Ranking de Fiagros Janeiro 2023

Ranking de Fiagros Janeiro 2023

No Ranking de Fiagros Janeiro 2023, conheça a rentabilidade dos fundos do agronegócio listados na Bolsa (B3).

O levantamento foi elaborado pela analista Anna Clara Tenan (CFA), da Órama Investimentos, e encaminhado ao Blog do aplicativo Grana Capital.

Ranking de Fiagros Janeiro 2023. Foto: Pixabay.

De acordo com o levantamento de Anna Clara Tenan, neste mês de janeiro, o dividend yield médio dos Fiagros negociados na Bolsa foi de 1,38%, gerando um retorno de 1,62% se fosse considerado o efeito da isenção do Imposto de Renda sobre os rendimentos. O resultado equivale a mais de 145% do CDI do período.

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Top 5 DY (jan/23)

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1. NCRA11 (NCH Capital Brasil): 2,97% a.m. (R$ 2,65)
2. OIAG11 (Fator ORE): 1,56% a.m. (R$ 0,16)
3. VGIA11 (Valora Investimentos): 1,51% a.m. (R$ 0,15)
4. CPTR11 (Capitânia Investimentos): 1,47% a.m. (R$ 1,45)
5. XPCA11 (XP Asset): 1,43% a.m. (R$ 0,14)

Adicionalmente, no relatório deste mês incluímos o ranking de melhores pagadores no ano de 2022, junto a comentários sobre o crescimento da indústria neste ano.

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Top 5 DY (2022)

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1. CPTR11 (Capitânia Investimentos): 1,57% a.m. (R$ 1,55)
2. VGIA11 (Valora Investimentos): 1,52% a.m. (R$ 0,15)
3. EGAF11 (Eco Agro): 1,50% a.m. (R$ 1,49)
4. FGAA11 (FG/A Gestora): 1,45% a.m. (R$ 0,14)
5. DCRA11 (Devant Asset): 1,40% a.m. (R$ 0,13)

Análise da Órama sobre Fiagros

No primeiro mês de 2023, os 21 fundos negociados somavam R$ 6,49 bilhões em valor de mercado. Apesar do ambiente desafiador para o mercado primário de renda variável em um contexto de alta de juros, esta indústria vem demonstrando um crescimento e possui grande potencial, diante do tamanho do agronegócio na nossa economia. Ao compararmos aos números de janeiro/2022, observamos que a quantidade de Fiagros dobrou, enquanto seu valor de mercado aumentou mais de 300% no período.

Em relação a performance deste mercado, conseguimos ver que, de forma consistente, os Fiagros vem entregando dividendos acima do CDI. Vale relembrar, que assim como os Fundos Imobiliários, os Fiagros possuem uma vantagem relevante quando comparado aos demais investimentos: a isenção de Imposto de Renda sobre dividendos.

Por tal motivo, consideramos o cálculo do gross up de IR sobre o dividend yield. Tal estratégia permite a comparação de investimentos isentos e não isentos de impostos.

Como é possível observar, o mês de janeiro (referente aos resultados gerados pelos fundos em dezembro) teve um dividend yield forte e acima da média dos últimos períodos. Isso se explica principalmente pela sazonalidade do setor. Ao financiar produtores e empresas do agro, os títulos de crédito (que fazem parte das carteiras dos FIAgros) muitas vezes tem regras de pagamentos semestrais, atrelados ao prazo da safra. Esse aumento de dividendos ocorreu também em julho deste ano (resultado referente a junho) – corroborando com a explicação de que no final do semestre os FIAgros tendem a ter resultados mais elevados quando comparado aos meses intra-semestre.

Muitos investidores podem confundir este movimento com o que ocorre no mercado de fundos imobiliários (FIIs). Os Fundos Imobiliários são obrigados por Lei a distribuir no mínimo 95% do seu resultado semestral aos cotistas na forma de dividendos. Diante disso, aqueles FIIs que possuem lucro retido e não distribuído no final do semestre, tendem a pagar dividendos mais altos nos meses de julho e janeiro (resultados de junho e dezembro). Entretanto, esta obrigatoriedade não abrange a indústria de Fiagros, considerando a regulamentação provisória existente.

Mas como os Fiagros estão conseguindo superar o CDI?

Isso é explicado pela natureza dos ativos investidos por esse tipo de fundo. Atualmente, a maioria dos FIIs FIAgros negociados na bolsa tem como objetivo o investimento em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). Os gestores vem preferindo esse tipo de produto, devido a demanda dos investidores.

Nos últimos anos, vimos no mercado de Fundos Imobiliários um crescimento exponencial de FIIs de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), isso porque esses fundos tendem a conseguir entregar dividendos mais altos. Por se tratar de investimento em ativos de crédito, eles conseguem repassar mensalmente a receita advinda de juros e variação do indexador (IPCA, IGP-M, CDI). Enquanto isso, FIIs de Tijolo (aqueles que investem diretamente em imóveis) tem uma dinâmica distinta, tendo sua renda atrelada a contratos de aluguel, que são reajustados uma vez por ano, além de estarem sujeitos à impactos de vacância e renegociações.

Para os Fiagros, a situação é bem similar: aqueles que investem em CRAs tendem a entregar dividendos recorrentes mais altos do que aqueles que investem em terras diretamente. Além disso, este último apresenta características e riscos ainda pouco conhecidos pelo varejo. Diante deste cenário, os gestores observaram mais oportunidades na captação de Fiagros de CRAs.

Voltando ao motivo do retorno estar acima do CDI: diferente de CRIs, que normalmente tem seus lastros atrelados a indicadores de inflação, os CRAs historicamente apresentam mais operações atreladas ao CDI. Esta característica é bastante estratégica no contexto recente que vivemos de alta de juros. Além disso, segundo projeções do time de economistas da Órama, ainda é esperada a manutenção dos juros em patamares elevados para os próximos períodos.

Diante disso, no fechamento do ano 91% das carteiras de CRAs dos Fiagros estavam atreladas ao CDI com um spread médio de 4,97%. Obviamente, devemos considerar também as despesas dos fundos (taxas de administração, gestão, performance, custos de transações), que reduzem o resultado para o cotista. Entretanto, o que podemos concluir é que esses fundos conseguem entregar de forma recorrente um retorno líquido ainda acima do CDI, e isento de IR.

(*) Fonte de conteúdo: Anna Clara Tenan (CFA), analista da Órama Investimentos.

O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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