NUBR33: o BDR do Nubank

NUBR33, o BDR do Nubank

NUBR33 é o código do BDR do Nubank na Bolsa brasileira (B3). Cada BDR do Nubank equivale a 1/6 do valor da ação americana do Nubank, que possui o código NU na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).

Aqui no Blog do Grana, você acompanha a movimentação dessa BDR que possui mais de 7,5 milhões de investidores pessoas físicas.

Confira na sequência no texto:

História e Atuação do Nubank

O Nubank é um banco digital fundado em maio de 2013 por 3 sócios: o colombiano David Vélez, o americano Edward Wible e a brasileira Cristina Junqueira.

Desde a fundação, recebeu rodadas de investimentos de fundos de “private equity” e “venture capital” e, depois, de grandes fundos globais como o Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett.

Desde 2014, atuava principalmente com a expansão de cartão de crédito na cor roxa que ficou popular entre as novas gerações e os clientes cada vez mais digitais, que só tinham contas em grandes bancos de varejo.

Em setembro de 2020, o Nubank deu um passo em direção ao mercado de investimentos ao comprar a Easynvest uma grande corretora de valores do varejo que atendia tanto clientes de ações (renda variável) como em renda fixa. Por exemplo, a Easynvest é uma das corretoras mais dedicadas ao Tesouro Direto, o programa de compra e venda de títulos públicos federais pela Internet.

Em 2021, o Nubank precisou fazer alguns ajustes no meio do caminho para sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), com os investidores mais cautelosos e o mercado penalizando as ações de techs brasileiras.

Segundo a casa de análise Levante, pesou ainda a experiência ruim da Stone do crédito, cortando para mais da metade o valor da companhia e também a preferência dos acionistas do Banco Inter pelo resgate da ação no lugar da migração para a Nasdaq.

Em suas primeiras tratativas com os bancos coordenadores da oferta, o Nubank falava em um “valuation” de US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões.

Nos três meses que se seguiram, quando a oferta foi efetivamente lançada, os números já estavam na casa dos US$ 50 bilhões e foi novamente reduzido por conta da piora do cenário para o setor.

Por fim, o IPO saiu a US$ 9 por ação com o Nubank sendo avaliado em US$ 41,5 bilhões, portanto, a instituição financeira mais valiosa da América Latina, superando grandes bancos privados brasileiros como Itaú (US$ 37,7 bilhões) e Bradesco (US$ 33,3 bilhões).

Em relação à oferta brasileira, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs, os recibos de ações negociados no Brasil) ficaram precificados em R$ 8,36 por BDR. Vale lembrar que cada BDR do Nubank equivale a 1/6 do valor da ação americana de código NU listada na Nyse.

Segundo o Nubank, o banco utilizará os US$ 2,6 bilhões de recursos captados no IPO para capital de giro, despesas operacionais e de capital e também para aquisições. Ou seja, a história de aquisições do Nubank terá novos capítulos pela frente.

Foto: Divulgação/B3 – Cauê Diniz

Números do Nubank no prospecto do IPO

O Nubank iniciou seus negócios, em dezembro de 2021, nas duas Bolsas (Nyse e B3) com valor de mercado superior ao dos bancos listados na América Latina, deixando o Itaú em segundo lugar como banco brasileiro de maior valor valendo US$ 37,7 bilhões. Já em terceiro lugar, estava o Bradesco, com US$ 33,3 bilhões, na mesma ocasião.

Passado apenas um mês do IPO do Nubank, o Itaú voltou a ser considerado o banco brasileiro de maior valor de mercado na América Latina diante da baixa das ações do Nubank ao longo desse período.

Entre os dados destacados pelo Nubank no prospecto do IPO está o número de 48,1 milhões de clientes do banco em setembro de 2021 sete vezes maior que ao final de 2018.

O Nubank também informou os prejuízos anteriores expressos na moeda americana (em US$):

  • 2020: US$ 171,5 milhões
  • 2019: US$ 92,5 milhões
  • 2018: US$ 28,6 milhões

Análises sobre o NUBR33, o BDR do Nubank pós-IPO

Na avaliação da Levante Research, o mercado observará com cautela o comportamento das ações do Nubank durante os dias seguintes após a estreia para avaliação.

