O que você vai ver neste artigo:
Lucro líquido gerencial do Santander Brasil recua 45%
O lucro líquido gerencial do Santander Brasil alcançou R$ 2,309 bilhões no 2º trimestre de 2023, queda de 45% na comparação anual, e alta de 7,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.
No segundo trimestre de 2023, a Rentabilidade (ROAE) recorrente foi de 11,2%.
“Seguramente a quer voltar ao patamar de ROE mais alto, para próximo de 20%, mas com um mix de portfólio bastante diferente do que havia sido feito antes. Mas não será nesse ano, vai demorar mais trimestres”, disse Mario Leão, presidente do Santander Brasil, em entrevista coletiva concedida na manhã de 26 de julho de 2023.
- IR da Bolsa: Como resolver com a ajuda do aplicativo Grana
- Aplicativo Grana Capital faz IR da Bolsa em 15 segundos
CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

A quantidade de clientes vinculados atingiu 8,7 milhões de clientes (+2% na comparação anual), enquanto a base total alcançou 63,3 milhões, crescendo 13% no ano.
“Seguimos com foco estratégico no nosso segmento de alta renda, o Select, que ampliou sua base de clientes em 42% no ano, com uma proporção de vinculados sobre a base total 3 vezes maior que no varejo Pessoa Física. Como resultado, ampliamos as receitas totais, em 3,1% no trimestre e 0,1% no ano, com viés de evolução ao longo do ano”, informou o presidente do Santander Brasil, Mario Leão, em sua apresentação de resultados.
Principais trechos da entrevista do presidente do Santander
“Estamos confortáveis, o pico da geração de inadimplência já passou. O custo de crédito segue caindo. Já passamos pelo pior. É uma afirmação baseada no contexto macro. A gente acredita que (na reunião) do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em agosto, começa a cair os juros básicos”.
“Custo de crédito segue melhorando com a qualidade das novas safras”.
“O viés é de alta para Bolsa, principalmente com o cenário de queda dos juros. O fluxo de capitais continua vindo para o Brasil, não tem tanta alternativa para investidor estrangeiro. O investidor local estava pessimista, e isso mudou”, respondeu Mario Leão, ao Blog do Grana.
Segundo Leão, a atuação da Toro é fundamental para estratégia do Santander no mercado de Bolsa.
“Neste trimestre adquirimos a totalidade da Toro, trazendo como sinergias da operação a tecnologia, uma das melhores plataformas para gestão de assessores do mercado, maximização da oferta, principalmente em produtos de renda variável, educação com expertise em geração de conteúdo, que possibilita maior conquista e engajamento de clientes, e experiência de clientes”, afirmou Leão, em sua apresentação aos jornalistas.
Apresentação do presidente do Santander Brasil Mario Leão
“Começamos a sentir os efeitos positivos da maior seletividade de crédito aplicada a partir do final do 4º trimestre de 2021. Observamos melhora da PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) e do indicador de inadimplência de curto prazo nesse trimestre, evidenciando a qualidade das safras novas, o que permite viés de melhora do custo de crédito ao longo de 2023 e capacidade de retomada de crescimento.
Mesmo com uma seletividade na originação, que resulta em spreads menores dado o foco em clientes com melhor perfil de riscos, observamos um aumento novamente da margem com clientes no trimestre, principalmente por volumes. Além disso, a margem de mercados apresentou evolução relevante no trimestre por conta da reprecificação do banking book, e possui viés de baixa ao longo do ano. Seguimos avançando na construção dos nossos pilares de crescimento:
Somos um Banco digital com lojas e através do fortalecimento da multicanalidade, queremos estar onde, como e quando o cliente desejar, com uma oferta simples e completa. Assim, por meio de nossa inteligência de dados, conseguimos conhecer ainda melhor o nosso cliente, entendendo seu ciclo de vida, buscando a principalidade.
Rentabilização da base de clientes impulsiona o crescimento da franquia. Temos uma estratégia orientada ao cliente, trabalhando constantemente para sua melhor experiência, jornada e satisfação, permitindo aumentarmos a conquista e vinculação, por meio de CRM, folhas de pagamento, assessoria de investimentos customizada e oferta completa de produtos, parcerias e fidelidade.
