O que você vai ver neste artigo:
O sobe e desce do preço dos ativos (ações) está novamente na ordem do dia. De tempos em tempos, ou de uma crise para outra, a chamada “volatilidade” predomina no mercado. O investidor pessoa física que está começando a aportar recursos na bolsa de valores brasileira (B3) não deve se assustar com os altos e baixos das cotações.
Em renda variável, como o próprio nome diz, os valores oscilam (é variável), portanto, o importante é manter a estratégia para o horizonte de longo prazo de acordo com os objetivos traçados e o perfil de risco de cada um.
Em relatório divulgado pela plataforma Rico Investimentos, as analistas Betina Roxo e Paula Zogbi descrevem 7 perfis de investidores, cada um com uma carteira diferente, para esses tempos de volatilidade.
Segundo as analistas, motivos não faltam para o sobe e desce: risco fiscal no centro das atenções; crise hídrica, a falta de água nos reservatórios das geradoras de energia; inflação próxima de 10% ao ano (IPCA de agosto); aumento do dólar; aumento dos juros; e proximidade das eleições de 2022.
Ao mesmo tempo, as profissionais de mercado lembram que essa situação não é tão diferente daquela que vivemos em outras jornadas. Elas citam, por exemplo, o início do último ciclo de aumento de juros (aperto monetário) em abril de 2013, “período inclusive também bastante conturbado da economia e da política brasileira”.
Mas de lá para cá, longo prazo portanto, os investimentos em renda variável (70% em Ibovespa e 30% em S&P 500) alcançaram 236,8% de valorização, enquanto a renda fixa (60% em IMA-B 5+ e 40% em IRF-M) avançou 127,7% no mesmo período. “Parece bom, né? (renda fixa). É claro, não estamos sugerindo que você invista só em renda variável, nem agora, nem nunca”, ponderam as analistas.
“O grande segredo com seus investimentos para não entrar em pânico (com a volatilidade) é utilizar com sabedoria cada uma das classes de investimentos que existem. Elas devem ser dosadas de acordo com o perfil de risco de sua carteira, levando em conta o horizonte de investimento (prazo de permanência na aplicação), o retorno esperado e o risco que se tolera para chegar nos seus objetivos”, escrevem as analistas.
Conheça sua carteira de investimento acordo com seu perfil de risco:
Precavido
100% renda fixa pós-fixada (exemplos: Tesouro Selic, CDB DI, fundo simples, fundo renda fixa DI de curto prazo)
Cauteloso
79% renda fixa pós-fixada
6% renda fixa inflação (exemplos: Tesouro IPCA, ETF de IMA-B, fundos de renda fixa IMA-B, papéis indexados ao IPCA)
12% fundo multimercado
1% renda fixa prefixada (exemplo: Tesouro Prefixado)
1% renda fixa global (exemplo: fundo com títulos do tesouro dos EUA)
1% renda variável global (Brazilian Depositary Receipts – BDRs ou recibos de ações estrangeiras negociadas no Brasil).
Defensivo
54,5% renda fixa pós-fixada
5% renda fixa prefixada
5% renda fixa inflação
25% fundo multimercado
6% renda variável internacional
1% renda fixa global
3,5% renda variável Brasil
Estrategista
29% renda fixa pós-fixada
5% renda fixa prefixada
12,5% renda fixa inflação
28,5% fundo multimercado
12% renda variável internacional
10% renda variável Brasil
3% renda fixa global
Visionário
10% renda fixa pós-fixada
5% renda fixa prefixada
15% renda fixa inflação
28% fundo multimercado
4% renda fixa global
17,5% renda variável Brasil
19,5% renda variável internacional
Enérgico
1% renda fixa pós-fixada
5% renda fixa prefixada
12% renda fixa inflação
25% fundo multimercado
30% renda variável Brasil
2% renda fixa global
25% renda variável internacional
Destemido
7,5% renda fixa inflação
2,5% fundo multimercado
30% renda variável internacional
60% renda variável Brasil
Importância da diversificação
As analistas completam o relatório destacando a importância da diversificação, ou seja, de não ter todos “os ovos” na mesma cesta. “Ter parte do patrimônio exposto em outras economias ajuda a diminuir os riscos da carteira”, afirmam. Elas citam que BDRs e ETFs são alternativas para o investidor que busca exposição a ativos internacionais.