Limite da redução de preços da Petrobras
O limite da redução de preços da Petrobras pode ser alcançado em agosto de 2023, segundo relatório da casa de análise Levante.
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Relatório da Levante sobre Petrobras (PETR3/PETR4)
No dia de ontem (19) o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, afirmou que a nova política de preços é boa para o Brasil. Este modelo vem sendo implementado desde o mês de maio, quando houve a troca do conselho de administração, dando espaço para que os indicados de Lula assumissem a liderança da petroleira. Prates explicou que a orientação de Lula, que também é compromisso de campanha, vai na linha de “abrasileirar” os preços dos combustíveis comercializados pela Petrobras.
Segundo o executivo, não faz sentido um país produtor de petróleo igualar os preços vendidos ao chamado PPI (Preço de Paridade Internacional). De fato, a Petrobras é uma produtora eficiente de petróleo e consegue trabalhar abaixo dos preços internacionais e ainda ter algum lucro.
No entanto, essa divergência tem um certo limite, uma vez que embora o Brasil seja autossuficiente na extração de petróleo, o país não é auto suficiente em refino do “ouro negro” – com isso, precisamos exportar 30% de nossa extração de petróleo bruto e importar os mesmos 30% de petróleo refinado.
Ocorre que se a Petrobras pratica preços muito abaixo da paridade internacional, distribuidoras que fazem este trabalho no setor privado (de importar produto refinado de fora do país) precisam parar com essa atividade uma vez que vão ter prejuízos ao vender no mercado interno se a líder do setor estiver vendendo o mesmo produto muito mais barato.
Sendo assim, a petroleira estatal precisa entrar no mercado e importar os 30% adicionais de petróleo refinado já em forma de combustível para evitar um desabastecimento no mercado internacional – dessa forma, tendo parte de seus custos atrelados ao chamado PPI (Preço de Paridade Internacional).
Em uma conta simples, a Petrobras teria 30% do seu produto vendido no mercado interno com custos de PPI, hoje por volta de 80 dólares o barril, mais o custo de frete. Os outros 70% vêm do custeio de extração e produção da própria empresa, que hoje está por volta dos 40 dólares o barril se considerarmos as despesas totais da empresa.
“Abrasileirar” os preços de combustível seria algo como fazer uma média ponderada dos fatores acima mencionados e colocar uma margem para que a empresa entregue um pequeno lucro aos acionistas.
Com estes pontos colocados, até onde o CEO da Petrobras poderia ir com os preços dos produtos vendidos pela Petrobras para atender as demandas de Lula sem endividar novamente a empresa?
Caso o petróleo fique nestes 80 dólares, em nossas estimativas, a Petrobras poderia trabalhar 23,5% abaixo do preço de paridade internacional sem ferir seu balanço. Atualmente, a companhia está trabalhando 16,5% abaixo do PPI, não sendo o melhor cenário para o acionista, mas que de fato não chega a prejudicar a saúde financeira da petroleira.
No entanto, existem falas do próprio Jean Prates, CEO da companhia, que dão conta de mais uma redução de 7% nos preços praticados pela empresa já agendada para entrar em vigor no mês de agosto. Caso mais a redução seja efetivamente executada, e os preços internacionais se mantenham em US$ 80 o barril, a Petrobras irá ficar exatamente em cima dos 23,5%, ponto esse que podemos chamar de “O limite do populismo sustentável”.
Se é que existe alguma sustentabilidade para políticas dessa natureza – usualmente este tipo de postura acaba gerando problemas de mercado em algum momento.
(*) Fontes de conteúdo: CVM, B3 e Levante.

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