Ação do Assaí (ASAI3) dispara após balanço do segundo trimestre de 2023

Ação do Assaí (ASAI3) dispara

A ação do Assaí (ASAI3) disparou no pregão de 27 de julho de 2023 após o balanço do segundo trimestre de 2023, divulgado na noite de ontem (26/07).

A ação figurou ao longo do pregão como a maior alta do Ibovespa, ou entre as maiores altas do principal índice da Bolsa brasileira (B3).

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Relatório da Levante sobre Assaí (ASAI3)

O Assaí (ASAI3) divulgou, na noite desta quarta-feira (26), seus resultados referentes ao 2T23. Apesar do impacto da deflação, que já era esperado, e da forte base comparativa, o Assaí apresentou surpresas positivas, tais como:  maior alavancagem operacional, com as lojas convertidas registrando faturamento acima do esperado; melhora na margem EBITDA Ajustada (7% do Assaí vs. 5,7% do Atacadão); e forte geração de caixa, resultando em uma redução da alavancagem de 0,2x na visão sequencial, para 2,6x dívida líquida/EBITDA.

A receita líquida apresentou um forte crescimento de +20,3% a/a, atingindo R$ 16 bilhões no período. O resultado é reflexo da forte contribuição das 60 lojas inauguradas nos últimos 12 meses, com as lojas convertidas registrando faturamento acima da média da companhia, com múltiplo de vendas de 2,5x em relação ao formato de hipermercado. O indicador vendas mesmas lojas (SSS) veio negativo em -1,7%, porém, melhorando gradualmente ao longo do trimestre e alcançando nível positivo em junho.

Ainda assim, o SSS do Assaí (-1,7%) veio melhor do que o do Atacadão, que reportou SSS negativo em -4,3%. O lucro bruto da companhia totalizou R$ 2,6 bilhões, o que representa um crescimento de 19,5% a/a, com margem bruta de 16%, praticamente estável em relação ao 2T22 (-0,1 p.p. a/a).

O desempenho é resultado da performance resiliente das conversões, que, por conta da localização privilegiada, com maior proximidade dos consumidores de renda mais elevada, possuem maturação acelerada e margens maiores do que as lojas orgânicas. Já o EBITDA Ajustado atingiu R$ 1,1 bilhão no trimestre, o que corresponde a um crescimento de 13,8% a/a.

A margem EBITDA Ajustada atingiu 7% no período, acima das estimativas (6,6%) e avançou na visão sequencial (6,3% no 1T23), mesmo com mais de 35% das lojas em fase de maturação, evidenciando a expansão bem-sucedida e a maturação acelerada das conversões.

O resultado financeiro líquido pós-IFRS15 foi de R$ 628 milhões, equivalente a 3,9% da receita líquida, impactado pela taxa de juros e pelo maior volume de dívida bruta para fazer frente à expansão da varejista. Na última linha, o lucro líquido foi de R$ 156 milhões no trimestre encerrado, queda de -51,1% vs. 2T22, com forte pressão da alavancagem e da taxa de juros alta.

O 2T23 foi impactado negativamente por uma queda nos preços dos alimentos e commodities (soja, milho e trigo), que acabou pressionando o crescimento do faturamento bruto dos atacarejos no período, visto que a desinflação alimentar ainda não vem acompanhada por uma recomposição de volume (maior quantidade de produtos na cesta).

Enquanto a inflação antecipa o consumo, a deflação provoca um comportamento contrário, postergando o consumo, levando principalmente o consumidor B2B a estocar menos para aproveitar a queda dos preços nas prateleiras.

Apesar disso, o impacto negativo no Assaí foi bem menor do que o registrado pelo Atacadão, visto que este último tem uma maior exposição ao B2B. Diante disso, o Assaí trouxe surpresas positivas no seu resultado do 2T23, como a maior alavancagem operacional, com as lojas recém convertidas registrando um uplift de vendas 2,5x maior do que o formato de hipermercados Extra, performance acima do projetado pela companhia de 2,2x. Com uma maior alavancagem operacional, a margem EBITDA Ajustada atingiu 7% e superou tanto as estimativas quanto a margem EBITDA do Atacadão no período.

Além disso, destacamos a forte geração de caixa operacional da varejista, que atingiu R$ 5,4 bilhões nos últimos 12 meses, equivalente a uma melhora de R$ 2,6 bilhões na comparação com o 2T22.

O resultado reflete principalmente, uma melhora significativa na dinâmica de capital de giro na linha de fornecedores e uma melhora de 6 dias em estoques, além do desempenho operacional consistente mesmo em um contexto de forte expansão.

A melhora na geração de caixa contribuiu para a desalavancagem da companhia, fazendo com que a dívida líquida/EBITDA saísse de 2,72x no 2T22 e de 2,78x no 1T23, para 2,62x no 2T23, mesmo em um momento de investimentos elevados.

Um dos principais marcos do trimestre foi a conclusão de aproximadamente 90% do projeto de conversão de hipermercados, com 57 conversões no total, sendo 5 delas realizadas no 2T23, ao passo que a companhia encerrou o primeiro semestre do ano com 270 lojas em operação, correspondendo a uma expansão de 34% na área de vendas nos últimos 12 meses.

O cronograma de expansão para 2023 é de 30 inaugurações, sendo que 10 delas já foram inauguradas neste ano e mais de 20 lojas estão em fase de obras.

Destacamos ainda, que, com a posse do novo Conselho de Administração, majoritariamente independente (7 membros independentes de 9 no total), a empresa consolidou sua posição de True Corporation, com 100% do capital pulverizado, o que enxergamos como um marco importante para a companhia, devendo levar o mercado a deixar de atribuir um desconto de governança no valuation da ação, e torná-la ainda mais atraente para investidores internacionais.

Ressaltamos também o valuation atrativo do Assaí, que negocia a 8,7x P/L para 2024, reforçando nossas perspectivas positivas para a companhia.

(*) Fontes de conteúdo: B3, CVM, Assaí RI e Levante

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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