TSLA34 é o recibo negociado no Brasil (BDR, na sigla em inglês) da ação da Tesla, empresa do bilionário Elon Musk.
Por exemplo, cada ação americana da Tesla (TSLA) equivale a 32 BDRs TSLA34 negociados no Brasil.
Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre esse recibo da ação da Tesla negociado na Bolsa brasileira (B3) e sobre o balanço do 2º trimestre de 2022.
Confira na sequência do texto:
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Atuação da Tesla
Antes de mais nada, vale lembrar que anteriormente a Tesla era denominada de Tesla Motors, e muitos investidores ainda a conhecem pelo nome antigo.
De acordo com os princípios atuais da companhia, hoje a Tesla é mais que uma empresa que cria, desenvolve, fabrica e vende veículos e produtos de armazenamento de energia.
Produção de veículos elétricos
Na descrição do analista Régis Chinchila, da corretora Terra Investimentos, sobre a área automotiva, a companhia produz e vende os seguintes veículos elétricos: o modelo S, sedan, e o modelo X, um utilitário esportivo.
“A empresa já entregou centenas de milhares de veículos modelo S em todo o mundo, além de desenvolver seus próprios veículos, vende produtos de armazenamento de energia”, diz o analista.
“Entre seus produtos de armazenamento de energia estão a bateria recarregável Powerwall de 7 e 10 quilowatt-hora (kwh) para aplicações residenciais, e a Powerpack, de 100 quilowatt-hora (kwh), para aplicações comerciais e industriais”, descreve o analista.
Tecnologia em baterias recarregáveis
De acordo com o relatório da Terra Investimentos, a empresa oferece seus produtos de armazenamento de energia sob a marca Tesla Energy.
Dessa forma, a companhia fabrica seus produtos principalmente nas suas fábricas em Fremont e em Lathrop, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Ainda naquele país, a Tesla tem uma “super fábrica” (Gigafactory) perto de Reno, no Estado de Nevada (EUA).
“A empresa usa conjuntos de bateria fabricados na Gigafactory em seus produtos de armazenamento de energia”, conclui o analista.
A Tesla também possui novas fábricas na Alemanha e na China.
Riscos da Tesla – BDR TSLA34 no Brasil
Escassez de componentes para produção
Assim como outras montadoras, a Tesla possui diversos desafios logísticos, desde a escassez de componentes e até falta de mão-de-obra que a distanciam de sua capacidade máxima.
O problema logístico pode persistir nos próximos trimestres na Tesla e também em outros concorrentes da área automotiva.
“A companhia sinalizou que os problemas na cadeia de suprimentos global, que contribuiu para uma redução nas vendas para a maioria das outras grandes montadoras, também irão atingir a Tesla em 2022”, descreveu relatório da XP Investimentos, assinado pela estrategista Jennie Li e os analistas internacionais Vinicius Araujo e Rafael Nobre.
Movimentos especulativos
De acordo com o relatório da Levante Research, há indícios de movimentos especulativos nas negociações de derivativos, com uma procura anormal para compra de opções de compra (call) da Tesla.
Contudo, a venda de Elon Musk de uma parte de suas ações, quase 2% de todo o capital da companhia – traz impacto negativo no preço das ações TSLA no curto prazo.
Histórico de polêmicas de Elon Musk
De acordo com a Levante Research, Elon Musk tem um histórico de declarações polêmicas nas suas redes sociais e capazes de movimentar o mercado, algumas das quais já o colocaram em problemas com os reguladores.
Em 2018, ele concordou em deixar o cargo de presidente da Tesla como parte de um acordo com a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana.
O órgão processou Musk por fraude, alegando que ele enganou os investidores quando “tweetou” que havia garantido financiamento para tornar a Tesla privada.
Em novembro de 2021, Elon Musk também movimentou de maneira veemente o seu perfil na rede social Twitter.
Por meio da rede social, o empresário perguntou aos seus seguidores se ele deveria vender 10% da sua participação na Tesla neste momento.
