O que você vai ver neste artigo:
BDRs de ETFs de dívida corporativa
A gestora global Blackrock disponibilizou os 2 primeiros produtos no Brasil (BLQD39 e BHYG39) que investem em fundos com títulos de dívida corporativa nos Estados Unidos.
Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre essas duas novidades listadas na Bolsa brasileira (B3), os principais riscos dessas aplicações financeiras, e a exigência da declaração desse investimento no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
Confira na sequência do texto:
- USAL11: Conheça o fundo que investe em grandes empresas dos EUA
- RURA11: Conheça o fundo Itaú Asset Rural Fiagro Imobiliário
- WRLD11: o ETF que investe em 9 mil empresas no mundo todo
- IR da Bolsa: Como resolver automaticamente
- ETFs internacionais: Saiba quais fundos investem na Europa, nos Estados Unidos e no mundo

Lançamento de BDRs de ETFs de Treasuries em 14/02/2022 na Bolsa. Foto: Divulgação B3/Cauê Diniz.
O que são BDRs de ETFs de dívida corporativa dos EUA
A gestora global de ativos financeiros BlackRock lançou os dois primeiros Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de Exchange Traded Funds (ETFs) de títulos privados de dívida de empresas norte-americanas.
Em outras palavras, são fundos que investem em títulos de crédito (dívida) de companhias dos EUA.
Os 2 novos produtos estão disponíveis na Bolsa desde 14 de março de 2022, inicialmente apenas para investidores qualificados, ou seja, para aqueles que possuem capital investido acima de R$ 1 milhão.
Ainda não há uma data ou previsão para os BDRs de ETFs de dívida corporativa estarem disponíveis aos investidores pessoas físicas do varejo, autorização que depende da Comissão de Valores Mobiliários (CVM, a autarquia do governo que fiscaliza o mercado).
Para explicar o que são BDRs de ETFs de dívida corporativa, antes vamos separar a sopa de letrinhas em duas partes:
Os BDRs são recibos de ativos estrangeiros negociados no Brasil. Já os ETFs são fundos de negociados em Bolsa.
Portanto, juntando os dois conceitos, os BDRs de ETFs de dívida corporativa são recibos de fundos que investem em títulos de empresas norte-americanas em dólar que são remunerados por juros no exterior, disponíveis para negociação na Bolsa brasileira.
Segundo o comunicado da B3, a vantagem do investimento por meio de ETFs é a exposição a uma maior quantidade de produtos com um só papel, diluindo o risco entre várias empresas a partir de uma carteira diversificada.
Quais são os 2 BDRs de ETFs de dívida de empresas dos EUA
Desde 14 de março de 2022 já estão disponíveis na B3 dois novos BDRs de ETFs do Banco B3 em parceria com a BlackRock, gestora global de ativos financeiros, visando a diversificação internacional para o investidor brasileiro.
São eles: o iShares iBoxx Investment Grade Corporate Bond (BLQD39) e o iShares iBoxx High Yield Corporate Bond (BHYG39), ambos referenciando índices de Renda Fixa dos Estados Unidos.
BLQD39 – iShares iBoxx Investment Grade Corporate Bond
O BLQD39 é composto por títulos de dívida corporativa conhecidos como Investment Grade Bonds.
Esses títulos são considerados de baixo risco, pois recebem avaliações consideradas altas de agências de rating, tendo sua carteira composta por mais de 1 mil títulos corporativos de alta qualidade dos Estados Unidos.
O iShares iBoxx $ Investment Grade Corporate Bond – o nome oficial do BLQD39 – segue como referência o Markit iBoxx USD Liquid Investment Grade Index (índice norte-americano).
BHYG39 – iShares iBoxx High Yield Corporate Bond
Já o BHYG39 é composto por títulos de dívida corporativa conhecidos como High Yield Bonds.
São títulos que pagam taxas mais altas, porém têm avaliações de crédito mais baixas, resultando em um maior risco.
O iShares iBoxx $ High Yield Corporate Bond – nome oficial do BDR de ETF BHYG39 – segue como referência o Markit iBoxx USD Liquid High Yield 0-5 Index (índice norte-americano).
Quais segmentos de BDRs de ETFs já estão na Bolsa
O produto BDR de ETF de dívida corporativa é inicialmente voltado para o investidor qualificado, ou seja com quantia superior a R$ 1 milhão em aplicações financeiras.
O produto listado na Bolsa contempla diferentes perfis por risco, do conservador ao mais arrojado, somando-se aos 6 BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETF (Exchange Traded Fund) de Renda Fixa Internacionais lançados na B3 em fevereiro de 2022.
A novidade atual é o acesso aos índices compostos por títulos de dívida de empresas americanas, ampliando o portfólio de produtos de Renda Fixa na B3 e permitindo novas estratégias aos investidores.
Desde 14 de fevereiro de 2022, com os BDRs de iShares ETFs de renda fixa, os investidores brasileiros já podiam acessar cestas de títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) em dólares e com custos reduzidos em relação aos títulos negociados individualmente.
Vale lembrar que desde novembro de 2020, a BlackRock e a B3 já tinham estabelecido uma parceria para listagem de BDRs de ETFs internacionais de renda variável (ações) na Bolsa brasileira.
Quais são os riscos dos BDRs de ETFs de dívida corporativa
O investimento em BDRs de ETFs de dívida de empresas norte-americanas possui riscos comuns aos de outras aplicações financeiras do mercado.
Entre esses riscos estão:
- risco de volatilidade do câmbio (dólar x real).
- risco de volatilidade dos preços dos títulos do crédito privado.
- riscos de crédito específicos para cada um dos ativos presentes na carteira.
- riscos de calote, inadimplência, atraso de pagamento de juros, moratória ou insolvência de cada um dos ativos de crédito privado da carteira.
- risco de inflação nos Estados Unidos.
- risco de baixa dos juros em momentos de crises nos EUA.
- risco de redução do preço dos títulos privados em momentos de aumento dos juros nos EUA.
- riscos de liquidez na negociação dos BDRs de ETFs no Brasil.
- riscos macroeconômicos globais (ex. aumento ou baixa dos juros nos EUA, crises financeiras globais).
- riscos tributários dos BDRs de ETFs no Brasil (ex. aumento de impostos no Brasil).
- riscos regulatórios dos BDRs de ETFs no Brasil (ex. eventuais medidas da CVM que possam impactar esse mercado ou segmento).
- outros riscos.
Exigência de Declaração no Imposto de Renda da Pessoa Física
Existe um ditado popular que diz: “Só existem duas certezas na vida, a da morte e a dos impostos”.
No caso brasileiro devemos acrescentar que todo investimento precisa ser informado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).
Portanto, se você é investidor qualificado pessoa física, lembre-se que além do pagamento do Imposto de Renda sobre Ganhos de Capital, o investimento em BDRs de ETFs de dívida corporativa deve ser declarado à Receita Federal.
Para resolver essa questão do IR automaticamente, acesse o link abaixo:
IR da Bolsa: Como resolver automaticamente
Fontes consultadas: B3 e BlackRock Brasil.
Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.
E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).
