Tarifas recíprocas dos EUA impactam mercados. Imagem criada por Gino Crescoli/Pixabay.

Tarifas recíprocas dos EUA provocam baixas nos mercados

Tarifas recíprocas dos EUA impactam mercados globais. União Europeia e China prometem retaliação. Analistas apontam risco de recessão com inflação.

Bolsas de valores ao redor do mundo estão em queda, com baixas significativas na Ásia e na Europa. Índices de Nova York também estão em forte queda.

PETR3 e PETR4 – Preço do petróleo do tipo Brent (do Mar do Norte) recua mais de 4% para o patamar de US$ 71 por barril, e o tipo WTI (do Texas/EUA) mostra forte queda para a faixa de US$ 68 por barril.

VALE3 – Preço do minério de ferro cai 1,2% em Singapura (Ásia), a US$ 101,55 por tonelada.  

Brasil foi taxado em 10%, mesmo patamar de Argentina, Austrália, Chile e Reino Unido. Mercado local recebeu com alívio a taxação sobre os produtos brasileiros.

Governo brasileiro comunicou que está aberto a conversar com EUA para reverter tarifa de 10% e avalia todas as ações possíveis, incluindo recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Câmara dos Deputados aprovou a Lei da Reciprocidade, que estabelece mecanismos para o Brasil retaliar eventuais barreiras comerciais ou medidas protecionistas no exterior.  

Veja a repercussão abaixo:

“O Brasil saiu menos prejudicado do que inicialmente se imaginava. Exportamos aproximadamente 40 bilhões de dólares para os EUA, o que equivale a 2% do PIB, o que por si só já mostra a limitação dos impactos diretos que a política comercial americana poderia desempenhar na atividade econômica. A novidade, no entanto, veio da tarifa de 10%, inferior ao que considerávamos em um cenário de reciprocidade tarifária. Analisando a lógica do quadro mostrado por Trump durante a live de ontem, observamos um padrão entre as taxas adotadas: Países que mantém déficit comercial com os EUA serão tarifados de forma igual, em 10%, enquanto os países que nutrem superávit comercial serão tarifados de forma “linear”, quão maior o déficit, maior a tarifa. Nesse contexto, por nutrir ao mesmo tempo déficit comercial, e pouca expressividade entre os parceiros comerciais dos EUA, o Brasil sai relativamente impune frente ao que se esperava, e não tem ganhos relevantes em anunciar retaliação. O real apreciou durante as falas de Trump, fechando o dia em US$5,66. O que reflete alguma surpresa positiva em relação às expectativas dos investidores”, José Alfaix, Economista Da Rio Bravo Investimentos.

“A tarifa de 10% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros reduziria a competitividade de exportações-chave como aço, aeronaves e suco de laranja, gerando perdas bilionárias e obrigando redirecionamento a mercados alternativos, muitas vezes com margens menores. Isso pode provocar retaliações do Brasil, elevando o risco de uma guerra comercial que encareceria importações, elevaria a inflação e reduziria o consumo interno. O câmbio pressionado e a incerteza minariam a confiança dos investidores estrangeiros, impactando o fluxo de capitais e investimentos diretos. Além disso, cadeias produtivas globais compartilhadas, como as de siderurgia, agroindústria e tecnologia, seriam desestruturadas, resultando em aumento de custos e realocação ineficiente de recursos, com efeitos negativos tanto para o Brasil quanto para os EUA”, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

“A tarifa de 10% imposta por Trump sobre produtos brasileiros tende a reduzir a competitividade das exportações e pressionar a inflação no Brasil. O impacto pode ser forte no agronegócio e na indústria, afetando a geração de empregos e a confiança dos investidores. Se houver retaliação, o risco de uma guerra comercial aumenta, comprometendo o fluxo de investimentos e afetando setores como o imobiliário, que dependem da estabilidade econômica”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

“A tarifa de 10% imposta por Trump sobre produtos brasileiros deve afetar diretamente as exportações nacionais, reduzindo a competitividade de setores como aço, alumínio e agronegócio. A medida pode pressionar a inflação, reduzir o consumo interno e gerar perda de empregos. Além disso, aumenta a incerteza no ambiente de negócios, desestimulando investimentos estrangeiros. Se o Brasil optar por retaliar, o risco de guerra comercial cresce, afetando as cadeias produtivas globais e a confiança no mercado brasileiro. O momento exige cautela e estratégia diplomática. Contudo, vale lembrar que vários outros países foram consideravelmente mais afetados, e nessa dinâmica o Brasil pode acabar se beneficiando em alguns setores”, Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.

