Conheça as dez maiores quedas de ações dos últimos meses e oito ativos para ‘ficar de fora’

As dez maiores quedas de ações

Você lembra quais foram as dez maiores quedas de ações “populares” dos últimos meses?

A casa de análise Nord Research encaminhou ao Blog do Grana um relatório com a lista desses 10 ativos, 8 deles com argumentos para o investidor “ficar de fora”.

Confira na sequência do texto:

Foto: Nubank/Divulgação

Nubank ($NU e NUBR33)

Segundo cálculos da analista Danielle Lopes (CNPI) da Nord Research, desde 8 de dezembro de 2021,
quando foi precificada a US$ 9 por ação, o papel do banco digital ($NU) acumula uma queda de 60% e “a maré de azar está longe de acabar”.

Na sequência, os argumentos de Danielle para o investidor “ficar de fora” da ação do Nubank ou do BDR NUBR33 negociado na B3:

“Após enormes promessas no prospecto de IPO (de um crescimento que não virá), o Nubank passa por dificuldades de oferecer empréstimos e créditos com juros de volta aos dois dígitos no Brasil e passa por mais complicações com a alta de juros lá fora”.

“No histórico de resultados publicado, o Nubank não conseguiu crescer ou entregar resultados expressivos. Na véspera do IPO, o banco reportou o lucro líquido de R$ 76 milhões no primeiro semestre no Brasil, o seu primeiro lucro desde o lançamento há oito anos – e foi só”.

“Mais recentemente, a companhia anunciou a parceria com uma corretora para investimentos em criptomoedas a partir de R$ 1 e o pronunciamento do CEO de investir 1% do caixa em Bitcoin. No mesmo dia, a companhia chegou a cair -15%”.

“Nos últimos dias, o Nubank se viu envolto em torno de uma polêmica sobre a remuneração da sua diretoria. A informação de que os oito diretores do banco podem receber uma bolada de até R$ 804,4 milhões este ano, sendo R$ 787,2 milhões por meio de remuneração baseada em ações, chamou a atenção do mercado”.

“Com dificuldade para crescer os resultados, monetizar a base de clientes, cenário macro e governança atrelada à promessa de ganhos em cima das ações, recomendamos que você fique de fora das ações do Nubank”, conclui a analista Danielle Lopes.

IPO do Nubank na Bolsa brasileira. Foto: B3/Divulgação.

Natura & Co (NTCO3)

Conforme informado pela própria empresa, a combinação de desafios internos (simplificação do portfólio, mudança do modelo comercial) e externos (inflação, guerra, suprimentos) fará com que a empresa continue adotando medidas de contenção de gastos e disciplina financeira.

Recentemente, a Natura informou ao mercado que suas metas, anteriormente previstas para 2023, foram postergadas para 2024.

“Negociando a 7,8x EBITDA 2022, Natura encontra-se abaixo de sua média histórica (13,4x), entretanto, vemos na precificação atual um reflexo dos resultados presentes e das incertezas quanto ao resultado futuro. Nos preços atuais, preferimos aguardar maiores entregas/resultados”, relatou o analista André Zonaro.

Foto: Natura/Divulgação.

Magazine Luiza (MGLU3)

Desde que a bolsa virou, em julho de 2021, a queda acumulada das ações do Magalu é de 83%, nos cálculos do analista Rafael Ragazi.

“Com a receita atual e a margem de 2019, o lucro da companhia já seria de R$ 900 milhões. Multiplicando sua receita por 2x, o Magalu seria capaz de entregar o R$ 1,8 bilhão de lucro, que a faria negociar com um múltiplo de Preço/Lucro de 15x, a média histórica da nossa Bolsa.

“Contudo, faz mais sentido esperar por sinalizações concretas de mudança desse cenário antes de montar uma posição na empresa, mesmo que às custas de abrir mão de parte do movimento inicial de alta quando o humor do mercado em relação ao Magalu mudar”, conclui Rafael Ragazi, que recomenda o investidor esperar e “ficar de fora” de Magalu.

IRB Brasil RE (IRBR3)

Com fraudes reveladas, as ações de IRB Brasil RE (IRBR3) despencaram. De janeiro de 2020 a maio de 2022, os papéis da companhia acumulam uma queda de mais de 90%. Só nos últimos 12 meses, as ações caíram 59%.

“Apesar do preço de tela de IRBR3 parecer bem atrativo, principalmente quando observados os preços que ela já negociou, os riscos em investir na empresa ainda são bem elevados”, afirma Fabiano Vaz, analista da Nord Research.

“O IRB possui um negócio extremamente complexo, com um passado incerto e que não voltará a ser rentável e lucrativo como foi no passado. Além disso, a Squadra, maior especialista em IRB, segue com sua posição short e enxerga muitas dificuldades no futuro da resseguradora”, conclui Vaz.