Antes do IPO várias casas de análise avaliaram a instituição. A Suno Research considerou o banco digital “caro” para os padrões brasileiros. O simples fato de registrar valor de mercado superior ao de grandes bancos privados como Itaú e Bradesco mostra que a instituição está valorizada.

A Nord Research também recomendou que os investidores não entrassem no IPO e comparou que XP e BTG Pactual são mais atrativos nesse perfil de fintechs e com retorno sobre o capital (ROE) semelhante ao dos grandes bancos.

Já relatório do BTG Pactual, assinado pelos analistas Eduardo Rosman, Ricardo Bunhpinguel e Thiago Paura, encaminhado ao Blog do Grana, mostrou que o Nubank possui aspirações globais.

“O Nubank está se tornando global? Foi interessante ver um dos fundadores dizer que a expansão além da América Latina é real. Num podcast recente afirmaram que o banco global era uma possibilidade distinta (provavelmente mais voltado para mercados emergentes). Se esse for o caso, o Nubank pode a vir a ser muito maior”, descreve o relatório do BTG Pactual.

BTG Pactual iniciou a cobertura da BDR do Nubank (NUBR33) com recomendação neutra e preço alvo de R$ 9,30 por BDR. Já o Itaú BBA projeta preço-alvo de US$ 8 para ação do Nubank, queda de US$ 1,00 em relação ao valor de US$ 9,00 precificado no IPO.

Entre os bancos estrangeiros, o Goldman Sachs projeta preço-alvo de US$ 15 por ação a longo prazo, enquanto o UBS prevê preço-alvo de US$ 12,50 também para o horizonte a longo prazo.

De acordo com relatório do BTG Pactual, a administração do Nubank acredita que nos próximos 5 a 10 anos, bancos digitais (como o Nubank) devem dominar a indústria financeira global.

Por essa argumentação, a BDR do Nubank pode ser classificada como um investimento de renda variável para o horizonte a longo prazo.

Quais são os riscos de NUBR33, o BDR do Nubank

A BDR do Nubank embute um risco de estar supervalorizada na largada. Na linguagem do mercado, o banco já foi avaliado no “estado da arte” ou da “perfeição”, valendo mais que gigantes como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.

Ainda de acordo com o prospecto da oferta do Nubank, há vários riscos a serem considerados pelos investidores de ações e de BDRs:

  • O investimento em certificados de depósito de ações (BDRs) envolve alto grau de risco;
  • O preço de mercado das Ações Ordinárias Classe A e dos BDRs pode flutuar significativamente e os titulares de BDRs e ações poderão perder o seu investimento, no todo ou em parte;
  • A companhia pode não pagar quaisquer dividendos em dinheiro no futuro próximo;
  • Titulares de BDRs não serão capazes de exercer seus direitos de voto tão prontamente quanto um acionista titular de Ações Ordinárias Classe A;
  • A volatilidade e a falta de liquidez do mercado brasileiro de valores mobiliários poderão limitar substancialmente a capacidade dos investidores de vender os BDRs pelo preço e na ocasião que desejarem;
  • Os requisitos associados a ser uma sociedade de capital aberto nos Estados Unidos exigirão recursos significativos da Companhia e atenção e de sua administração;
  • O acionista controlador David Vélez Osorno deterá 86,2% das Ações Ordinárias Classe B em circulação após a oferta global, o que representará aproximadamente 75,0% do poder de voto do capital social emitido pela companhia. Essa concentração de propriedade e poder de voto limitará a capacidade dos demais acionistas de influenciar aspectos societários e corporativos;
  • As ações ordinárias Classe A e os BDRs nunca foram negociados publicamente, um mercado ativo para as ações ordinárias Classe A e os BDRs pode não se desenvolver e a volatilidade e falta de liquidez do mercado de valores mobiliários brasileiro podem substancialmente limitar sua capacidade de vender seus BDRs no preço e prazo desejados;
  • Os titulares de BDRs podem encontrar mais dificuldades para proteger seus interesses do que um acionista de uma sociedade por ações no Brasil;
  • A companhia Nubank é uma sociedade de responsabilidade limitada isenta das Ilhas Cayman. Os direitos de seus acionistas, inclusive com relação aos deveres fiduciários e proteções aos interesses dos acionistas, podem ser diferentes dos previstos pelas leis do Brasil;
  • O surto de doenças transmissíveis em todo o mundo, como a atual Covid-19 (causada pelo coronavírus), pode levar a uma maior volatilidade no mercado de capitais global e resultar em pressão negativa sobre a economia mundial e a economia brasileira, impactando o mercado de negociação dos BDRs;

