O que você vai ver neste artigo:
Carteira de dividendos para dezembro de 2021.
O estrategista de análise José Francisco Cataldo Ferreira encaminhou ao Blog do Grana uma seleção de 5 papéis de empresas consideradas sólidas para atravessar o momento de incertezas do mercado e entregar dividendos (parte dos lucros) aos acionistas.
Confira na sequência do texto, os argumentos de Cataldo e da equipe de análise da Ágora Investimentos para cada uma das ações selecionadas:
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Carteira dividendos para dezembro
Pela média de dividend yield (dividendo proporcional ao valor da ação) dos cinco papéis selecionados, a estimativa é de uma entrega dos ganhos de 5,8% ao ano, similar ao ganho líquido da caderneta de poupança com os juros atuais.
Vale lembrar que o investimento em empresas que distribuem dividendos é de renda variável, ou seja, os preços dos ativos variam na Bolsa (B3).
Já a poupança é mais segura, mas o valor do patrimônio inicial fica parado. O rendimento é formado apenas pelos juros desse capital.
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Itaúsa (ITSA4) – Dividend Yield estimado de 4,6% em 2021
Acreditamos que a Itaúsa pode ser uma alternativa ao Itaú, tendo uma exposição ao banco, ao mesmo tempo em que está se diversificando cada vez mais, o que pode ser feito com a venda de participações em empresas de serviços financeiros (exemplo: XP Inc.) ou com a exploração de outros segmentos.
Como referência, a empresa vem estudando investimentos em distribuição de energia e agronegócio.
Além disso, a versão atual da reforma tributária deve impactar positivamente a Itaúsa, uma vez que o fim dos juros sobre o capital próprio (JCP) do Itaú deve reduzir o pagamento de PIS/Cofins.
Esses pagamentos de impostos representam despesas de R$ 300 milhões a R$ 500 milhões ao ano, e são da holding a maior despesa, após despesas pessoais.
Além disso, as menores alíquotas de imposto de renda gerariam maiores resultados para as investidas.
Assim, mantemos nossa recomendação de compra para a ação, que permanece com um desconto.
Vibra (VBBR3) – Dividend yield estimado de 7,1% em 2021
Seguimos confiantes na estratégia da Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) em implementar sua estratégia de crescimento e diversificação no longo prazo.
Embora a tese de investimento dependa fortemente da atividade doméstica, e que, portanto, uma desaceleração do PIB poderia ser negativa.
Entendemos que seu foco em eficiência pode ser capaz de preservar a rentabilidade do negócio, ao mesmo tempo em que oportunidades de M&A (fusões e aquisições) devem acelerar o processo de mudança na matriz energética da companhia, como a recém anunciada joint venture (parceria) com a Comerc.
A Comerc é uma das principais empresas de comercialização de energia do Brasil e também tem um portfólio de projetos de geração renovável.
Em nossa visão, a Vibra aposta em várias frentes de transição, mas com foco no futuro da eletrificação.
Taesa (TAEE11) – Dividend yield estimado de 8,7% em 2021
A Taesa é uma opção para carteiras com foco nos dividendos.
Como já comentado em outros momentos, o segmento de transmissão de energia elétrica não depende da demanda por energia, uma vez que suas receitas são pré-estabelecidas, com reajustes por inflação.
Destacamos que a Taesa não possui dívida atrelada ao dólar.
A empresa pode investir em novos projetos e ainda assim seguir levando a um dividend yield na casa dos 8,5% em 2021 e 2022.
Portanto, em função destas caraterísticas, vemos a Taesa como um nome mais resiliente para períodos de maior volatilidade no mercado.
Ambev (ABEV3) – Dividend yield estimado de 3,2% em 2021
A Ambev é um ativo usualmente buscado pelos investidores em momentos de maior instabilidade no mercado.
Em nossa visão, a Ambev pode se beneficiar no longo prazo da esperada redução dos preços dos grãos.
Considerando a nossa visão de baixa sobre os custos agrícolas (20% do total) e que os aumentos de preços provavelmente permanecerão (como acontecem historicamente), o lucro líquido do consenso de mercado parece excessivamente baixo para o período entre 2022 e 2024.
Leva cerca de 12 meses para que os preços das commodities reflitam nos resultados da companhia dados os hedges (proteções), mas o mercado provavelmente irá antecipar ganhos mais fortes devido à queda (futura) nos preços agrícolas.
Os principais riscos são a concorrência da Heineken e o atraso na recuperação do consumo de produtos de margens
mais altas.
Telefônica Vivo (VIVT3) – Dividend yield estimado de 5,4% em 2021
Os últimos resultados da Telefônica Brasil vieram em linha com as expectativas de consenso e mostraram
tendências semelhantes ao longo do ano.
Mostraram também impulso contínuo no segmento fibra (FTTH), com 310 mil adesões líquidas, levando a uma base total de assinantes de 4,36 milhões.
Vale a pena notar, que o número de casas com fibra aumentou para 18,3 milhões no terceiro trimestre de 17,3 milhões no trimestre anterior.
A aceleração do FTTH (fibra) tanto em adições líquidas quanto em receitas deve continuar compensando a queda das tecnologias legadas, ajudando também a proteger a base pós-paga por meio dos pacotes.
Acreditamos que a empresa está se movendo na direção certa, especialmente em relação à implantação de fibra (FTTH).
Notamos que o ativo VIVT3 está com o preço descontado, negociando com um múltiplo que representa um desconto em torno de 20% em relação à sua média de cinco anos.
A Telefônica Brasil é uma empresa que paga dividendos e estamos otimistas com o caso de investimento.