Estratégia em ações setembro 2023

Estratégia em ações setembro 2023

Estratégia em ações setembro 2023. Leia abaixo o relatório Estratégia Mensal, elaborado pela Ágora Investimentos, corretora do Bradesco, com a análise para o próximo mês.

CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

Estratégia mensal

Argumentamos em nossos últimos relatórios que o cenário prospectivo de queda de juros no Brasil seria o gatilho fundamental para mudança gradual nos fluxos de investimentos e que, considerando o valuation atraente da bolsa, poderíamos ver a continuidade da busca por ações – fato que não aconteceu em agosto. Momentos de queda da bolsa, geralmente, levam analistas e investidores a revisarem suas teses (ou testarem suas convicções).

Afinal, havia grande expectativa pelo início do ciclo de cortes na Selic, que de fato começou em agosto, mas que, de forma surpreendente, foi acompanhado por um período de quedas sequenciais do Ibovespa. Poderíamos argumentar que a queda na Selic já estava “no preço” e que houve certa apreensão com discussões políticas/fiscais.

No entanto, justiça seja feita, atribuir o mau desempenho à fatores apenas domésticos não nos parece correto, uma vez que o mês que se encerra foi marcado também por correção nas bolsas globais (o valor de mercado caiu mais de US$ 5 trilhões), sobretudo nos mercados europeus e norte-americanos.

Fazer um exercício para explicar o passado, no entanto, parece menos producente do que olhar para frente em nossa opinião – e esta é justamente a proposta para o relatório Estratégia de Setembro. De forma objetiva, vamos tentar responder às principais perguntas que os investidores têm feito nas últimas semanas.

Investir em renda variável ainda é recomendado?

Em nossa visão, sim! Estamos confortáveis com a nossa posição de que a Bolsa brasileira continua barata, o que naturalmente, abre espaço para compra de ações de forma criteriosa para investidores com olhar para o longo prazo.

Em inúmeras ocasiões, no entanto, argumentamos que não estávamos diante de um bull market (mercado de alta) e, reforçamos nossa convicção nesta tese. A esperada desaceleração econômica no Brasil, os desafios fiscais já sabidos e, sobretudo, o cenário externo absolutamente desafiador, são quase proibitivos para uma alta generalizada das ações em Bolsa.

Houve melhora dos fundamentos no Brasil?

Entendemos que sim. A resiliência da economia brasileira, principalmente no 1º trimestre, somada à importante aprovação do arcabouço fiscal, a queda na inflação e o avanço de outras pautas, como a Reforma Tributária, foram condições fundamentais para iniciarmos o 2º semestre com queda nos juros. Apesar de reconhecermos esta melhora relativa, não nos esquecemos dos desafios, principalmente aqueles relacionados à necessidade de se ajustar as contas públicas a partir do aumento da arrecadação – o principal desafio daqui em diante.

Ao mesmo tempo em que olhamos para frente e nos deparamos com um ambiente de queda da Selic, difícil ignorar o fato de que o juro médio ainda permanecerá elevado durante muitos meses.

Como o cenário externo pode influenciar na performance da Bolsa?

Entendemos que o cenário externo se configura como o principal fator de risco para o desempenho dos nossos ativos no curto e médio prazo. Nos preocupa o fato de que a economia americana possa enfrentar um período de juros restritivo por mais tempo e que, eventualmente, o risco de recessão se torne o cenário base mais à frente (risco para os preços dos ativos). Soma-se a isso o fato de a China continuar sendo uma grande incógnita. Ao mesmo tempo que segue com dados indicando fraco crescimento, o gigante asiático anuncia medidas de estímulos com frequência – a maioria deles, até então, tem surtido efeito limitado sobre os mercados e a confiança dos investidores/consumidores.

Como se posicionar neste cenário?

Em geral, as escolhas para alocação em Bolsa tendem a ser individualizadas. Gostamos da classe das small caps para o atual ponto do ciclo (ainda no início da trajetória de queda da Selic) e vemos com maior cautela à exposição a empresas ligadas ao crescimento global. Sob um cenário ainda desafiador do ponto de vista macroeconômico, gostamos de histórias com eventos específicos, tais como privatização, crescimento via fusões e/ou aquisições (M&A), melhor momento para resultados, reestruturação, entre outros.

Ponto de atenção

A Reforma Tributária deve ganhar espaço nas discussões dentro do Congresso ao longo dos próximos meses e os efeitos sobre os diferentes setores ainda são desconhecidos. Desta forma, a diversificação em Bolsa se faz ainda mais necessária. Recapitulando o início do texto, embora momentos de queda da Bolsa, como o observado em agosto, possam sugerir mudanças na tese, este não é o caso até o presente momento.

Acreditamos que o fluxo de recursos em busca de maiores rendimentos, em função da queda da Selic, deva ser direcionado (em grande medida) para a Bolsa – e que é difícil apostar contra esse mercado neste momento, portanto. Ao mesmo tempo, riscos importantes no cenário e eventuais “acidentes de percurso” (naturalmente, impossíveis de serem previstos) nos deixam convictos da importância de se investir em ativos de qualidade e sólidos fundamentos, mais do que nunca.

(*) Fontes de conteúdo: Equipe de Research da Ágora Investimentos.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

Gostou? Compartilhe nas Redes Sociais:
Facebook
Twitter
LinkedIn
Receba em primeira mão nossas novidades

Assine nossa Newsletter

Baixe já nosso App