Balanço do 1º trimestre de 2022 – NUBR33, o BDR do Nubank

Prejuízo no 1º trimestre de 2022

O Nubank reportou prejuízo de US$ 45,1 milhões no 1º trimestre de 2022, ante prejuízo de US$ 49,4 milhões no 1º trimestre de 2021.

Foto: Nubank/Divulgação.

Lucro líquido ajustado

O banco reportou lucro líquido ajustado de US$ 10,1 milhões no 1º trimestre de 2022.

Receita líquida

A receita alcançou US$ 877,2 milhões no 1º trimestre de 2022, um aumento de 226% na comparação anual. A receita média por cliente ativo do Nubank aumentou para US$ 6,7 por usuário, ante US$ 5,6 por cliente no 4º trimestre de 2021.

Número de clientes

Nubank informou 59,6 milhões de clientes ao final de março, um aumento de 5,7 milhões somando a base de Brasil, México e Colômbia.

Depósitos

Os depósitos aumentaram 94% na comparação anual atingindo US$ 12,6 bilhões em 31 de março de 2022, devido principalmente à contínua expansão da base de clientes do Nubank, a taxa de atividade e o aumento de clientes que o adotaram como conta bancária principal.

NuPay

No 1º trimestre de 2022, o Nubank lançou o NuPay, uma solução de pagamentos para compras online integrada ao checkout do comércio eletrônico e parcelamento, possibilitando que os clientes façam compras online.

Novidades do NUBR33, o BDR do Nubank

Em 11 de maio de 2022, o Nubank realizou o lançamento inicial do Nucripto, que permite a negociação com criptomoedas a partir de R$ 1. De acordo com o balanço divulgado, o Nubank pretende democratizar as criptomoedas no Brasil e no resto da América Latina.

Como os outros produtos do Nu, o Nucripto foi criado para eliminar a complexidade desse mercado e torná-lo acessível a qualquer pessoa que deseja participar dele.

Análise da Avenue sobre a ação do Nubank ($NU)

Os resultados divulgados ficaram acima das expectativas do mercado, impulsionados principalmente pela receita média por cliente ativo, que aumentou em relação ao trimestre anterior.

É importante ressaltar que está programado para 17 de maio de 2022 (hoje) o fim da restrição (lock-up) para a negociação de ações dos fundadores e dos acionistas pré-IPO, que havia sido marcado inicialmente para junho, mas acabou sendo antecipado pela fintech.

Fundos e investidores relevantes podem começar a movimentar essas ações. Já pessoas físicas que receberam ações ou recibos do Nubank no IPO ainda devem que esperar o período de um ano acordado.

Entre os destaques dos resultados, a taxa de atividade aumentou para 78% de 76,3% no trimestre anterior.

Por fim, a fintech lançou, na semana anterior aos resultados, uma plataforma que permite que os que seus usuários negociem bitcoin (BTC-USD) e ethereum (ETH-USD). Dessa forma pode atrair ainda mais clientes para o seu ecossistema.

Nos cálculos da Avenue Intelligence, antes da divulgação do balanço do 1º trimestre de 2022, o Nubank possui um valor de mercado de aproximadamente US$ 20,16 bilhões.

Desde o IPO até 16 de maio de 2022, o valor da ação caiu 53,6%.

Fontes de conteúdo e relatórios consultados: B3, CVM, Nubank RI, Avenue Intelligence e Levante.

Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.

E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).

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