O que você vai ver neste artigo:
NTN-B1 Tesouro Renda+
NTN-B1 Tesouro Renda+: conheça o novo título público federal voltado para previdência de pessoas físicas listado no Tesouro Direto em 30 de janeiro de 2023.
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Tesouro RendA+: O que é?
O Tesouro RendA+ (NTN-B1) é o nome do novo título do Tesouro Direto, criado pelo Decreto 11.301/2022 e que estará disponível a partir do dia 30 de janeiro de 2023.
De acordo com o relatório da analista de renda fixa da XP Investimentos, Camilla Dolle, encaminhado ao Blog do Grana, o título terá uma estrutura que permitirá ao investidor obter uma simplificação no planejamento de sua aposentadoria, e assim, poderá complementar sua renda futura.
Tesouro RendA+: Como é a renda futura?
No Tesouro RendA+, a amortização não será apenas no vencimento. O investidor terá um fluxo de 240 pagamentos mensais (20 anos) a partir da data de conversão.
Como é a liquidez?
Caso precise, o investidor do Tesouro RendA+ poderá vender o título a qualquer momento na plataforma do Tesouro Direto, o programa de compra e venda de títulos públicos federais pela internet, pelo preço de mercado no momento.
O resgate ocorrerá em 60 dias (dois meses) para incentivar esse tipo de previdência para o longo prazo.
Como funciona a Data de Conversão em Renda?
Ao escolher o título Tesouro RendA+, o investidor define a data de conversão do título em renda mensal. Exemplo, se é Tesouro RendA+ para 2035, essa será a data de conversão, e o vencimento em parcelas mensais será ao longo dos próximos 20 anos, até 2055.
Quais são as opções de títulos Tesouro RendA+
Os intervalos são de 5 anos. Os títulos disponíveis terão datas de conversão para renda em 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065.
Taxa zero de custódia até o vencimento
Para incentivar a aplicação de longo prazo, o investidor que carregar o título até a data de vencimento terá taxa zero de custódia no Tesouro Direto.

Relatório de análise de Camilla Dolle, analista de renda fixa da XP:
O foco do título é o longo prazo podendo, assim, se beneficiar de uma taxa de retorno em geral mais atrativa. Assim como costumamos indicar para investimentos de prazos mais longos, o Tesouro RendA+ será atrelado ao IPCA, o índice oficial de inflação no Brasil. Desta forma, poderá manter o poder de compra ao longo do tempo, além de garantir retorno real (ficando com o título até a data de vencimento).
Curiosidade:
Esse título foi criado pelo Tesouro Nacional com base em um estudo de Arun S. Muralidhar, PhD, e Robert C. Merton, Nobel de economia, sobre SeLFIES* – produtos financeiros que facilitam o processo de poupar para uma previdência complementar. O estudo menciona que estes produtos poderiam ajudar o Brasil a criar uma “S.U.P.E.R.” previdência complementar.
Simples (S)
Qualquer pessoa pode decidir quanto comprar do Tesouro RendA+. Além disso, são desenhados para gerar renda num determinado momento e da maneira que a pessoa necessita.
Universal (U)
Qualquer pessoa física pode adquirir o Tesouro RendA+.
Portável (P)
O investidor pode mudar de trabalho, de cidade, ir para qualquer lugar e assim por diante. E no caso de falecimento do investidor, os herdeiros podem ficar com os títulos Tesouro RendA+.
Eficiente (E)
Taxas de retorno competitivas no Tesouro Direto e baixo custo em taxas em comparação com outros produtos.
Regulado (R)
O produto Tesouro RendA+ é regulado pela Secretaria do Tesouro Nacional, com gerenciamento de risco e seguro (risco soberano).
O que esperar do Tesouro RendA+?
A expectativa do Tesouro Direto com a disponibilização do novo título em sua plataforma é que os investidores:
> Façam o primeiro aporte no Tesouro RendA+, a partir de cerca de R$ 30,00.
> Façam aportes periódicos até a data de conversão, garantindo, assim, a renda mensal complementar que pretendem obter no futuro.
Será possível realizar simulações na plataforma do Tesouro Direto para definição de quanto investir em cada período para atingir a renda futura esperada.
Mantenham os títulos em carteira ao longo de sua vida economicamente ativa até a data de conversão.
Período de acumulação:
Ao escolher um título pela data de conversão, o investidor fará a compra das quantidades, acumulando assim seus rendimentos ao longo dos anos para recebimento de fluxos mensais no futuro.
