Mercado de capitais é a saída para o crescimento e desenvolvimento do Brasil? | Por Alex Agostini

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Mercado de capitais é a saída para o crescimento e desenvolvimento do Brasil? | Por Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating

O mercado de capitais é a saída para o crescimento e desenvolvimento do Brasil?

É notório, e muito evidente, que as instabilidades econômicas e políticas no ambiente doméstico brasileiro têm fomentado e acelerado as transformações no mercado de capitais nacional desde o início da década de 2000, com o surgimento de novos instrumentos de captação de recursos de renda fixa e com a regulamentação dos atores deste mercado, como, por exemplo, as agências de classificação de risco de crédito, conforme a Instrução CVM 521 de 25 de abril de 2012, que foi atualizada pelas Instruções 605/2019 e 609/2019, e revogada pela Instrução CVM nº 9/2020, portanto, seguindo o processo de modernização que, em breve, vai mudar de patamar com a entrada em vigor da Resolução CVM nº 175.

As instituições financeiras também vão se adaptar ao desenvolvimento mais acelerado do mercado de capitais no Brasil, já que os canais tradicionais de financiamento bancário serão, em parte, substituídos pelas emissões de títulos privados de médio e longo prazos como Debêntures, FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), que oferecem menos dispêndio com pagamento de juros e intermediação financeira, além de maiores volumes captados.

Em tempo, é importante destacar que o mercado de capitais foi a principal fonte de financiamento do crescimento e desenvolvimento das economias centrais como, por exemplo, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Inglaterra, pois, que potencializou o nível de investimentos das empresas via participação acionária, mais especificamente emissão de ações, e seu início ocorreu no século 16 com a fundação da bolsa de Frankfurt, na Alemanha. Ou seja, por essa referência, são mais de 400 anos de atraso da economia brasileira no fomento a sua capacidade de expansão produtiva.

Na década de 1990, as captações de recursos via mercado de capitais brasileiro contavam praticamente com apenas dois tipos de emissões: Ações e Debêntures. Porém, no final da década, em 1999, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) começaram a dar seus primeiros passos com registros de operações nos agentes reguladores e, na sequência, em 2002, foi a vez dos FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) entrar em cena e, nos dias atuais, ser um protagonista desse mercado.

Segundo dados da ANBIMA, no período compreendido entre 1995 e 2023, o mercado de capitais brasileiro acumulou um total de R$ 3,0 trilhões em operações de captações de recursos via emissões de Ações (IPOs e Follow-ons), Debêntures, FIDCs, CRIs, CRAs, Notas Comerciais, Notas Promissórias, Letras Financeiras, Fiagros e FII (Fundos de Investimentos Imobiliários), distribuídos em um total de 15.358 operações.

Com relação ao volume financeiro, quando analisamos o desempenho histórico de cada modalidade (1995- Mar/2023), as Debêntures representam a maior parcela com 56,4% do total (ou R$ 1,68 trilhão), seguida por Ações com 21,3% (ou R$ 635,3 bilhões), e os FIDCs com 11,1% (ou R$ 329,9 bilhões). Se considerarmos o número de operações no mesmo período, as Debêntures mantêm a liderança com 29,6% do total, porém, mais apertada em relação aos instrumentos mais jovens: FIDCs (22,7%) e CRIs (24,4%).

Em termos de volume financeiro médio por operação, as Ações são destaque com R$ 1,05 bilhão, seguidas pelas Debêntures com R$ 370,9 milhões, os FIDCs com R$ 95,4 milhões e os CRIs anotando R$ 53,2 milhões de volume financeiro médio por operação.

E importante destacar que a modernização e diversificação do mercado de capitais brasileiro, com o advento das captações de recursos com emissões de dívidas privadas, têm sido importante canal de financiamento do desenvolvimento econômico nacional, visto que as operações de crédito realizadas pelas pessoas jurídicas (empresas), somente crédito com recursos livres, junto ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), que utiliza as tradicionais modalidades de crédito oferecidas pelos bancos, como, por exemplo, Desconto de duplicatas e recebíveis, Capital de Giro, Cheque especial, entre outras, tem se reduzido constantemente e passou de 78,6% do total no início do Plano Real (1996) contra apenas 51,5% em Mar/2023, considerando o volume total acumulado entre as operações com recursos livres e o total das operações de captações de recursos no mercado de capitais.

E, para o bem da nação, esse é um caminho sem volta!

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(*) Fonte de conteúdo: Artigo especial de Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, encaminhado ao Blog do Grana.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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