Via Varejo (VIIA3)

Em 2021, as ações da Via Varejo caíram 67% e, no acumulado do ano de 2022, as ações recuam mais 51%.

Nos cálculos do analista André Zonaro, negociando a 8,4x EBITDA 2022, Via Varejo encontra-se 30% abaixo da sua média histórica, 12x EBITDA, o que poderia ser considerado como potencial oportunidade.

“Entretanto, acreditamos que a diferença de preços se dá por riscos percebidos pelo mercado, dentre eles: cenário macro bastante desafiador e resultados ainda não tão satisfatórios”, afirma.

“Acreditamos que a cotação hoje reflete os resultados mais desafiadores e ainda muito longe de tempos áureos passados. Preferimos ficar de fora do papel no momento”, conclui o analista.

Méliuz (CASH3)

Desde o IPO, Méliuz foi “do céu ao inferno”. De mais de 300% de valorização para uma amargurada queda de 87% desde o pico.

“Grosso modo, a estratégia da companhia se equipara ao atual momento do Nubank: sofrendo com juros subindo (desestimula consumo e crédito), mercado descrente com as promessas feitas no IPO e tentativas audaciosas para crescer”, relata a analista Danielle Lopes.

“Para nós, as promessas não são suficientes. Por isso, recomendamos que fique de fora das ações de Méliuz”, conclui a analista da Nord Research.

BRF (BRFS3)

No primeiro trimestre, em especial no Brasil, a BRF optou por abaixar seus preços e mudar a composição do mix de produtos, visando combater o cenário mais adverso.

“Com uma inflação persistente em 2022 e preços de commodities mais elevados, reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia, temos pouca visibilidade quanto à melhora efetiva do cenário macro em que a companhia está inserida”, relatou o analista André Zonaro.

“Por mais que esteja negociando a 6,3x EBITDA (24% abaixo da média histórica), não vemos gatilhos para melhora de resultado que justifiquem uma alta nas ações. Acreditamos que o preço atual reflete as diversas dificuldades de crescimento e rentabilidade e, por isso, optamos por ficar de fora do papel”, conclui o analista.

Cogna (COGN3)

Os resultados ruins da Cogna refletiram nas ações, que acumulam uma queda de 39% em 12 meses e uma derrocada de 80% desde janeiro de 2020.

“A dificuldade na reestruturação é reflexo da alta dependência da empresa de uma economia aquecida e também de programas governamentais de bolsas de ensino. As taxas elevadas de desemprego e níveis baixos de renda impactam diretamente os resultados da empresa”, relata o analista Fabiano Vaz.

“Apesar dos avanços na reestruturação, a empresa é altamente dependente da economia e as perspectivas ruins para os próximos trimestres devem impactar nos resultados da Cogna”, conclui Vaz.

Oi (OIBR3)

De 2016, quando fez o pedido de recuperação judicial (RJ), até o dia 11 de maio de 2022, as ações da Oi acumulam uma queda de 68%. Nos últimos 2 meses, as ações da Oi recuaram 59%.

“Mas durante esses 6 anos de reestruturação, os avanços foram significativos: a companhia reestruturou sua dívida, avançou sua governança, recuperou-se operacionalmente, vendeu ativos e definiu a fibra óptica como o seu novo core business”, observou Fabiano Vaz.

“A V.tal é o grande supertrunfo da Nova Oi por conta da expectativa de crescimento da estrutura de fibra (atacado) no Brasil e pelo mercado que ela vai proporcionar para a Oi no varejo. A Nova Oi está se aproximando. Com foco total na fibra, veremos uma empresa totalmente diferente, muito mais enxuta e com capacidade de voltar a crescer no futuro”, conclui o analista da Nord Research.

Inter (BIDI11)

As units do Inter foram uma das que mais sofreram na Bolsa com a mudança de humor do mercado e acumulam uma queda de 84% desde a máxima alcançada em julho de 2021.

Segundo o analista Rafael Ragazi, para entregar lucros bilionários, o Inter depende de ganho de escala (diluição dos gastos) e da redução dos investimentos em marketing, que vão ocorrer naturalmente ao longo dos próximos anos.

“Apesar disso, enquanto o mau-humor do mercado com as ações de crescimento prevalecer, é pouco provável que as ações do Inter voltem a subir forte; no preço atual, BIDI11 é uma excelente oportunidade de investimento para aqueles com foco no longo prazo”, conclui Ragazi.

Fontes de conteúdo e relatórios consultados: B3 e Nord Research.

Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.

E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).

Gostou? Compartilhe nas Redes Sociais:
Facebook
Twitter
LinkedIn
Receba em primeira mão nossas novidades

Assine nossa Newsletter

Baixe já nosso App