De antemão, ele se comprometeu a seguir o resultado, cuja escolha foi mesmo pela redução na sua participação na companhia.
E desde novembro de 2021, Elon Musk passou a vender gradativamente parte de suas 170,5 milhões de ações “TSLA” em carteira.
De acordo com projeções do mercado, essa venda gradual do empresário pode movimentar US$ 21 bilhões no mercado.
Na polêmica mais recente, Elon Musk desistiu de comprar o Twitter e enfrenta um disputa judicial com a rede social, que cobra na Justiça de Delaware que o bilionário possa honrar o acordo de compra.
Nas redes sociais, os investidores reclamaram que Musk estava mais preocupado com o Twitter do que com a Tesla.
Robôs humanóides nas fábricas da Tesla
Elon Musk disse que o Optimus Human Robot é “a coisa mais importante” na qual a Tesla estará trabalhando este ano.
Para o CEO, os robôs humanóides serão importantes para lidar com a escassez de mão de obra nos Estados Unidos, e seu primeiro uso será em suas próprias fábricas.
Além disso, Musk também anunciou que a empresa não lançará novos modelos de veículos este ano.
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Análise da Avenue sobre Tesla (TSLA)
De acordo com relatório da Avenue Intelligence, entre os destaques, a Tesla ressaltou que as novas fábricas no Texas e em Berlim, na Alemanha, estão ajudando a manter a sua orientação de “crescimento médio anual de 50% nas entregas de veículos” em um “horizonte de vários anos”.
No início deste mês, a companhia de Elon Musk relatou as vendas de 254.695 carros elétricos para o período encerrado em 30 de junho de 2022, mostrando um crescimento de 27% em relação ao trimestre do ano anterior, mas uma queda de 18% sequencialmente na comparação anual.
Os veículos modelos 3 e Y representaram 93% dessas entregas. A Tesla ainda conta com seu tão aguardado Cybertruck (anunciado em novembro de 2019), caminhão Semi elétrico (revelado em novembro de 2017), conceito Roadster atualizado (também revelado em novembro de 2017) e outros projetos especulativos como o robô humanoide como “em desenvolvimento .”
A invasão da Rússia na Ucrânia e os surtos de Covid na China exacerbaram a escassez contínua de semicondutores e peças no setor automotivo, juntamente com outros problemas na cadeia de suprimentos.
As restrições em Xangai forçaram a Tesla a suspender ou limitar temporariamente a produção em sua fábrica durante o segundo trimestre de 2022.
O CEO, Elon Musk, também lamentou os altos custos de iniciar a produção em novas fábricas em Austin, Texas e Grünheide em Brandenburg, Alemanha.
Durante uma entrevista com os proprietários da Tesla Silicon Valley, um fã-clube reconhecido pela empresa, Musk disse que as duas novas fábricas “são gigantescas fornalhas de dinheiro”.
O CEO também anunciou cortes no número de funcionários em junho.
No que tange às crypto moedas, assunto amplamente defendido por Elon Musk, a empresa ofereceu poucos detalhes sobre seus investimentos e vendas, escrevendo: “No final do segundo trimestre, convertemos aproximadamente 75% de nossas compras de Bitcoin em moeda fiduciária. As conversões no segundo trimestre adicionaram US$ 936 milhões em caixa ao nosso balanço.”
No geral, o caixa e equivalentes de caixa da empresa aumentaram US$ 847 milhões durante o trimestre. A Tesla causou ondas entre os entusiastas de criptomoedas quando anunciou no início de 2021 que havia comprado US$ 1,5 bilhão em bitcoin.
A TSLA possui valor de mercado de aproximadamente US$ 745 bilhões, de acordo com os cálculos da Avenue Intelligence, realizado na data do balanço em 20 de julho de 2022.
Análise da Levante sobre o balanço da Tesla
A companhia já havia divulgado a sua prévia de produção e entregas dias atrás, as quais vieram afetadas pelas paralisações na China por conta de novos casos de Covid-19 na região e da escassez de microchips e semicondutores que, conjuntamente, impactaram o número de veículos produzidos.
