O que você vai ver neste artigo:
ELAS11 é o código do Exchange Traded Fund (ETF, ou fundo negociado em Bolsa) Mulheres na Liderança Fundo de Índice de Ações listado na B3, em 8 de março de 2022, Dia Internacional da Mulher.
Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre essa nova aplicação financeira que investe em companhias lideradas por mulheres.
Confira na sequência do texto:
- USAL11: Conheça o fundo que investe em grandes empresas dos EUA
- RURA11: Conheça o fundo Itaú Asset Rural Fiagro Imobiliário
- WRLD11: o ETF que investe em 9 mil empresas no mundo todo
- IR da Bolsa: Como resolver automaticamente
- ETFs internacionais: Saiba quais fundos investem na Europa, nos Estados Unidos e no mundo

Lançamento do ETF ELAS11 na Bolsa com a presença de Marina Ruy Barbosa (ao centro) e Beatriz Galloni, diretora de Sustentabilidade do Banco Safra. Foto: Divulgação B3/Cauê Diniz
O que é o ETF Mulheres na Liderança ELAS11
De acordo com informações da B3, o ETF Mulheres na Liderança (ELAS11) é um fundo negociado em Bolsa gerido pela Safra Asset Management e segue o Índice Teva ESG Mulheres na Liderança.
Onde o ETF ELAS11 aplica os recursos dos cotistas
Segundo o documento fornecido pela assessoria da Teva Índices ao Blog do Grana, o índice com critérios quantitativos ESG (critérios ambientais, sociais e de governança corporativa) reúne ações de companhias que adotam o maior número de mulheres na liderança (CEOs, no Conselho, e na administração).
De acordo com informações do Safra, as companhias que atendem aos critérios de tamanho e liquidez, bem como aos filtros setoriais, têm sua participação no índice atribuída pelo Score Teva de Igualdade de Gêneros.
Essa nota é calculada como uma média da proporção de presença feminina nos Conselhos de Administração, Conselhos Fiscais, Diretorias Executivas, Comitês de Gestão, entre outros, e ponderada por pesos para cada um dos colegiados.
Ainda há um bônus de pontuação para empresas que tenham algum colegiado com mais de 50% de mulheres e empresas que tenham aumentado a participação feminina.
Por outro lado, são penalizadas as empresas que tenham colegiados sem participação feminina ou diminuição da participação.
O índice é rebalanceado trimestralmente, e atualmente conta com empresas de diversos setores.
De acordo com esses critérios, o ranking Teva Mulheres na Liderança é formado por empresas como: Santander Brasil (44,6 pontos), Vivara (40,0), Enjoei (35,3), Banco BMG (33,3), M. Dias Branco (32,1), OncoClínicas (31,2), Pague Menos (30,6), CVC Brasil (30,5), Tim (30,4), Marisa (30,2), Light (29,9), Lojas Renner (29,0), Natura (28,8) e AES Brasil (28,4).
Representatividade das Mulheres em Conselhos
O índice da Teva também considera a representatividade das mulheres em Conselhos das empresas listadas na Bolsa brasileira.
Confira o ranking apurado pela Teva Índices:
- Lojas Marisa: 50%
- Banco BMG: 44,4%
- Tim: 40%
- Guararapes: 40%
- Aeris: 40%
- Enjoei: 40%
- Banco do Brasil: 37,5%
- Magazine Luiza: 37,5%
- Mills Engenharia: 37,5%
- Santander Brasil: 33,3%
- EDP Brasil: 33,3%
- M. Dias Branco: 33,3%
- Oncoclínicas: 33,3%
- Cogna Educação: 33,3%
Mas de acordo com o levantamento da Teva Índices, mais de 58% das empresas não possui nenhuma mulher na Diretoria, Conselho Fiscal ou Comitê de Auditoria.
Das 7.882 posições de liderança nas empresas brasileiras listadas, apenas 1.158 são ocupadas por mulheres.
Essa diferença tem diminuído lentamente, com aumento de apenas 5,5% na representatividade feminina nos últimos 5 anos.
Apenas 14,1% das posições em Conselhos de Administração de empresas brasileiras listadas são ocupados por mulheres.
São 1.966 homens em Conselhos para 324 mulheres Conselheiras. Ou seja, ainda há uma distância (gap) para se atingir a igualdade nos Conselhos.
