brasil, com cerca de 4,9 mil colaboradores, 11 concessões rodoviárias, totalizando mais de 4.700 km, e um ativo portuário, com atuação em oito estados do país. A empresa adicionou 3 novas concessões de rodovias desde 2021 e vem surpreendendo positivamente o mercado ao apresentar desempenho de tráfego e eficiência de custos melhores que o esperado.

Acreditamos que a redução significativa do risco, combinada com o forte desempenho operacional da empresa, deve desencadear uma reavaliação do preço das ações. Nossa recomendação é baseada:  na ação estar sendo negociada a uma atraente TIR alavancada superior a 12%; na EcoRodovias continuar expandindo seu portfólio com retornos que agreguem valor;  nos preços mais baixos de commodities reduzindo o risco de investimentos elevados; e na empresa se beneficiando da queda das taxas de juros.

Eletrobras

A Eletrobras é umas das principais empresas do setor, com atuação em geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. A empresa responde por quase 30% da capacidade de geração do país e 40% das linhas de transmissão. Após o processo de capitalização que levou a privatização da companhia, a gestão vem trabalhando em diferentes frentes para aumentar a eficiência e melhorar os resultados financeiros. Em nossa visão, ainda há um longo trabalho pela frente e a empresa pode destravar valor ao acionista através da contínua melhora dos seus números.

Entre os fatores de risco, destacamos qualquer mudança que altere as regras estabelecidas durante o processo de privatização, embora este não seja nosso cenário base. Dado o atual risco x retorno das ações, optamos por manter as ações em nossa Carteira Recomendada.

Itaúsa

Atualmente, estimamos que o desconto da Itaúsa em relação à soma das partes está em cerca de 20%. Porém, acreditamos que uma boa parte das ineficiências tributárias da Itaúsa possam ser eliminadas pelo potencial fim dos pagamentos de juros sobre o capital do Itaú Unibanco, o que (segundo nossos cálculos) pode reduzir esse desconto para algo mais próximo de 11%. De fato, a Itaúsa pode ser capaz de eliminar suas atuais ineficiências fiscais, uma vez que paga PIS/Cofins sobre os JCP recebidos do Itaú.

Assim, com o possível fim do pagamento do JCP, a Itaúsa pode obter R$ 11 bilhões em valor de mercado incremental com a eliminação da ineficiência tributária, pois calculamos que para cada R$ 100,00 em JCP recebido pelo Itaú, a Itaúsa perderia R$ 13,20 em tributos – ou seja, ineficiências tributárias de 13,2%.

Dito isso, embora o potencial fim dos pagamentos de juros sobre o capital esteja impactando todos os players da indústria financeira, entendemos que a Itaúsa será (relativamente) menos afetada, o que pode provocar trocas de posição no mercado e garantir um fluxo mais positivo para o papel enquanto essas regras são definidas.

JBS

A JBS é o maior produtor global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo, possui 300 plantas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países. No entanto, devido à ciclicidade da sua principal linha de negócios, a empresa passou por meses operacionais relativamente difíceis, apresentando no 1T23 a margem de lucro mais baixa em uma década.

Dado este cenário, entendemos que a partir daqui o espaço para melhorias é significativo, e o mercado parece ainda não ter precificado uma provável recuperação das margens a se concretizar até 2025. Vemos a ação sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA esperado para 2024 e 2025, ambos abaixo do da média histórica, apoiando assim a visão positiva para o valuation, e esperamos que as margens continuem melhorando sequencialmente nos próximos trimestres devido a menores custos de grãos, uma redução dos abates (redução da oferta de carne) nos EUA em 2024 e ganhos de eficiência.

Além disso, a empresa anunciou recentemente a proposta de listagem dupla nos EUA e no Brasil – se confirmado, o movimento pode destravar um valor significativo para as ações pela melhora na governança e na visibilidade da tese para investidores estrangeiros.

Natura&Co

Estamos mais construtivos com a tese de Natura&Co, uma vez que a estratégia da Companhia tem sido consistente desde que Fabio Barbosa se tornou CEO global, há um ano: reduzir as estruturas da holding e simplificar seu modelo de negócios. Em nossa opinião, o lado positivo da tese está nas operações da América Latina, integrando as duas maiores marcas de cosméticos do continente (Avon e Natura), coletando sinergias e entregando eficiências.

Apesar disso, em uma teleconferência realizada em meados de agosto, a companhia forneceu detalhes da segunda onda de integração Natura-Avon, e embora os custos de implementação sejam relativamente altos e uma de nossas principais preocupações, a recente sinalização de estudo de uma venda potencial da The Body Shop (TBS) poderia compensar esse efeito.