No período, foram entregues 254 mil veículos, praticamente todos dos modelos 3/Y, com 238 mil. O total de veículos produzidos somou no trimestre 258 mil, crescimento de 25% no ano contra ano.
A receita de veículos incluindo créditos regulatórios foi de US$ 15 bilhões, crescimento de 42% no ano contra ano. A margem bruta “ex” créditos foi de 28%, leve retração de 0,46 ponto percentual contra a base do 2º trimestre de 2021.
Já as receitas totais, que incluem também o segmento de geração de energia e serviços, foi de US$ 17 bilhões, crescimento de 42%.
Além da manutenção da margem bruta, o lucro antes de impostos, taxas, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado foi de US$ 3,8 bilhões, crescimento de 52%.
A margem Ebitda fechou o trimestre em 22,5%, retração de 1,59 ponto porcentual contra o 2º trimestre de 2021.
O lucro ajustado foi de US$ 2,27 por ação, acima das expectativas, que giravam em torno de US$ 1,85 por ação. A geração de caixa livre foi de US$ 621 milhões, estável em relação ao mesmo período de 2021.
O resultado do segundo trimestre de 2022 da Tesla veio bom em termos de receita, margens e lucro. As dinâmicas apresentadas pela companhia são suficientes para manter esse movimento de alta no curto prazo.
Mesmo com as paralisações na fábrica de Xangai e preço de insumos para a fabricação dos carros mais elevados, enxergamos que a Tesla efetuou um excelente trabalho, conseguindo repassar grande parte desse aumento no valor de seus veículos, o que possibilitou uma manutenção de margens operacionais em níveis satisfatórios.
“Ainda em relação às margens, esperamos melhores resultados nos próximos trimestres, com a continuidade do avanço da produção nas fábricas do Texas e de Berlin, além da retomada da atividade na planta de Xangai”, apontou o relatório da casa de análise Levante Ideias de Investimento.
Uma melhora nas cadeias produtivas de chips e uma redução nos preços de commodities metálicas também seriam positivas para melhorar consideravelmente a rentabilidade da operação.
A companhia espera um crescimento, em média, de 50% ao ano na entrega de veículos.
Na divulgação dos resultados, a empresa reportou que diminuiu em 75% sua exposição ao Bitcoin com a conversão da criptomoeda em caixa.

Análise da XP sobre BDR Tesla (TSLA34)
A companhia do CEO, Elon Musk, reportou uma receita de US$ 16,9 bilhões, em linha com as expectativas dos analistas, observou o relatório XP Radar Global, assinado por Jennie Li (estrategista de ações), Pietra Guerra e Rafael Nobre (analistas internacionais).
O lucro por ação foi de US$ 2,27 versus US$ 1,83, marcando uma surpresa positiva de +24% sobre o consenso de mercado.
A companhia de veículos elétricos superou as estimativas mesmo com os contratempos em sua fabricação devido às restrições contra a Covid-19 na China, escassez de semicondutores e problemas logísticos, que resultaram em uma queda de produção de -18% neste trimestre versus o período anterior.
Além disso, o aumento nos custos dos componentes causou uma leve contração em sua margem bruta, de 32,9% no trimestre anterior para 27,9% no atual.
Em consequência da deterioração no cenário macroeconômico, a companhia também acabou se desfazendo de 75% das suas reservas de Bitcoin para aumentar sua liquidez.
Olhando para o futuro, Elon Musk se sente confiante em uma melhora tanto na capacidade de produção quanto nos gargalos das cadeias de suprimentos. A empresa manteve suas projeções para continuar aumentando o volume de produção de veículos em 50% anualmente.

(*) Fontes de conteúdo e relatórios consultados: Avenue Intelligence, B3, BTG Pactual, Levante Ideias de Investimento e XP Radar Global.
Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.
Conteúdo nas redes sociais: Letícia Alonso (vídeo), Vitória Mendonça e Gabriela Orsi.
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E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).
