Quais os riscos na oferta da Eletrobras (ELET3)

Riscos na oferta da Eletrobras (ELET3)

Há riscos na oferta da Eletrobras (ELET3). O período de reservas para oferta de ações da Eletrobras vai até quarta-feira, 08 de junho de 2022 e, segundo informações obtidas no mercado, muitos investidores estão aderindo à oferta, principalmente com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Os argumentos a favor da participação são válidos, face que os recursos do FGTS apresentam rentabilidade média de cerca de 3% ao ano, abaixo da remuneração da poupança e da inflação.

Mas há alguns riscos que o investidor pessoa física do varejo desconhecem. Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre os principais riscos da oferta da Eletrobras.

Confira na sequência do texto:

Usina de Itaipu ficou de fora da futura Eletrobras.

Eletrobras não terá controlador definido

Mesmo privada, a futura Eletrobras não terá um controlador definido. Os grandes investidores só poderão comprar no máximo 10% da nova companhia.

Usinas de Itaipu e da Eletronuclear ficam de fora dos ativos

A nova Eletrobras será um grande empresa de energia na geração e na distribuição, mas não terá entre seus ativos a Usina de Itaipu, no Paraná, e nem as usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

A privatização deixou de fora esses ativos considerados estratégicos para o País e que seguem acordos com outros países.

“Pela lei sancionada, uma nova estatal (ENBPar) foi criada para administrar a Eletronuclear (detentora das usinas de Angra) e a Itaipu Binacional, que serão segregadas da privatização, pois assim previam a legislação e os acordos para esses tipos de ativos específicos”, conforme observou relatório da Suno Research.

Pelos 50% de Itaipu Binacional (os outros 50% pertencem à Administración Nacional de Electricidad, do Paraguai), a empresa receberá um pagamento de R$ 1,2 bilhão, em parcelas mensais, ao longo de 20 anos.

Em relação à Eletronuclear, após uma reorganização societária, a companhia deterá 68% dos papéis, mas apenas 36% do seu capital votante.

De uma forma geral, essa reestruturação societária (sem Itaipu e Eletronuclear) diminuirá em 17,8% (8.990 MW) a capacidade de geração instalada da Eletrobras – que é de 50.491,2 MW.

Interferência do governo deverá continuar

Mesmo com a oferta pública de ações reduzindo a participação do governo no capital da Eletrobras para cerca de 40%, o governo ainda terá uma fatia relevante no negócio com poder de decisão sobre a companhia.

Interferência via Aneel vai continuar

Independente da privatização, a Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, vai continuar regulando os preços das taxas e das tarifas do setor de energia elétrica.

Segundo relatório da Levante Research, o setor elétrico não é como o setor de telecomunicações, em que as empresas privadas definem os preços de mercado.

Corte de custos e despesas ocorrerá em 1 a 2 anos

O projeto aprovado pelo Congresso amarrou uma série de gastos que atrasará o corte de custos e despesas para um período entre 1 e 2 anos após a privatização.

Pequena redução dos custos financeiros das dívidas

Com os juros em patamares elevados no atual momento, espera-se apenas uma pequena redução dos custos financeiros da Eletrobras com suas dívidas.

“A redução dos custos financeiros vai depender do grau de alavancagem (endividamento) e pode levar mais de dois anos”, observou a Levante Research.

Ações já subiram desde o anúncio de privatização

As ações da Eletrobras (ELET3) já subiram desde que o anúncio da privatização foi feito há mais de dois anos. Ou seja, esse bom desempenho pode não se repetir a curto prazo.

Nos cálculos da casa de análise, a Eletrobras está mais cara que Ibovespa, Petrobras e Vale. As ações já subiram de R$ 28,41 no início do processo de privatização (23/02/2021) até a faixa de R$ 43 atual.

Em 2022, a ação da Eletrobras já subiu 31,7%, patamar superior aos desempenhos de Petrobras (+5,4%), Vale (+13,1%), Cemig (+8,1%), Copel (+14%) e Engie (+11,1%).

Patamar de dividendos é menor que Petrobras, Vale e Ibovespa

Ainda nos cálculos da Levante, o atual patamar de dividendos da Eletrobras é menor (1,8%) que os patamares observados em Ibovespa (5,8%), Vale (17%) e Petrobras (38,4%).

ROE de Eletrobras é menor que o de Ibovespa, Vale e Petrobras

O retorno sobre o patrimônio líquido de Eletrobras (8,6%) também é menor que o observado em Ibovespa (17,6%), Petrobras (34,6%) e Vale (63,8%).

Patamar de dividendos da Eletrobras fica abaixo de Cemig, Copel e Engie

Na comparação setorial, o patamar de dividendos (1,8%) da Eletrobras fica abaixo dos registrados por Cemig (9%), Copel (16%) e Engie (5,9%).

ROE de Eletrobras é menor que o visto em Cemig, Copel e Engie

Da mesma forma, na comparação setor, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de Eletrobras (8,6%) também é o menor que o observado em Cemig (23,2%), Copel (21,5%) e Engie (20,1%).

Fontes de conteúdo e relatórios consultados: Suno Research e Levante Research.

Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.

E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).

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