Top 10 da Ágora para março de 2024

A carteira Top 10 da Ágora Investimentos para o mês de março de 2024 retirou a ação do Carrefour Brasil (CRFB3) para dar entrada para o papel da Usiminas (USIM5) no portfólio.

“Para o mês de março, optamos por realizar uma única mudançana composição do portfólio. Retiramos as ações ON do Carrefour Brasil(CRFB3) e incluímos as ações da Usiminas (USIM5). Aproveitamos  o  movimento  de  recuperação  de CRFB3  no  mês  de fevereiro e optamos por incluir em seu lugar as ações USIM5 dada a abordagem  mais  otimista  à  tese.  Com  o  ajuste,  o  Beta  da  carteira variou de 1,04 para 0,91”, descreve o relatório da Ágora Investimentos.

Copel

A  Companhia  Paranaense  de  Energia  (Copel)  é  uma  empresa  integrada,  ou  seja,  atua  nos  quatro subsegmentos  do  setor  de  energia  elétrica:  geração,  transmissão,  distribuição  e  comercialização.  A empresa  possui  62  usinas  próprias  (sendo  18  hidrelétricas,  1  térmica  e  43  eólicas)  e  participação  em outros  14  empreendimentos  de  geração  de  energia  (1  térmica,  8  hidrelétricas,  4  parques  eólicos  e  1 solar). 

Em  Agosto  de  2023,  a  Copel  concluiu  o  processo  de  transformação  da  companhia  em  uma corporation, sem acionista controlador, diante  da liquidação financeira de oferta base secundária de ações  do  Estado  do  Paraná  e  da  oferta  primária  de  novas  ações. 

O  governo  paranaense  reduziu participação  das  ações  com  direito  de  voto  de  69,66%  para  cerca  de  32,32%.  Uma  vez  privatizada, reforçamos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 12,50 por ação para 2024 a partir de premissas que incluem redução de despesas e menor custo de capital. Em nossa visão, a Copel é um dos nomes mais atrativos no setor, negociando com uma TIR (taxa interna de retorno) real próxima dos 10%.

Itaú

O Itaú reportou mais um trimestre muito forte no 4T23, onde destacamos a melhoria significativa na qualidade dos ativos -especialmente entre os empréstimos a pessoas físicas, apesar do ligeiro volume de vendas da carteira, que teve um impacto não materialnos indicadores de inadimplência. Além disso, embora observemos um crescimento mais lento da carteira de crédito daqui para frente, destacamos também um melhor mix que tem contribuído para maiores spreads médios.

Além disso, acreditamos que  o  principal  destaque  do  guidance  para  2024  foi  as  despesas  de  provisão,  que  indicam  uma contração de 1,2% a 9,3%, enquanto o banco anunciou o pagamento de dividendos complementares de R$ 11,0 bilhões para 2023, implicando um valor total de proventos (dividendos e juros sobre capital próprio) de R$ 21,5 bilhões, ou equivalente a um payout de 60% do lucro líquido no ano. Diante disso, seguimos confiantes com a permanência das ações do Itaú na carteira neste momento.

JBS

A JBS é o maior produtor global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo. A empresa possui 300 plantas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países. Devido à  ciclicidade  da  sua  principal  linha  de  negócios,  a  JBS  passou  recentemente  por  meses  operacionais relativamente difíceis, apresentando no 1T23 a margem de lucro mais baixa em uma década.

Dado este cenário,  entendemos  que  o  espaço  para melhorias  é  significativo,  e  o mercado  parece  ainda  não  ter precificado uma provável recuperação das margens que deve se concretizar entre 2025 e 2026. Vemos a  ação  sendo  negociada  a  um  múltiplo  EV/EBITDA  (esperado  para  2024  e  2025)  abaixo  da  média histórica,  apoiando  assim  a  visão  positiva  para  o  valuation,  e  esperamos  que  as  margens  continuem melhorando sequencialmente devido a menores custos de grãos, uma redução dos abates (redução da oferta  de  carne)  nos  EUA  em  2024  e  ganhos  de  eficiência. 

Além  disso,  a  empresa  anunciou recentemente a proposta de listagem dupla nos EUA e no Brasil -se confirmado, o movimento poderá ajudar a reduzir o atual desconto de aproximadamente 40% no EV/EBITDA esperado para 2024 para a concorrente  norte-americana  Tyson  Foods – em  nossa  estimativa,  para  cada  redução  de  5  pontos percentuais, o preço das ações pode subir significativos 25%.

Localiza

A Localiza é a maior rede de mobilidade da América Latina, presente em 6 países, com mais de 580 mil carros na frota, 900 pontos físicos e 17 mil colaboradores. Por meio de suas subsidiárias, a empresa aluga  carros  para  pessoas  físicas,  administra  frotas corporativas,  vende  sua  frota  para  o  público  em geral, além de oferecer modelo de franquia.