Também avançamos no foco na alta renda, uma grande alavanca de crescimento, na qual ambicionamos sermos a plataforma líder de serviços premium do Brasil. Tudo isso com alto comprometimento com a qualidade de nossos serviços, que se traduz em satisfação, levando a uma evolução do nosso NPS nos canais de vendas.
Expansão dos negócios e receitas por meio de um ecossistema completo, com grandes oportunidades de cross-sell, maximizando seu valor pela conquista e rentabilização de clientes, além da monetização de participações, com destaque para a compra da totalidade da Toro, venda de 40% da participação acionária da Webmotors e lançamento da Tools Digital Services. O caso da Webmotors se tornou um exemplo de ganho de valor, por sua sinergia com o ecossistema.
Como alavancas de nosso crescimento, destacamos: Investimentos PF: seguimos expandindo nossos passivos, com a Toro, com grande potencial de sinergia, por tecnologia, complementação de oferta, educação financeira e melhora da experiência, e com o AAA, em que continuamos com o plano acelerado, alcançando a nossa ambição de 1,3 mil assessores e com um novo compromisso de 2 mil até o 1T24. O Private, com expertise global e forte atuação local, segue com boa evolução em captação líquida.
Em Empresas, nos mantemos comprometidos com a construção da plataforma de referência para PJ. No Atacado, somos líderes em trade finance e em câmbio, além de sermos a 2ª maior comercializadora de energia independente e de ocuparmos o 2º lugar no ranking de commodities agrícolas.
Também aceleramos o crescimento da carteira ampliada, principalmente de títulos privados. Em PMEs, ênfase na conquista de clientes e aumento da transacionalidade, que permitiu crescimento de receitas de dois dígitos no ano.
No Agro, atuamos em toda a cadeia de valor, fortalecendo o ecossistema, com soluções completas, alcançando R$ 42 bilhões de carteira total e avançando na transformação digital.
Em cartões, firmamos uma parceria com a Live Nation, expandindo a presença no setor cultural do país, e avançamos na oferta de PJ.
Em Financiamento ao Consumo, seguimos como líderes de mercado em veículos PF e focamos na qualidade das novas concessões.
Em consignado, continuamos com forte ritmo de produção, acima do mercado, e avançando na digitalização e rentabilização de convênios.
Com Inovação e Tecnologia, seguimos alavancando o negócio por meio da nossa cultura tecnológica. Avançamos com a F1RST, nosso braço de tecnologia, com cultura alinhada à nossa ambição, inovando e acelerando nossos negócios, e lançamos a Tools Digital Services, tendo sido também o 1º Banco a lançar uma empresa de serviços e operação, com ambição da ampliação da oferta para o mercado em 2024.
Também somos o único banco com data center Tier IV na América Latina. Continuamos com velocidade de nossas entregas e trazendo a inteligência de dados como um dos pilares do nosso negócio. Todas as nossas conquistas são apoiadas por nossas pessoas, por meio de uma cultura única e horizontal baseada em empoderamento, protagonismo e diversidade, construindo uma empresa em que “todos são negócio”, pensando como cliente e como vendedor, responsáveis pela experiência e satisfação do cliente.”
Estratégia do Santander
A nossa estratégia de centralidade no cliente, que busca a melhoria constante de sua experiência, jornada e satisfação, proporciona crescermos a nossa base de clientes de forma sustentável, por meio da conquista e vinculação, além do aumento da rentabilização da base.
No ano, conquistamos 3,5 milhões de clientes e seguimos aproveitando as oportunidades do nosso ecossistema Santander, potencializando a geração de resultado por meio do cross-sell, com a aquisição de 432 mil clientes por folhas de pagamento, 234 mil pela Financeira, 237 mil por Universidades e 137 mil pelo Prospera. Continuamos promovendo a maior vinculação da nossa base, por meio de pilares estratégicos como CRM, folhas de pagamento (69% dos clientes vinculados são advindos desta alavanca), assessoria de investimentos customizada e oferta completa de produtos, parcerias e programa de fidelidade, dado seu potencial de rentabilidade. A receita por cliente vinculado cresceu 12% em dois anos.
Foco na alta renda
Possuímos 881 mil clientes (+42% YoY), com ambição de atingirmos 1 milhão de clientes em dezembro de 2023. Destaque para a conquista e vinculação, com crescimento de clientes vinculados em 42% em dois anos, evidenciando nossa capacidade de compreender as necessidades de nossos clientes ao ressignificarmos o segmento alta renda há um ano, com uma nova oferta de valor a este público. O segmento é uma importante alavanca na geração de rentabilidade e novos negócios, já que em comparação com o cliente Varejo PF, o cliente de alta renda é 3x mais vinculado e a receita de um cliente Select vinculado é 8x superior. Além disso, 67% dos clientes Select possuem investimentos.