Entre as empresas brasileiras listadas na Bolsa, 38,44% delas não têm nenhuma mulher no Conselho de Administração, o órgão mais alto de governança corporativa.
No exterior, costuma-se observar a métrica de ao menos duas mulheres no Conselho de Administração. Hoje, somente 26,4% das empresas brasileiras têm duas ou mais mulheres no Conselho.
Mulheres em empresas listadas no Ibovespa
Dentre as companhias que compõem o Ibovespa, existem 119 mulheres conselheiras e 658 homens.
Isso demostra uma representatividade de apenas 15,3% de mulheres conselheiras contra 84,7% de homens conselheiros.
São 71 companhias do Ibovespa com mulheres no conselho de administração (78,9% das empresas que compõem o índice).
Atualmente 21,1% das companhias do Ibovespa não possuem mulheres no conselho de administração.
CEO mulher em empresas listadas no Ibovespa
Atualmente existem apenas 2 companhias presentes no Ibovespa com CEO mulher. São elas: Fleury e Iguatemi.
Em termos percentuais, são apenas 2,2% das companhias que compõem o índice com mulheres como CEO.
Declarações sobre o lançamento do ELAS11 na B3
“Precisamos de mais mulheres na liderança. A diversidade é muito importante, não apenas de gênero, mas também de cores, de escolhas e histórias. A diversidade faz com que sejamos melhores. Convivendo com as diferenças, somos mais criativos, encontramos melhores soluções para os problemas”, lembrou Beatriz Galloni, diretora de Marketing e Sustentabilidade do Banco Safra, no evento de lançamento.
“O novo ETF agrega muito ao caminho que temos traçado no Banco Safra em relação aos investimentos ESG. Enxergamos que essas frentes se tornam cada vez mais relevantes para o mercado, e aproveitamos esse dia especial para demonstrar a confiança que temos na importância da representatividade feminina na governança das empresas”, disse Ricardo Negreiros, diretor da Safra Asset.
“Em 2021, fomos a primeira bolsa de valores do mundo a emitir um Sustentability Linked Bond (SLB), no valor de R$ 700 milhões, nos comprometendo a atingir 35% de representatividade de mulheres em cargos de liderança até 2026 e com a criação de um índice de diversidade para o mercado brasileiro, como forma de estimular boas práticas de mercado. Além disso, em 2020, fomos reconhecidos pelo WOB (Women on Board) pelo nosso compromisso com a pauta de mulheres no conselho, sendo que hoje elas representam 27% do nosso conselho de administração.“ explica Flavia Mouta, Diretora de Emissores na B3.
Qual a taxa de administração do ETF ELAS11
De acordo com o documento do fundo disponível na B3, a taxa de administração cobrada pela gestora Safra Asset Management é de 0,50% ao ano.
Esse custo não inclui eventuais taxas de corretagens cobradas por corretoras e plataformas de investimentos, encargos que podem ser “zerados” de acordo com o pacote de serviços de cada investidor e que podem variar de uma instituição para outra.
Quais são os principais riscos do ETF ELAS11
O Blog do Grana apurou que o ETF ELAS11 possui riscos semelhantes aos de outros ETFs de índices de ações listados na Bolsa brasileira:
- risco de mercado.
- risco de liquidez.
- risco de volatilidade (sobe e desce constante nas cotações).
- riscos corporativos relacionados aos papéis das companhias presentes na carteira.
- risco do bom desempenho das ações não se repetirem no futuro.
- risco macroeconômicos globais (ex. aumento dos juros nos EUA).
- riscos tributários e outros riscos.
Imposto de Renda sobre ganhos de capital no ELAS11
As alíquotas do Imposto de Renda (IR) sobre ganhos de capital no resgate das cotas do ELAS11 são as mesmas cobradas de outros ETFs de renda variável (ações), sendo 15% sobre ganhos na valorização do capital ou 20%, no caso de lucro de curtíssimo prazo obtido com operação de day trade (no mesmo dia).
No caso da venda das cotas com apuração de ganhos de capital (ou seja, com a obtenção de lucro) o Imposto de Renda (IR) deverá ser pago até o dia 30 do mês seguinte ao da venda por meio de DARF, o Documento de Arrecadação da Receita Federal.
Fontes consultadas: B3, Safra, Teva Índices e documento do ETF Safra Mulheres na Liderança.
Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.
E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).
