Efeito Guerra: Ações da Petrobras sobem após reajuste de 18% da gasolina e de 25% do diesel

Efeito Guerra.

Em seu primeiro reajuste após o início da Guerra na Ucrânia, a Petrobras reajustou o preço da gasolina em 18% e o valor do diesel em 25% nas refinarias.

Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre essa escalada nos preços dos combustíveis e os reflexos nas ações da Petrobras.

Confira na sequência do texto:

Efeito Guerra: Ações da Petrobras sobem após reajuste

Logo após anúncio do reajuste, as ações da Petrobras, que já estavam em leve alta pela manhã – por causa do aumento do preço do petróleo no exterior – firmaram a elevação e figuram entre as maiores altas do Ibovespa na tarde de 10 de março de 2022.

No fechamento do mercado, PETR4 subiu 3,50% (Petrobras PN) e PETR3 avançou 2,80% (Petrobras ON).

Efeito Guerra – Justificativa da Petrobras para o reajuste

“Após 57 dias sem reajustes, a partir de 11/03/2022, faremos ajustes nos preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras.

Esse movimento vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda.

Apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, decidimos não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo.

Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário promover ajustes nos preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras. 

Adicionalmente, a redução na oferta global de produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil.

A partir de 11/03 o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passa de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,54 por litro. 

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,81 por litro.

Para o GLP, o último ajuste de preços vigorou a partir de 09/10/2021, há 152 dias.

A partir de amanhã, 11/03, o preço médio de venda do GLP da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por kg.

Esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia”, informou a Petrobras, em nota divulgada em 10 de março de 2022.

Denúncias no Procon de aumento abusivo nos postos

Diante de informações de que alguns postos de combustível estão aumentando os preços na data de hoje (10/3), ou seja, antes da entrada em vigor do reajuste divulgado pela Petrobras, o Procon-SP orientou os consumidores a denunciarem a prática.

“A Petrobras anunciou hoje um aumento nos preços da gasolina e do diesel que passará a valer a partir de amanhã, dia 11. Os postos de combustível que estão reajustando os produtos hoje estão incorrendo em prática abusiva e especulativa”, alertou o Procon-SP, em nota à imprensa.

Impacto do reajuste da Petrobras na inflação

Nos cálculos do economista chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, o aumento da gasolina na bomba terá um impacto de cerca de 0,40 ponto porcentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda segundo o economista, o GLP, que representa cerca de 50% do gás de botijão, com a alta de 16% deve ter um impacto de 7,8% no preço do botijão e impacto de 0,11 ponto porcentual no IPCA.

Ele também acrescenta que a alta do diesel tem efeitos indiretos intensos e equivalem a uma alta de cerca de 0,20 ponto porcentual distribuídos ao longo do ano.

“Em suma, os reajustes da Petrobras, desconsiderando os efeitos sobre a paridade energética da gasolina e etanol, são de 0,71 ponto porcentual no IPCA”, calculou Sanchez.

“Em outras palavras, subimos nossa projeção do IPCA para o ano de 5,0% para 5,5%”, concluiu.

Defasagem dos preços em relação à paridade internacional

Mesmo com o aumento feito pela estatal hoje, Étore Sanchez estima que a Petrobras ainda tem cerca de 10% de defasagem na gasolina.

“O que não deve ser corrigido no curto prazo”, afirma o economista chefe da Ativa Investimentos.

Riscos das ações da Petrobras com a Guerra na Ucrânia

Além da forte volatilidade com os preços do petróleo (sobe e desce constante dos preços) no meio de uma guerra, outro risco apontado por analistas de mercado é o risco de interferência do governo na Petrobras para tentar segurar o reajuste dos preços dos combustíveis (gasolina, diesel, gás de cozinha).

Ou seja, como a Petrobras é uma empresa de capital misto (público e privado), mas controlada pelo governo, há o risco dos políticos adotarem medidas que possam controlar os preços.

A simples discussão por parlamentares ou por autoridades do poder executivo de medidas nesse sentido já pode provocar a baixa nos papéis da companhias.

Em outras palavras, por causa das incertezas sobre a Guerra e as chances de interferência na estatal, o investimento em ações da Petrobras é considerado de alto risco nesse momento, mesmo com boas perspectivas de lucros no curto prazo ou de dividendos maiores a serem distribuídos aos acionistas.

Teve lucro em day-trade com Petrobras? Há IR para pagar

Se o investidor pessoa física de varejo entrou na onda da especulação do mercado com Petrobras e obteve lucro em day-trade (operação no mesmo dia) com as ações da estatal, vale alertar que há Imposto de Renda (IR) sobre ganhos de capital para pagar.

A alíquota do IR é de 20% sobre o lucro obtido na transação. O pagamento deve ser realizado até o dia 30 do mês seguinte da operação por meio de DARF, o Documento de Arrecadação da Receita Federal.

Para mais informações sobre IR em day-trade ou sobre a compensação de prejuízos com ações, consulte o link abaixo.

Relatórios consultados: B3, CVM, Petrobras e Ativa Investimentos.

Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.

E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).

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