BDRs de ETFs da Global X no varejo
Os BDRs de ETFs da Global X chegam no varejo para investidores pessoas físicas na Bolsa brasileira (B3).
Segundo informações da B3, antes os produtos estavam restritos aos chamados “investidores qualificados”, com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras.
Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre essa novidade em aplicações financeiras para o varejo (público em geral).
Confira na sequência do texto:
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Lançamento de 19 BDRs de ETFs da Global X em 18 de abril de 2022. Foto: Divulgação/B3
Disponibilidade dos BDRs de ETFs de Global X
Desde 13 de junho de 2022 estão disponíveis para negociação pelos clientes de varejo 12 BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs (Exchange Traded Funds) que foram lançados pelo Banco B3 em parceria com a gestora Global X ETFs Brasil.
Esses produtos já estavam listados na B3, mas eram disponíveis para a negociação apenas para o investidor qualificado – pessoa física ou jurídica com investimentos superiores a R$ 1 milhão.
A novidade abre um novo horizonte de oportunidades de diversificação para as carteiras dos investidores do segmento varejo, permitindo múltiplas estratégias para diferentes perfis de risco. Eles proporcionam exposição a investimentos temáticos e setores variados: dividendos de empresas norte-americanas, energia e infraestrutura, inteligência artificial, computação em nuvem, veículos elétricos e autônomos, telemedicina e cibersegurança, entre outros.
Tudo isso com vantagens como a simplicidade (um único papel garante exposição a todos os ativos que compõem a cesta do índice), a segurança (o risco individual de cada ativo se dilui na carteira) e a economia (o custo para o investidor é menor que o que ele teria se comprasse todos esses ativos de forma avulsa).
Com essa liberação, a B3 continua ampliando o leque de oportunidades de investimento que são acessíveis aos investidores locais.
Declarações sobre os BDRs de ETFs da Global X
“Trabalhamos para aumentar o portfólio de produtos com que os nossos clientes podem contar para diversificar suas carteiras de investimento e suas estratégias. Já temos mais de 90 BDRs de ETF disponíveis para o varejo”, contabiliza Juca Andrade, vice-presidente de Produtos e Clientes da B3.
Segundo Bruno Stein, chefe da Global X ETFs Brasil, “desde que chegamos no Brasil, estamos animados e confiantes com o mercado brasileiro e vemos um grande potencial de crescimento dessa modalidade de investimento dentro dos portfólios dos clientes”.
“A Global X acredita no potencial do mercado brasileiro, e os investidores brasileiros já estão investindo em ETFs listados nos EUA. Atualmente, não há fornecedor de ETFs no Brasil com nossa amplitude e profundidade e estamos entusiasmados em trazer nossa linha de produtos para esse importante mercado, mas já existem”, afirma Luis Berruga, CEO da Global X.
“Novas empresas que desafiam modelos de negócios tradicionais estão presentes em todos os cantos do mundo. A Global X está posicionada exclusivamente para identificar e analisar essas empresas disruptivas graças à sua equipe de pesquisa líder do setor, à presença global de sua controladora, Mirae Asset, e seu acesso a mais de 250 profissionais de investimento localizados nos principais mercados desenvolvidos e emergentes em todo o mundo”, completou Berruga.
O que são BDRs de ETFs de renda variável
Uma das novidades do mercado são os BDRs de ETFs de renda variável. Mas afinal, o que são e para que servem?
Vamos por etapas.
Primeiro conceito: Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de renda variável são certificados de depósito ou recibos negociados no Brasil com lastro em ações no exterior. Ou seja, são recibos de ações estrangeiras negociados na Bolsa brasileira (B3).
Segundo conceito: Exchange Traded Funds (ETFs) são fundos de índices de referência ou de mercado negociados em ambiente de bolsa de valores.
Em outras palavras, diferente de cotas de fundos que são adquiridas diretamente de gestoras, os ETFs podem ser adquiridos por meio das plataformas e corretoras que estão conectadas ao sistema da B3.
Portanto, juntando os dois conceitos para simplificar o entendimento, BDRs de ETFs de renda variável são recibos de cotas de fundos de investimento de ações no exterior negociados aqui no Brasil.
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Sem necessidade de conta no exterior
Na prática, o investidor não precisa abrir uma conta no exterior para aplicar seus recursos em fundos internacionais ou globais de mercados reconhecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a autarquia do governo responsável por garantir a segurança dos aplicadores.
Segundo informações da B3, um investidor, ao adquirir um BDR de ETF de renda variável, indiretamente passa a deter cotas de um ETF listado e admitido à negociação em outro país, sem que para isso tenha que abrir uma conta em uma corretora estrangeira e “tampouco realizar os trâmites de um investimento internacional”.
