Brasil alcança R$ 9 trilhões em ativos
Ranking de Custódia da Anbima: o Brasil alcança R$ 9 trilhões em ativos de investimento em custódia, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Segundo a Anbima, esse valor está nas mãos de instituições chamadas de custodiantes, que guardam os ativos investidos e atuam para que eles sejam transacionados de forma segura. A quantia é maior que Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas do país) do Brasil, que fechou o ano de 2021 em R$ 8,7 trilhões, de acordo com o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
“Os ativos bem guardados dão segurança para a realização de transações no mercado financeiro, reforçam a confiança do investidor, fomentando o crescimento sustentável dos investimentos. Por isso, esses números demonstram a robustez e segurança do mercado financeiro nacional”, diz Gervásio Agustinho de Oliveira, vice-presidente do Fórum de Serviços Fiduciários da Anbima.
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Ranking de Custódia da Anbima
O Ranking de Custódia produzido pela Anbima, que recentemente aumentou sua base de 48 para 53 instituições financeiras, indica que quatro delas detêm 68,4% dos ativos custodiados no Brasil.
Ranking de custódia por instituição financeira
O Bradesco lidera o ranking geral, que inclui investimentos nos mercados interno e externo, com R$ 2 trilhões, seguido pelo Banco do Brasil com R$ 1,58 trilhão.
Na sequência, aparecem Itaú Unibanco com R$ 1,57 trilhão e Citibank com R$ 1 trilhão.
Ranking por ativos no mercado interno
Bradesco também se destaca como líder em ativos custodiados no mercado interno, com R$ 1,7 trilhão, seguido de Banco do Brasil, com R$ 1,6 trilhão, e Itaú Unibanco, com R$ 1,5 trilhão.
Custódia de ativos no exterior
Já o Citibank ocupa a primeira posição no mercado externo com R$ 1,02 trilhão. O Bradesco fica em segundo lugar (R$ 285,7 bilhões) e o JP Morgan (R$ 270 bilhões) em terceiro.
Custódia de estrangeiros no Brasil
Estrangeiros não residentes têm R$ 1,5 trilhão custodiados no Brasil, sendo que o Citibank lidera o segmento com guarda de R$ 1,01 trilhão dessa fatia. Ele é seguido por JP Morgan, com R$ 270 bilhões, e BNP Paribas, com R$ 81,7 bilhões.
Patrimônio líquido de FIDCs atinge R$ 33,4 bilhões
As emissões (captações) de FIDCs MM (multicedentes e multissacados) somaram R$ 4,788 bilhões no primeiro semestre de 2022 e a tendência continua a ser de crescimento, afirma o presidente da Associação Nacional dos Participantes em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Multicedentes /Multissacados (Anfidc), Luis Eduardo da Costa Carvalho.

Segundo a Anfic, a Carteira PL (patrimônio líquido) desses fundos cresceu 17,2% no período, saltando de R$ 28,522 bilhões no início do ano para R$ 33,466 bilhões em junho.
O número de FIDCs MM também teve crescimento expressivo considerando um período mais longo de tempo: em 2018 havia 283 desses fundos, número que saltou para 388 em junho deste ano. Nesse espaço de tempo, o Patrimônio Líquido (PL) quase dobrou, de R$ 18,5 bilhões há quatro anos para os atuais R$ 33,466 bilhões.
Comparação com antecipação de recebíveis nos bancos
Para efeito de comparação, no sistema bancário, de acordo com o informe do Banco Central, a concessão de Crédito Livre Pessoa Jurídica na modalidade “Descontos+Antecipações” (duplicatas, recebíveis, cartões) foi de R$ 81,7 bilhões em abril, queda acentuada em comparação aos R$ 102,5 bilhões de março.
Cenário econômico para FIDCs
O mercado de FIDCs depende diretamente da atividade econômica, já que o crescimento do PIB atrai mais crédito. Por isso, a Anfidc faz estudos também sobre as perspectivas da economia nos próximos meses. Em agosto, segundo a entidade, indicadores apontam melhora das expectativas de mercado e crescimento da economia no segundo semestre com base em vetores importantes como o conjunto de medidas do governo e ações de estímulo que beneficiam renda, crédito e liquidez.
