Investimento anjo em startups recuou 2% no Brasil
O investimento anjo recuou 2% em 2022 em comparação ao ano anterior (2021), mesmo superada a pandemia. No ano passado foram aportados em startups cerca de R$ 984 milhões pelos investidores anjos brasileiros. Por outro lado, o número de investidores anjo apresentou um crescimento de 2% e hoje são 7.963 investidores anjo no Brasil.
Os dados fazem parte da pesquisa realizada pela organização Anjos do Brasil.
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A pesquisa também levantou a perspectiva dos investidores para 2023 que esperam ter uma redução de pelo menos 4%, a pior expectativa desde o início da série histórica em 2011, sendo a primeira vez que projetam uma redução nos seus investimentos.
“Infelizmente vimos um recuo no volume de investimentos em startups em 2022 em comparação com 2021 como um todo, sendo que o investimento anjo apresentou menor redução do que outros investidores como os fundos de Venture Capital, mostrando sua resiliência mesmo diante de cenário adverso como a taxa de juros elevada, além de ter sido um ano de muitas incertezas geradas pela guerra da Ucrânia, alta da inflação e a acirrada disputa eleitoral brasileira. O que manteve o patamar de investimento anjo foi o aumento no número de investidores, compensando a queda nos valores aportados individualmente”, afirmou Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil
“Investimento em startups precisa de estímulo e apoio para crescer e atingir todo seu potencial, que deveria ser R$ 10 bilhões ao ano, proporcionalmente ao efetuado outros países mais desenvolvidos. Como pessoas físicas, o investidor anjo compara esse investimento de maior risco com os demais ativos de seu portfólio, aplicando análises de risco retorno e deixando de investir todo seu potencial. Embora nenhum investidor anjo faça esse tipo de aporte somente por retorno financeiro e tenham sempre um proposito maior ao investir, é certo que o impacto da macroeconomia e volatilidade de ativos tem um impacto no volume aportado nas startups ao longo do ano. Esperamos que a proposta de reforma tributária contemple no mínimo uma equiparação no tratamento no investimento em startups, com relação a outros investimentos na economia real, como os do setor imobiliário e empresas listadas em bolsa de valores com valor de até R$ 700 milhões, em que investimentos nelas têm isenção fiscal, além de ser possível a compensação de perdas nos ganhos”, disse.
Conforme explica o fundador da Anjos do Brasil:
“Importante observar que apesar da evolução que tivemos na última década no volume de investimento anjo, ainda estamos muito aquém do que nosso potencial. Considerando a relação do PIB dos países é de cerca de 14x, o investimento anjo no Brasil deveria ser de pelo menos R$ 10 bilhões. Para que o Brasil atinja todo seu potencial é necessário a criação de políticas públicas de fomento ao investimento em startups conforme recomendação da OCDE, que é aplicada em diversos países, incluindo todos os BRICS, exceto pelo Brasil. hoje, o volume de investimento no Brasil é apenas 0,7% do que é investido em startups nos Estados Unidos, que somam aproximadamente US$ 29 bilhões anualmente”, afirmou.
Importante destacar que as políticas de equiparação no tratamento tributário foram retiradas do Marco Legal das Startups e especificamente o artigo 7º que previa a compensação de perdas com ganhos, como é feito em investimentos em ações de empresas listadas na Bolsa, foi vetado pelo Governo e confirmado o veto pelo Congresso Nacional em abril/22, mantendo-se uma situação de desequiparação no tratamento tributário. Ou seja, o investimento em startups é penalizado enquanto outros investimentos em empresas bem maiores, como as listas em Bolsa e emissoras de Debentures incentivadas é isento, o que cria um desestimulo para as startups.
Perfil dos investidores anjo brasileiros:
A diversidade é um requisito para a inovação, é fundamental que todas as pessoas se envolvam em ações para aumentar a participação dos mais diversos perfis no universo de startups e investimento. A ação individual e coletiva precisa estar no sentido de estímulo a diversidade.
”A pesquisa inclui pela terceira vez um levantamento de raça ou cor dos respondentes que aponta que a maioria dos investidores anjo brasileiros são brancos (86%), com 6,6% se declarando pretos, pardos ou indígenas e 5% amarelos. Este dado, associado com a participação de 18% versus 16% em 2021 de mulheres no universo de investidores traz um sinal de evolução, ainda é lenta no ecossistema brasileiro”, afirma Maria Rita Spina Bueno, conselheira da Anjos do Brasil.
Setores de maior interesse por investidores
A pesquisa também mapeou quais setores os investidores têm mais interesse, tendo destaque as Agritechs, com 58% de interesse, seguida por SaaS (Software-as-a-Service), com 49%, Tecnologias para Saúde e Educação com 48% e 45% respectivamente, acima das Fintechs com 42%.
Neste ano, se destacou também o crescimento pelo interesse pelas startups de tecnologias como inteligência artificial, bigdata, realidade virtual/aumentada, as chamadas Deeptechs, indicada por 41% dos respondentes.
Os dados foram apresentados durante o 9º Congresso Anual de Investimento Anjo (CIA2023) da Anjos do Brasil.
(*) Fonte de conteúdo: Anjos do Brasil e 9º Congresso Anual de Investimento Anjo (CIA2023).

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