Em meio a um mercado desafiador para vendas de carros usados e preços mais fracos em relação aos carros novos, as margens dos Seminovos, juntamente com despesas de depreciação ainda crescentes, e elevadas despesas financeiras, podem pressionar o lucro líquido  no  curto  prazo. 

Por  outro  lado,  esperamos  que  este  cenário  se  torne  gradativamente  mais favorável a partir da esperada melhora no cenário macroeconômico e entendemos que a ação possui um grande potencial de reavaliação devido a esse fator.

Além disso, a conclusão da fusão com a Unidas proporcionou recursos adicionais para a Localiza buscar novas fontes de crescimento de receitas, como aluguel de caminhões e a operação no México. Referente à esta última, a Localiza pode remodelar a indústria  mexicana  de  aluguel  de  automóveis  e  adicionar  R$  16  bilhões  em  valor  patrimonial  (R$ 15,30/RENT3).

Pelas nossas estimativas, a partir dos ganhos de escala, a rentabilidade destaoperação mexicana  pode  ser  expandida  para  níveis  semelhantes  aos  observados  no  Brasil.  A  RENT3  está negociando  a  um  P/L  esperado  para  2024  de  aproximadamente  16x,  um  desconto  significativo  em relação  à  média  de  5  anos.  Desta  forma,  mantemos  nossa  recomendação  de  Compra  para  Localiza, com preço-alvo para o final de 2024 de R$ 84,00 por ação.

Petrobras

A  Petrobras  ainda  é  uma  de  nossas  principais  recomendações  no  setor  de  petróleo  e  gás  e, recentemente, elevamos nosso preço-alvo para R$ 48,00/ação. Em nossa visão, o retorno total da tese de investimento deverá continuar a ser poderoso, e prevemos um rendimento de dividendos de 16% para 2024 e 12% para 2025.

A companhia divulgará seus resultados no 7 de março e, junto ao balanço, esperamos que sejam anunciados algo próximo a US$ 9 bilhões em dividendos (US$ 4 bilhões ordinários e US$ 5 bilhões extraordinários).

Os riscos fundamentais a serem observados são: níveis de despesas gerais & administrativas e o apetite por fusões e aquisições.

Em nossa opinião, a Petrobras deve manter sua  disciplina  de  capital  em  relação  a  fusões  e  aquisições  e  seguir  seu  plano  de  US$  11  bilhões  nos próximos 5 anos. A ação da Petrobras é atualmente negociada a 3,1x o múltiplo EV/EBITDA para 2024, com  um  desconto  de  15% em  relação  às  principais  empresas  europeias.  Em  termos  de  avaliação, esperamos que os investidores continuem focados no rendimento de dividendos.

Sabesp

A Sabesp segue como uma das principais recomendações no setor de utilidades públicas. A principal tese  de  curto  prazo  continua  sendo  o  processo  de  privatização,  cujo  projeto  de  lei  foi  aprovado  na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em dezembro.

À medida que o Estado de SP continua progredindo para privatizar a Sabesp até meados de 2024, nos aprofundamos para analisar quanto a Companhia Privada poderia valer e, chegamos a um novo preço-alvo de R$ 111/ação (imaginando que a companhia privatizada poderia chegar a um preço-alvo acima dos R$ 120).

Embora as etapas antes da privatização estejam avançando, ainda faltam alguns passos para a conclusão do processo. Entre os quais,  destacamos:  i)  a  definição  do  quadro  regulatório  e;  ii)  a  assinatura  de  novos  contratos  de concessão com todos os municípios para os quais a Sabesp presta serviços, incluindo a definição sobre o pagamento -ou não -de títulos de concessão para a extensão das concessões até 2059.

Em geral, seguimos  com  a  recomendação  de  Compra  para  as  ações  da  Sabesp,  uma  vez  que  a  relação risco/retorno ainda nos parece atraente.

Usiminas

Apesar dos desafios setoriais, vemos um declínio material nos custos do aço ao longo de 2024 (algo como 12%), impulsionado por menores compras de placas de terceiros e ganhos de produtividade após a aceleração da operação do alto-forno #3. Além disso, esperamos um maior crescimento de volume nos  mercados  domésticos  em  relação  aos  pares,  dada  a  maior  exposição  da  Usiminas  ao  setor automobilístico  e  uma  forte  recuperação  dos  mercados  de  exportação  desde  os  mínimos  de  2023.

Também vemos espaço para aumentos de preços nos canais de distribuição, uma vez que a pressão para  flexibilização  dos  impostos  sobre  materiais  importados  (potencialmente  um  aumento  de  dois dígitos em 2024), parcialmente compensa os preços mais baixos para o setor automobilístico. Como resultado dos fatores acima mencionados, vemos margens para o segmento siderúrgico tornando-se positiva  a  partir  do  1T24  e  aproximando-se  dos  níveis  normalizados  de  15%  em  2024  enquanto  omúltiplo  EV/EBITDA  em torno  de 5,0x  parece  atraente  e  ignora  essas  melhorias –justificando  uma abordagem mais otimista e a entrada das ações na carteira neste momento.