A carteira de crédito deste público cresceu 55% em dois anos e já representa 22% da carteira de Varejo PF (+5 p.p. em 2 anos). Toda esta expansão foi acompanhada por crescimento de receitas totais, com evolução de 3x em relação ao crescimento das receitas do Varejo PF em 2 anos, com crescimento de 34% nesse período, e de satisfação dos clientes, atingindo NPS de 63 pontos, com evolução de 0,5 ponto no ano.
Relatório da Levante sobre Santander Brasil (SANB11)
O Santander (SANB11) divulgou que seu lucro líquido recorrente no segundo trimestre de 2023 (2T23) foi de R$ 2,309 bilhões, o que representa uma queda de 45% em relação ao mesmo período de 2022, conforme informado pelo banco.
O ROE foi de 11,24% no 2T23, registrando uma queda de -961 pontos-base em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A margem financeira bruta do banco, que engloba os ganhos provenientes de operações com rendimentos de juros, totalizou R$13,579 bilhões, apresentando um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pela margem com mercado, que reflete os resultados da tesouraria do banco. Apesar de ter registrado uma perda de R$ 843 milhões, esse número foi 44% melhor do que o observado um ano antes e 28% superior ao do trimestre anterior.
A tesouraria do Santander reportou resultados negativos em operações de tesouraria, especialmente em derivativos e câmbio, que somaram R$ 1,311 bilhões, devido ao aumento da taxa Selic e à consequente abertura da curva de juros futuros no mercado. O banco possui posições majoritariamente pré-fixadas, o que ocasiona uma desvalorização em um cenário de alta de juros.
Em relação às margens com clientes, o resultado do trimestre foi de R$ 14,422 bilhões, representando um crescimento de 1% em comparação com o mesmo período do ano anterior e de 0,7% em três meses. Essa linha contabiliza os resultados das operações de crédito. Os spreads (diferença entre o custo de captação e os juros cobrados) caíram 1,6 ponto porcentual em um ano, ficando em 9,9%. É relevante destacar o foco do banco em aprimorar a qualidade de sua carteira de crédito, principalmente na originação, o que explica a queda nos indicadores de crescimento nesse segmento.
Essa dinâmica reflete a diminuição nos spreads aplicados, mas contribui significativamente para o aprimoramento do perfil de risco do banco. A perspectiva é de que, nos próximos trimestres, os volumes nas originações voltem a crescer, mas com um enfoque maior na qualidade. Ao final de junho, o Santander Brasil possuía R$1,096 trilhão em ativos totais, o que representa um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. Em comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve um acréscimo de 4,5%.
Quanto à despesa com provisão para crédito de liquidação duvidosa, ela atingiu R$5,980 bilhões, apresentando um aumento de 4,1% em relação ao ano anterior. O aumento no provisionamento ainda reflete o impacto do evento de Americanas, que foi provisionado na totalidade neste trimestre, e não no 1T23, como alguns pares fizeram.
É importante ressaltar que o banco reverteu a provisão sobre PIS/Cofins, que havia sido desfeita no primeiro trimestre do ano, impactando negativamente o preço de tela após decisão do STF sobre essa alteração tributária.
O resultado reportado aponta para ajustes estruturais feitos pelo banco, no sentido qualitativo dos negócios Core, envolvendo especialmente as carteiras de crédito de Pessoas Físicas e Pequenas e Médias Empresas.
Adicionalmente, conforme apontado na teleconferência de resultados, não existe uma busca por expansão de base de clientes, de maneira geral, mas sim um trabalho interno com os clientes com rating mais elevado para que o Santander seja o principal banco destes, significando ofertas de produtos personalizados e atendimento diferenciado.
Diante disso, os dados apresentados sobre níveis decrescentes quanto a indicadores de risco de capital, como Basileia, índice de cobertura, rentabilidade em queda e PDD expandida, ainda reforçam a mudança estrutural do banco em busca de um maior nível de qualidade em sua operação.
(*) Fontes de conteúdo: Santander Brasil e Levante

O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