Além disso, entendemos que a principal força da Natura&Co está no canal de vendas diretas, que é mais competitivo nos mercados emergentes, especialmente na América Latina. Em contraste, a The Body Shop (TBS) é um caso muito diferente, pois tem uma maior participação nas receitas das lojas e teve maior exposição a mercados desenvolvidos (MD). Assim, em nossa visão, a venda da TBS poderia agregar valor para a Natura&Co dado que: pode reduzir as complexidades e os custos da estrutura corporativa; aumentar as margens/retornos globais; e melhorar ainda mais a sua estrutura de capital através do dinheiro a ser recebido de um acordo.

PRIO

A PRIO é um player puro de exploração & produção de petróleo, e o modelo de negócios da empresa está focado na aquisição de ativos maduros para gerar valor por meio de movimentos estratégicos. Ao longo do mês de julho, a companhia anunciou o início da operação do poço ODP5, com uma produção inicial estabilizada de 8.000 bpd (barris por dia).

Com isso, a PRIO ultrapassou a marca de produção de 100.000 bpd. Antes do início da campanha de revitalização do campo de Frade, esperávamos que a PRIO produzisse cerca de 30 mil barris por dia nesta operação em 2023, e agora a produção já está na marca de 60 mil, demonstrando a forte execução e capacidade de geração de valor da empresa em campos maduros. Por fim, destacamos que o sentimento do mercado em relação ao petróleo melhorou com base nas recentes restrições de oferta da OPEP+ e uma desaceleração no crescimento nas plataformas dos EUA.

Como resultado, os preços do petróleo poderiam sustentar os atuais US$ 80 pelo resto do ano. Apesar do forte rali dos últimos meses, que levou a ação a novas máximas históricas, observamos também uma vasta revisão para cima em seus fundamentos, de forma que ainda vemos PRIO3 negociando a um múltiplo EV/EBITDA atrativo para 2024, que é 25% mais barato do que os pares da empresa no Brasil, apesar da PRIO ser indiscutivelmente o player mais premium entre as empresas juniores.

No entanto, em nosso cenário base, não esperamos gatilhos no curto prazo do mesmo calibre dos poços em Frade, com o próximo grande gatilho sendo a inicialização de Wahoo apenas no 2T24, embora possamos ver algum fluxo de notícias positivas em 2023.

Rede D’Or

 A Rede D’Or é a maior rede integrada de cuidados de saúde no Brasil, possui 69 hospitais próprios em operação, 3 hospitais administrados, 54 clínicas oncológicas, além de atuar em serviços complementares como banco de sangue, diálise e ambulatórios de diversas especialidades.

Na Bolsa, é o maior player entre os operadores de hospitais com valor de mercado de quase R$ 72 bilhões, o que a coloca como a alternativa de maior liquidez para o investidor estrangeiro e institucional. Além disso, este subsegmento ainda é muito fragmentado, e existe espaço para a companhia continuar crescendo de forma orgânica e inorgânica (através de M&A).

O resultado apresentado pela Rede D’Or no 2T23 foi positivo, com forte melhora do índice de Sinistralidade Médica (MLR) da SulAmérica, tendência que deve continuar evoluindo no 3T23, em nossa opinião, a partir da concentração de aumentos de preços e do menor aumento potencial das provisões. Isso nos leva a interpretar como injustificável a queda observada no mês de agosto, por isso reafirmamos recomendação de Compra para RDOR3, e classificamos o ativo como Top Pick do setor de saúde.

Vale

Embora entendamos que o quadro global permaneça confuso, especialmente porque a reabertura chinesa não conseguiu ganhar força, mantemos nossas estimativas de preço do minério de ferro de US$ 110/tonelada em 2023 e US$ 100 em 2024 (contra preços à vista atualmente perto de US$ 115). Em um relatório recente (clique aqui para maiores detalhes), deixamos um pouco de lado a China e outros temas macroeconômicos e discutimos os oito principais fatores relativos à tese de investimento da Vale, muitos dos quais parecem estar num ponto de inflexão.

Assim, mantemos uma visão positiva para VALE3, além do preço-alvo de R$ 92,00 inalterado, pois vemos a ação sendo negociada próxima de 4x o múltiplo EV/EBITDA para 2024, considerando o minério de ferro a US$ 100, o que nos parece minimamente conservador – sem mencionar o desconto de mais de 25% que as ações guardam para seus pares internacionais, como BHP e Rio Tinto.

Fontes: Equipe de Research da Ágora Investimentos

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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