Vale

No final do mês de fevereiro, a Vale reportou EBITDA ajustado de US$ 6,7 bilhões para o 4T23 (alta de 50% em relação ao 3T23 e de 35% em base anual), 6% acima do consenso de mercado. Em geral, a empresa apresentou resultados fortes e impulsionados, principalmente, pelo desempenho operacional e a sólida geração de caixa.

Assim, e após os resultados, reafirmamos a presença das ações da Vale nossa  carteira.  Vemos  riscos  limitados  de  queda  para  os  preços  do  minério  de  ferro,  uma  vez  que  a falta de nova oferta deve tornar a trajetória das cotações menos dependente dos impulsionadores da demanda (estimamos que os preços do minério de ferro fiquem, na média, em US$ 130/tonelada no 1S24  e  US$  120/tonelada  em  2024).  Em  nossos  cálculos,  VALE3  está  negociando  a  3,6xo  múltiplo EV/EBITDA  para  2024,  um  desconto  substancial  em  relação  aos  seus  pares  (25%  frente  a  média histórica de 15%).

Vivara

Líder  no  varejo  especializado  em  joias  e  relógios  no  Brasil,  a  Vivara  tem  um  posicionamento “democrático”-média renda por meio de seu portfólio de cinco marcas, aliando alta qualidade e design moderno,  que  também  permite  captar  oportunidades  nos  mais  diversos  momentos  da  vida  dos consumidores. Tendo realizado um IPO em outubro de 2019, a Vivara expandiu rapidamente seu número de  lojas  físicas,  tendo  aberto  150  unidades  de  lojas  desde  então. 

A  tese  da  Vivara  é  essencialmente sustentada  por  duas  marcas.  Primeiro,  a  marca  mãe  da  empresa,  “Vivara”,  que  é  uma  marca  mais tradicional,  focada  em  clientes  com  mais  de  30  anos  e  que  procuram  produtos  de  qualidade  e  luxo sofisticado, embora ainda com preços acessíveis. Em segundo lugar, a marca “Life” da Vivara foi lançada em 2011, atendendo a um público mais jovem e casual, e funciona como uma “porta de entrada” para o consumo de joias tendo em vista os preços.

Acreditamos que a boa dinâmica de curto prazo continuará a  sustentar  VIVA3,  enquanto,  olhando mais  adiante,  ainda  vemos  razões  fundamentais  para  a  Vivara sustentar  uma  avaliação  por  múltiplos  premium  em  relação  às  outras  ações  em  nossa  cobertura  de Vestuário e Estilo de Vida, com base em: (i) crescimento robusto da receita (taxa de crescimento médio anual de cerca de 15% no período de 2023-2026; e cerca de 13% de taxa de crescimento médio anual da área de vendas), (ii) expansão de margem relativamente mais segura que depende mais de seu mix (ou  seja,  Life  ganhando  participação sobre  Vivara)  do  que  de  execução,  e (iii)  perspectivas  de  lucros mais fortes e menos vulneráveis (taxa de crescimento médio anual de cerca de 21% no período de 2023 a  2026).  Dessa  forma,  VIVA3  permanece  como  nossa  principal  escolha  na cobertura  deste  grupo  no Varejo.

Weg

Os  recentes  resultados  mostraram  que  a  WEG  continua  se  beneficiando  do  forte  desempenho  nos mercados  externos,  cujas  receitas  cresceram  14%  em  base  anual,  impulsionado  principalmente  pelo segmento  de  Geração,  Transmissão  e  Distribuição  (GTD)  na  América  do Norte.  Ressaltamos  que,  em dezembro,  a  WEG  anunciou  um  investimento  de  R$  765  milhões  para  expandir  sua  capacidade  de produção de transformadores no México e na Colômbia para atender à forte demanda na região. Além disso,  apesar  da  queda  de  0,20  pp  na  margem  EBITDA  em  relação  ao  trimestre  anterior,  a  empresa relatou um forte RoIC ajustado de 36%, ligeiramente acima dos 35,4% do 3T23.

Olhando para frente, a WEG comentou sobre suas perspectivas para 2024: (i) com visão positiva para o Brasil, aproveitando oportunidades em Transmissão & Distribuição (T&D) e entregas de turbinas eólicas, ao mesmo tempo em que espera receitas estáveis de projetos de energia solar; (ii) cenário favorável na América do Norte, tanto  na  conquista  de  mercado  em  motores  industriais  quanto  no  segmento  aquecido  de  T&D;  (iii) expectativas de ganhar participação de mercado na Europa, apesar das tensões políticas; (iv) benefícios do  crescimento  econômico  chinês;  e  (v)  o  desenvolvimento  de  motores  de  baixa  tensão  e  turbinas eólicas na Índia. Diante desses fatores, apesar do múltiplo P/L quase 14% acima de sua média histórica, manteremos as ações em nossa carteira para o momento.

(*) Fonte de conteúdo: Ágora Investimentos.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é Suno-7-1024x237.png