Outro fator de otimismo é a queda da inflação. O IPCA teve retração de 0,68% em julho como efeito da desoneração de tributos sobre combustíveis, o que fez o índice recuar de 11,89% em junho para 10,07% em julho, no acumulado de 12 meses. No entanto, o efeito foi localizado, sem trazer alívio expressivo para grupos essenciais, como o de alimentos. Em agosto, a previsão é que o indicador tenha uma nova retração, podendo ficar abaixo de 9% no acumulado de 12 meses.
Apoio do IBGC à proposta da B3 de diversidade nas companhias
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) vê como avanço a proposta da B3 de incentivar a diversidade na composição dos órgãos de administração de companhias listadas.
Na minuta de norma colocada em audiência pública em 17 de agosto, a B3 apresenta uma solução no formato “pratique ou explique”. O objetivo é que as companhias passem a ter ou justificar a razão de não contar com, ao menos, uma mulher ou pessoa de comunidade “minorizada” como membro titular do Conselho de administração ou da Diretoria Estatutária.
“Conselhos diversos permitem que a organização se beneficie da pluralidade de argumentos e de um processo de tomada de decisão com maior qualidade e segurança”, diz Pedro Melo, diretor geral do IBGC.
O formato “pratique ou explique” também é um ponto positivo da proposta da B3, na avaliação de Melo. “Esse modelo traz flexibilidade à norma, pois exige transparência, não uma meta rígida para todas as companhias”, completa o diretor do IBGC.
Baixa alocação de ações em fundos multimercados
Segundo cálculos da Guide Investimentos, a alocação dos fundos multimercados em ações, tanto Brasil (Ibovespa) quanto no exterior (S&P500) segue bastante baixa.
“Acreditamos que os níveis baixos de alocação explicam a alta forte do mercado nos últimos dias: com a alta do Ibovespa e do S&P, muitos gestores acabaram aumentando a alocação em Bolsa. Isto provavelmente acontece tanto por stop em posições vendidas quanto pelo aumento da posição comprada visando evitar ter uma performance muito fraca em momentos de alta do mercado. Apesar do aumento das posições nos últimos dias, as posições dos gestores brasileiros em ações seguem baixas segundo nossos cálculos”, descreve relatório da Guide Investimentos.
“Isto pode manter o Ibovespa em alta no curto prazo: a melhora no cenário internacional (menos inflação, menor pressão para aumento de juros, menor preocupação com a guerra entre Rússia e Ucrânia) e o fim do ciclo de aumento de juros no Brasil. A eleição também é um risco menor em nossa visão”, completa o relatório da Guide Investimentos, assinado por Fernando Siqueira, Rodrigo Crespi e Gabriel Gracia.
EWZ Capital e Mundo Invest
A EWZ Capital, assessoria de investimentos filiada ao BTG Pactual, atingiu o marco de R$ 1 bilhão em patrimônio investido sob gestão. A empresa possui oito mil clientes e conta atualmente com 140 colaboradores, seguindo em plena expansão, com unidades em São Paulo, São Roque, São José dos Campos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Franca, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Cuiabá, Salvador e Florianópolis. Os sócios também estão avaliando fazer mais uma expansão em Minas Gerais.
“Nossa intenção agora é dobrar esse valor em seis meses, além de fortalecer o Mundo Invest, nossa plataforma de consolidação e otimização de patrimônio”, afirma Henrique Castiglione, sócio e diretor comercial da EWZ Capital.
Outra novidade deste ano é que a assessoria abriu para o mercado a sua plataforma educacional Mundo Invest. Desenvolvida 100% “in house”, ela permite aos investidores visualizar e otimizar todos os pontos de sua carteira de investimentos e projeção patrimonial, de acordo com seus objetivos. Assim, o investidor otimiza seu tempo e, consequentemente, sua jornada financeira. “Buscamos atender todas as necessidades dos nossos clientes, não apenas em aplicações, mas também em seguros, câmbio e muito mais, sendo uma referência”, conclui Henrique.
(*) Fontes de conteúdo e relatórios consultados: Anbima, Anfidc, IBGC, Mundo Invest, EWZ Capital, Guide Investimentos.
Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.
Conteúdo nas redes sociais: Letícia Alonso (vídeo), Vitória Mendonça e Gabriela Orsi.
O Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
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