Lucro do Bradesco cai após provisão da dívida de Americanas
O lucro do Bradesco cai no 4º trimestre de 2022 após a provisão da dívida de Americanas, investigada por fraude contábil.
Segundo o balanço, o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 1,6 bilhão, queda de 76% na comparação anual, com provisão total da Americanas, de R$ 4,85 bilhões.
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O presidente executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que o balanço de 2022 retratou um período cuja principal característica foi a superação de relevantes desafios conjunturais e de mercado. “Ao final do exercício, chegamos a um lucro líquido de R$ 20,7 bilhões, apesar da provisão integral para um cliente específico”, disse Lazari Junior, em coletiva de imprensa, realizada na manhã de 10 de fevereiro de 2023.
Lazari assinala que o Bradesco segue com diferenciais competitivos importantes. “Nossa capacidade de distribuição de produtos e serviços, na rede de atendimento e aplicativos digitais, segue como fortaleza de nosso trabalho de ganhar escala e eficiência”.
O presidente executivo indicou que o resultado foi afetado pelo impacto negativo da margem com o mercado; aumento da inadimplência no crédito para o segmento massificado de pessoas físicas e jurídicas em razão da alta da inflação, que afetou a renda dos clientes; e, adicionalmente, uma provisão de R$ 4,9 bilhões referente a 100% de exposição de crédito para um cliente específico do atacado.
“Entendemos que o Bradesco tem muitos potenciais de negócios a explorar”, afirma Lazari. “Estamos trabalhando intensamente em nosso objetivo de alcançar retorno recorrente de pelo menos 18%”.
Segundo Lazari, o resultado 2023 será ainda impactado por maiores provisões. “No segmento massificado o crescimento de provisões acompanhará a expansão da carteira, e, no atacado, teremos provisões normalizadas”.
Lazari explicou que a inflação elevada a partir de meados de 2021 levou a uma perda de renda da população. “Isso aconteceu de forma muito mais rápida e intensa do que esperávamos ao longo de 2022, processo que foi agravado pelo aumento do preço dos alimentos e combustíveis”.
“O Bradesco possui historicamente uma importante exposição aos segmentos de baixa renda e pequenas empresas. Nós consideramos esse posicionamento de mercado estrategicamente correto, mesmo que neste ciclo estejamos sofrendo com a inadimplência. Acreditamos que esse posicionamento se provará mais uma vez acertado ao longo do tempo, como resultado dos devidos ajustes que estamos promovendo no custo de servir a todos os clientes”.
Lazari enfatizou que o foco continua sendo eficiência, ou seja, o crescimento das despesas administrativas e de pessoal ficará abaixo da inflação. Conforme indicou Lazari, o posicionamento estratégico do Bradesco, tem “seu pilar no engajamento de todos os níveis da administração em ações para colocar o cliente no centro de todas as nossas inspirações, procedimentos e atitudes. Ainda temos bastante a evoluir, mas os avanços verificados já são percebidos ano após ano”.
(*) Fontes de conteúdo: CVM, B3 e Bradesco.
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