Ranking de Fiagros Fevereiro 2023
No Ranking de Fiagros Fevereiro 2023, conheça a rentabilidade dos fundos do agronegócio listados na Bolsa (B3).
O levantamento foi elaborado pela analista Anna Clara Tenan (CFA), da Órama Investimentos, com dados da Quantum Axis e encaminhado ao Blog do aplicativo Grana Capital.
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Neste mês, o dividend yield médio dos Fiagros negociados na Bolsa foi de 1,35%, gerando um retorno de 1,59% ao mês se considerado a isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos do Fiagro. O resultado equivale a 155% do CDI do período.

Top 5 DY (fev/23)

1. OIAG11 (Fator ORE): 1,64% a.m. (R$ 0,17)
2. HGAG11 (HGI Capital): 1,64% a.m. (R$ 0,45)
3. AGRX11 (Exes Gestora de Recursos): 1,56% a.m. (R$ 0,16)
4. AAZQ11 (AZ Quest): 1,53% a.m. (R$ 0,15)
5. VGIA11 (Valora Investimentos): 1,53% a.m. (R$ 0,15)
Análise da Órama sobre Fiagros em fevereiro de 2023
Em fevereiro deste ano, os 23 fundos negociados na Bolsa somavam R$ 7,16 bilhões em valor de mercado. Apesar do ambiente desafiador para o mercado primário de renda variável em um contexto de alta de juros, esta indústria vem demonstrando um crescimento e possui grande potencial, diante do tamanho do agronegócio na nossa economia.
Importante lembrar que apesar das discussões para a criação deste produto já existirem a algum tempo, a lei que institui o FIAgro é recente – de março/2021 – e ainda possui menos de 2 anos. Além disso, por se tratar de uma regulamentação provisória, a nova classe de ativos nasceu, em um primeiro momento, baseada em estruturas já existentes de FIPs (Fundos de Participações), FIDCs (Fundos de Direitos Creditórios) ou FIIs (Fundos Imobiliários). Durante seu curto período de vida, a maioria dos FIAgros que foram criados estão na casca de FIIs – fundos imobiliários que se tornaram queridinhos dos investidores pessoa física nos últimos anos.
Vale destacar que no final do ano passado, a CVM já se manifestou sobre a prioridade que vem dando na discussão da nova regulamentação específica para FIAgros. Estamos acompanhando estas novidades de perto e acreditamos que muitas indefinições/dúvidas serão solucionadas com o novo documento.
Isso é explicado pela natureza dos ativos investidos por esse tipo de fundo. Atualmente, a maioria dos FIIs FIAgros negociados na bolsa tem como objetivo o investimento em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). Os gestores vem preferindo esse tipo de produto, devido a demanda dos investidores.
Nos últimos anos vimos no mercado de Fundos Imobiliários um crescimento exponencial de FIIs de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), isso porque esses fundos tendem a conseguir entregar dividendos mais altos. Por se tratar de investimento em ativos de crédito, eles conseguem repassar mensalmente a receita advinda de juros e variação do indexador (IPCA, IGP-M, CDI). Enquanto isso, FIIs de Tijolo (aqueles que investem diretamente em imóveis) tem uma dinâmica distinta, tendo sua renda atrelada a contratos de aluguel, que são reajustados uma vez por ano, além de estarem sujeitos à impactos de vacância e renegociações.
Para os FIAgros, a situação é bem similar: aqueles que investem em CRAs tendem a entregar dividendos recorrentes mais altos do que aqueles que investem em terras diretamente. Além disso, este último apresenta características e riscos ainda pouco conhecidos pelo varejo. Diante deste cenário, os gestores observaram mais oportunidades na captação de FIAgros de CRAs.
Voltando ao motivo do retorno estar acima do CDI: diferente de CRIs, que normalmente tem seus lastros atrelados a indicadores de inflação, os CRAs historicamente apresentam mais operações atreladas ao CDI. Esta característica é bastante estratégica no contexto recente que vivemos de alta de juros. Além disso, segundo projeções da Órama, ainda é esperada a manutenção dos juros em patamares elevados para os próximos períodos, justificado pelas incertezas fiscais.
Diante disso, no fechamento de janeiro/23, 93% das carteiras de CRAs dos FIAgros estavam atreladas ao CDI com um spread médio de 5,03%. Obviamente, devemos considerar também as despesas dos fundos (taxas de administração, gestão, performance, custos de transações), que reduzem o resultado para o cotista. Entretanto, o que podemos concluir é que esses fundos conseguem entregar de forma recorrente um retorno líquido ainda acima do CDI, e isento de IR.
Vale destacar que estamos falando de um segmento resiliente e defensivo: o Agronegócio, com seu perfil anticíclico, vem representando a cada ano um percentual maior do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (em 2021 representou 27,5% do PIB). Para termos uma ideia da importância deste setor para nossa economia, principalmente em um momento de desaceleração econômica, dados recentes do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) feito pelo IBGE apresentaram uma estimativa para a safra agrícola de grãos. É esperado um aumento de 14,7% em relação à produção de 2022. Isso representa uma safra recorde de 302 milhões de toneladas de grãos, 38,8 milhões a mais do que a produção do último ano.
Neste contexto, o crédito subsidiado vem dando conta da demanda do setor, e por isso o mercado de capitais tem se tornado uma alternativa importante para empresas e produtores rurais. O crescimento do mercado de FIAgros possibilita o acesso ao crédito por empresas/produtores menores, que antes não estavam sendo atendidos. Agora estamos vendo emissões menores de CRAs sendo estruturadas para alocação dos FIAgros que estão captando recursos. Até então, os CRAs que saiam eram para financiamento de companhias de porte maior, e consequentemente com spreads mais baixos.
Investimentos e dividendos de Fiagros no IR 2023
Se você investiu ou ganhou dinheiro com Fiagro em 2022, vale alertar que os investimentos e dividendos de Fiagros (os fundos de investimento nas cadeias produtivas do agronegócios) devem ser declarados no Imposto de Renda da Pessoa Física 2023, mesmo com isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos.
Segundo a orientação da Receita Federal, qualquer tipo de investimento, mesmo com o rendimento isento do Imposto de Renda para pessoas físicas deve ser informado na Declaração (DIRPF).
A orientação para Fiagros é a mesma aplicada para dividendos de ações, caderneta de poupança, renda de aluguéis, rendimentos de fundos imobiliários, dividendos de fundos incentivados de infraestrutura, entre outras aplicações financeiras isentas do IR.
(*) Fonte de conteúdo: Anna Clara Tenan (CFA), analista da Órama Investimentos.
O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