Data de conversão:
É a data a partir da qual o título passará a pagar rendimentos mensais. Ou seja, é a data de aposentadoria estimada pelo investidor.
Período de conversão:
É o período pós-data de conversão em que ocorrerão os pagamentos mensais.
Como investir no Tesouro RendA+?
A partir de 30 de janeiro de 2023, o investimento nos títulos Tesouro RendA+ funciona da mesma maneira que outros títulos do Tesouro Direto. Ou seja, apenas pessoas físicas poderão investir, seguindo o horário de funcionamento da plataforma (das 9h30 às 18h em dias úteis).
Há limite de compra, ou seja, no mínimo 1% do valor de cada título, limitado ao mínimo de R$ 30,00 e no máximo R$ 1 milhão por mês.
A liquidação dos resgates ocorre no mesmo dia para pedidos realizados até às 13h e no dia útil seguinte após este horário.
Como funcionam as taxas e IR do Tesouro RendA+?
Assim como os outros títulos do Tesouro Direto, o Tesouro RendA+ terá incidência de Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxa de custódia da B3.
As alíquotas do IR sobre ganhos de capital em aplicações de renda fixa como o CDB variam de acordo com o prazo de permanência na aplicação:
Até 180 dias (6 meses): 22,5%
De 181 a 360 dias (1 ano): 20%
De 361 dias a 720 dias (2 anos): 17,5%
Acima de 721 dias (2 anos): 15%
Já no caso da taxa de custódia, existem diferenças para o novo título em relação aos já existentes. Sob a nova modalidade, válida apenas para o Tesouro RendA+, o “fato gerador” da taxa de custódia passa a ser o resgate (saída antecipada). Sendo assim, não haverá cobrança semestral (de 0,2% a.a.) sobre o saldo do título.
Além disso, para incentivar o viés de longo prazo do título, a taxa de custódia também passa a ser regressiva para o RendA+. Ou seja, quanto mais tempo o investidor fica com o título na carteira, menor é a taxa, podendo inclusive chegar a zero para quem mantiver o título até o final.
Quais são os riscos do Tesouro RendA+?
Os riscos são os mesmos de se investir em qualquer outro título do Tesouro Direto, sendo melhor comparável aos títulos IPCA+.
Risco de crédito: também conhecido como risco de “calote”, é o risco de o governo brasileiro quebrar. Ou seja, é o menor risco dentre emissores brasileiros.
Risco de mercado: é o risco de oscilações no preço do título antes do vencimento como resultado de variações nas condições de mercado. Quando o risco de mercado sobe (e, portanto, as taxas), o preço desvaloriza e vice-versa. Quanto mais longo o título, maior sua sensibilidade a essas oscilações.
No entanto, vale lembrar que o objetivo do título é a aposentadoria. Sendo assim, o foco do investidor deveria ser mantê-lo até o vencimento (mitigando o risco de mercado).
Risco de liquidez: refere à facilidade para negociações do título no mercado secundário, no qual um título com poucos compradores potenciais pode ser desvalorizado no momento de uma cotação de venda. No caso de títulos do governo, o risco de liquidez é consideravelmente baixo.
O Tesouro RendA+ é melhor do que a previdência pública?
Dados do IBGE mostram que 46% dos brasileiros aposentados não acham o valor de sua aposentadoria suficiente para pagar contas e despesas pessoais. Ao mesmo tempo, 89% concordam que é muito importante investir para ter uma situação financeira confortável na aposentadoria.
Em nossa visão, o Tesouro RendA+ pode ser utilizado como uma nova alternativa para compor a previdência privada do investidor. Ou seja, apesar de ser baseada em títulos públicos, pode ser vista também como uma previdência privada, uma vez que é iniciativa do próprio investidor (diferentemente da previdência pública obrigatória a qual trabalhadores têm direito, o INSS).
Sendo assim, o Tesouro RendA+ deve ser visto como um complemento à previdência pública, e não um substituto.
O Tesouro RendA+ é melhor do que a previdência privada?
Conforme citado, o Tesouro RendA+ pode ser visto como uma forma de previdência privada. Se o compararmos com alternativas mais tradicionais, é possível citar algumas vantagens, como o baixo investimento mínimo, de cerca de R$ 30,00, a facilidade em realizar a aplicação, além de o risco ser conhecido e não haver taxa de administração.
No caso de fundos de previdência, há diversos tipos, com diferentes riscos e níveis de taxa de administração. Isto torna complexa a comparação direta entre as opções de maneira generalizada.
(*) Fonte de conteúdo: Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e Camilla Dolle, analista de renda fixa da XP Investimentos.
O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