Sobre esse último ponto, vale explicar que o investidor local não precisa “fazer o câmbio” para aplicar seus recursos lá fora, ou seja, não há necessidade de converter o real para moedas como o dólar, o euro ou outras divisas monetárias.
Em resumo, o produto é voltado para que os aplicadores possam diversificar uma parte de seus recursos no exterior como uma forma de evitar a concentração no “risco Brasil”.
Quais são os BDRs de ETFs da Global X no varejo
Confira abaixo a lista completa dos BDRs de ETFs que passam a ser acessíveis ao cliente pessoa física:
Nome do ETF | Ticker do BDR no Brasil |
---|---|
Global X Robotics & Artificial Intelligence ETF | BOTZ39 |
Global X Cybersecurity ETF | BBUG39 |
Global X MSCI China Consumer Discretionary ETF | BCHQ39 |
Global X Cloud Computing ETF | BCLO39 |
Global X SuperDividend US ETF | BDVD39 |
Global X Autonomous & Electric Vehicles ETF | BDRI39 |
Global X Telemedicine & Digital Health ETF | BEDC39 |
Global X FinTech ETF | BFNX39 |
Global X MLP ETF | BLPA39 |
Global X MLP & Energy Infrastructure ETF | BLPX39 |
Global X US Infrastructure Development ETF | BPVE39 |
Global X Nasdaq 100 Covered Call ETF | BYQL39 |
Experiência da Global X em fundos temáticos
A Global X ETFs, gestora de Nova Iorque especializada em fundos de índices (ETFs), acaba de chegar no varejo do Brasil por meio de sua família de ETFs Thematic Growth.
Esses temas disruptivos dessa família de ETFs refletem tendências estruturais de longo prazo em todas as geografias e setores.
A Global X é referência global em investimentos temáticos, com mais de dez anos de experiência e 35 produtos direcionados no espaço nas estratégias de mercado dos EUA.
A gestora possui fundos temáticos dos setores de cibersegurança, energia renovável, fintech e saúde, entre outros.
Com presença nos EUA, na Europa, na Ásia e na América Latina, a Global X tem um patrimônio líquido de US$ 43 bilhões em ativos sob gestão em 93 ETFs.
Vale lembrar que, em 2018, a gestora foi adquirida pela Mirae Asset Global Investments, presente no Brasil desde 2008.
Quais são os riscos de BDRs de ETFs de renda variável
Entre os principais riscos dos 12 BDRs de ETFs de renda variável da Global X no varejo estão:
- risco de volatilidade do câmbio (dólar x real);
- riscos corporativos de cada uma das ações nas carteiras dos ETFs norte-americanos;
- risco de volatilidade dos ETFs norte-americanos;
- riscos de liquidez na negociação dos BDRs de ETFs no Brasil;
- riscos macroeconômicos globais (ex.: aumento ou baixa dos juros nos EUA, crises financeiras globais);
- riscos tributários dos BDRs de ETFs no Brasil (ex.: aumento de impostos no Brasil);
- riscos regulatórios dos BDRs de ETFs no Brasil (ex.: eventuais medidas da CVM que possam impactar esse mercado ou segmento);
- outros.
Imposto de Renda em BDRs de ETFs de renda variável
O recolhimento do imposto de renda nos BDRs de ETFs de renda variável é semelhante ao de ações de empresas brasileiras, mas sem o limite de isenção de R$ 20 mil em vendas de ações locais por mês.
Os BDRs de ETFs são tributados em 15% sobre o ganho de capital em operações normais (em daytrade, a tributação é de 20%), apurado pela diferença positiva entre os valores de venda e de aquisição da cota.
Ou seja, se o investidor compra por preço menor e vende depois por outro maior, ele registra lucro pelo ganho de capital. Nesse caso, essa tributação é exatamente como funciona para investimento em ações.
Se o aplicador vende o BDR de ETF e registra o lucro, o recolhimento do IR deve ser feito pelo próprio investidor via DARF até o último dia útil do mês seguinte.
Exigência de Declaração no Imposto de Renda da Pessoa Física
Existe um ditado popular que diz: “só existem duas certezas na vida, a da morte e a dos impostos”.
No caso brasileiro devemos acrescentar que todo investimento precisa ser informado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).
Portanto, se você é investidor pessoa física, lembre-se que além do pagamento do Imposto de Renda sobre Ganhos de Capital, o investimento em BDRs de ETFs de renda variável deve ser declarado à Receita Federal.
Fontes de conteúdo: B3, Global X e Mirae Asset.
Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.
E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).
