BDRs de ETFs de renda fixa: Conheça os fundos que investem em títulos do Tesouro americano

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BDRs de ETFs de renda fixa.

A gestora global Blackrock lançou – em parceria com o Banco B3 – os 6 primeiros produtos no Brasil que investem em fundos com títulos do Tesouro americano.

Aqui no Blog do Grana, você terá informações sobre essa novidade listada na Bolsa brasileira (B3), os principais riscos da aplicação financeira, e a exigência da declaração desse investimento no Imposto de Renda da Pessoa Física.

Confira na sequência do texto:

Grupo de pessoas vestindo máscara se reúne atrás do púlpito da B3 em toque de campainha comemorando lançamento dos novos produtos. Ao fundo, tela azul com chuva de papel picado.

Foto: Divulgação B3/Cauê Diniz.

O que são BDRs de ETFs de renda fixa internacional

A gestora global de ativos financeiros BlackRock lançou em parceria com o Banco B3, os primeiros Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de Exchange Traded Funds (ETFs) de renda fixa listados em Bolsas norte-americanas.

Os 6 novos produtos estão disponíveis na Bolsa desde 14 de fevereiro de 2022, inicialmente apenas para investidores qualificados, ou seja, para aqueles que possuem capital investido acima de R$ 1 milhão.

Ainda não há uma data ou previsão para os BDRs de ETFs de renda fixa internacionais estarem disponíveis aos investidores pessoas físicas do varejo, autorização que depende da Comissão de Valores Mobiliários (CVM, a autarquia do governo que fiscaliza o mercado).

Para explicar o que são BDRs de ETFs de renda fixa internacional, antes vamos separar a sopa de letrinhas em duas partes:

Os BDRs são recibos de ativos estrangeiros negociados no Brasil. Já os ETFs são fundos de negociados em Bolsa.

Portanto, em outras palavras, os BDRs de ETFs de renda fixa internacional, são recibos de fundos que investem em títulos em dólar que são remunerados por juros no exterior, disponíveis para negociação na Bolsa brasileira.

Expectativas sobre os BDRs de ETFs de renda fixa internacional

De acordo com o comunicado da B3, desde 14 de fevereiro de 2022, com os BDRs de iShares ETFs de renda fixa, os investidores brasileiros podem acessar cestas de títulos de renda fixa em dólares “de forma mais eficiente” e com custos reduzidos em relação aos títulos negociados individualmente.

Em novembro de 2020, a BlackRock e a B3 já tinham estabelecido uma parceria para listar o primeiro BDR de ETF internacional de renda variável (ações).

De acordo com dados do último Relatório Anual iShares sobre o Progresso do Investidor da BlackRock, globalmente a gestora tem mais de 100 milhões de clientes nos ETFs iShares, e a expectativa é atingir nos próximos cinco anos mais 100 milhões de cotistas, ou seja, dobrar a base de clientes.

Comentários sobre a listagem dos BDRs de ETFs na B3

Para Karina Saade, Head da BlackRock no Brasil, essa tendência de crescimento também é seguida pelo Brasil.

“2021 foi um ano de consolidação dos BDRs de ETFs. A chegada dos BDRs de ETFs de renda fixa marca outro momento importante no desenvolvimento dessa nova plataforma. O nosso objetivo é continuar trazendo novas classes de ativos e exposições, até que seja possível montar um portfólio internacional completo, com ETFs”, afrimou Karina Saade.  

Para a B3, a possibilidade de listagem desse e de diversos outros tipos de fundos leva o mercado de capitais para outro patamar, uma vez que possibilita uma diversificação cada vez maior de ativos na carteira dos investidores brasileiros.

“A diversificação de geografias, moedas e setores é essencial para que os brasileiros tenham todos os insumos para construir as melhores estratégias e alcançarem seus objetivos. Os lançamentos reforçam o compromisso da B3 e do mercado em oferecer o maior número de opções de produtos para os investidores brasileiros”, explica Luís Kondic, diretor executivo de Produtos e Dados da B3.

Investimento em fundos com títulos do Tesouro dos EUA

Os seis primeiros BDRs de ETFs de renda fixa internacional listados pela BlackRock na Bolsa brasileira aplicam os recursos dos cotistas em fundos (ETFs) com títulos do Tesouro americana.

Veja abaixo a lista com o código, o nome do fundo relacionado a estratégia e o tempo de duração (duration) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (EUA):

  • BGOV39 – iShares US Treasury Bond ETF – GOVT US Equity
  • BIYT39 – iShares 7-10 Year Treasury Bond ETF – IEF US Equity
  • BIEI39 – iShares 3-7 Year Treasury Bond ETF – IEI US Equity
  • BSHV39 – iShares Short Treasury Bond ETF – SHV US Equity
  • BSHY39 – iShares 1-3 Year Treasury Bond ETF – SHY US Equity
  • BTLT39 – iShares 20+ Year Treasury Bond ETF – TLT US Equity

Quais são os riscos dos BDRs de ETFs com Tesouro americano

Antes de mais nada, vale ressaltar que a aplicação em títulos do Tesouro americano é considerada uma das mais seguras do mercado global e também, por isso, a que paga um dos menores porcentuais de juros do mundo.

Desde a independência dos Estados Unidos em 1776, o Tesouro norte-americano nunca deu calote em sua dívida, nunca decretou moratória ou adiou o pagamento dos juros ou do principal dos seus títulos.

Ao mesmo tempo, vale lembrar que a maior dívida do planeta é a dos Estados Unidos, com mais de US$ 30 trilhões em títulos do Tesouro (Treasuries), algo como mais de 30 vezes a gigantesca dívida pública brasileira.

Mesmo sendo considerada uma das aplicações mais seguras do mundo, o investimento em Treasuries, uma espécie de caderneta de poupança dos norte-americanos, possui riscos comuns aos de outras aplicações financeiras do mercado.

Entre esses riscos estão:

  • risco de volatilidade do câmbio (dólar x real).
  • risco de volatilidade dos preços dos títulos do Tesouro americano.
  • risco de inflação nos Estados Unidos.
  • risco de baixa dos juros em momentos de crises nos EUA.
  • risco de redução do preço dos Tresuaries em momentos de aumento dos juros nos EUA.
  • riscos de liquidez na negociação dos BDRs de ETFs no Brasil.
  • riscos macroeconômicos globais (ex. aumento ou baixa dos juros nos EUA, crises financeiras globais).
  • riscos tributários dos BDRs de ETFs no Brasil (ex. aumento de impostos no Brasil).
  • riscos regulatórios dos BDRs de ETFs no Brasil (ex. eventuais medidas da CVM que possam impactar esse mercado ou segmento).
  • outros riscos.

Exigência de Declaração no Imposto de Renda da Pessoa Física

Existe um ditado popular que diz: “Só existem duas certezas na vida, a da morte e a dos impostos”.

No caso brasileiro devemos acrescentar que todo investimento precisa ser informado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).

Portanto, se você é investidor qualificado pessoa física, lembre-se que além do pagamento do Imposto de Renda sobre Ganhos de Capital, o investimento em BDRs de ETFs de renda fixa deve ser declarado à Receita Federal.

Para resolver essa questão do IR automaticamente, acesse o link abaixo:

IR da Bolsa: Como resolver automaticamente

Fontes consultadas: B3 e BlackRock Brasil.

Edição: Ernani Fagundes, jornalista responsável pelo conteúdo do Blog do Grana.

E-mail: ernani.fagundes@grana.capital (mande sua opinião sobre o Blog do Grana e sugestões para melhorar sua experiência no site de notícias de mercado e de investimentos).

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