“Trump está reforçando seu discurso de nacionalismo econômico, tentando proteger as indústrias dos EUA. Contudo, essa abordagem isolacionista tende a prejudicar a cooperação internacional e pode afetar gravemente as relações diplomáticas com aliados de longa data, como o Brasil”, André Matos, CEO da MA7 negócios.

 “A nova tarifa de 10% imposta pelos EUA atinge setores como petróleo, celulose e aeronáutico, tornando nossas exportações menos competitivas. No entanto, produtos como aço e alumínio já pagavam tarifas mais altas de 25% e não sofrem novos impactos. O governo brasileiro lamentou a decisão e estuda medidas, incluindo uma possível contestação na OMC. Ficando mais cara a exportação de alguns produtos, o Brasil se torna menos competitivo no mercado americano. Isso pode levar a retaliações, o que impacta no aumento dos preços, afetando empresas e consumidores, e um potencial de inflação. Por outro lado, essa mudança pode abrir espaço para que o Brasil expanda suas exportações para mercados que busquem alternativas aos produtos americanos. O cenário exige uma resposta estratégica do governo brasileiro, buscando diversificação comercial e reforço nas negociações internacionais. Mais do que uma disputa comercial, essa medida aumenta a incerteza global e pode acelerar mudanças no equilíbrio econômico internacional, afetando inclusive investimentos”, Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

 “As Tarifas do Governo Americano ao Brasil foram muito mais amenas do que esperávamos. Se antes eu afirmava que o Governo Brasileiro deveria ser criativo e se posicionar de forma diferente sem retaliações inócuas, após esse anúncio dos 10%, ou seja, ainda menor do que o alarmado, eu reafirmo que não existem motivos para retaliações exacerbadas do lado brasileiro. Continuar as negociações é uma coisa, soco contrário, é outra”, João Kepler, CEO da Equity Group.

“O impacto imediato sobre as exportações brasileiras pode ser significativo, já que muitas empresas dependem do mercado americano. Contudo, o Brasil também tem espaço para responder com medidas semelhantes, o que poderia intensificar uma guerra comercial entre os dois países”, Theo Braga, CEO da SME The New Economy.

Relatório do analista de investimentos da Levante, Flávio Conde:

Em um discurso longo e bastante eleitoreiro, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o “Dia da Libertação” na quarta-feira (2/4), afirmando que seria o início de uma nova era para a economia americana.

Resumindo a história: os Estados Unidos vão impor uma taxa mínima de 10% a todos os parceiros comerciais (Brasil incluído). E também tarifas “recíprocas” de dois dígitos a 60 outros parceiros comerciais que, segundo Trump, vêm tratando os Estados Unidos de forma “injusta” em termos comerciais.

Os principais alvos são países asiáticos. As tarifas recíprocas para a China serão de 34 por cento (além dos 20 por cento já anunciados anteriormente), o que eleva as tarifas para os produtos chineses em pesados 54 por cento.

Produtos da União Europeia serão taxados em 20 por cento. Como o Reino Unido desvinculou-se do grupo em 2016, sua alíquota ficou no piso de 10 por cento. Para o Japão, Coreia do Sul e Índia, as sobretaxas serão de 24 por cento, 25 por cento e 26 por cento, respectivamente. Importações da Suíça terão uma tarifa de 31 por cento, enquanto os produtos da Venezuela serão taxados em 15 por cento.

O Brasil ficou no grupo de países sujeitos à tarifa mínima de 10 por cento, junto com Argentina, Chile, Colômbia, Panamá, Paraguai e Uruguai, considerando-se os latino-americanos. O México está na alíquota de 25 por cento, assim como o Canadá.

As tarifas estarão em vigor até 9 de abril. No caso brasileiros, as exceções são produtos como ferro e aço, que passarão a ter uma tarifa de 25 por cento. A estimativa do impacto direto sobre a balança comercial brasileira ficará entre 1 bilhão e 1,5 bilhão de dólares.

Qual a repercussão de tudo isso? Há vários pontos a considerar. Trump é um negociador imprevisível. Não dá para descartar a hipótese de que a alta das tarifas venha a ser usada como instrumento de barganha em negociações futuras. Então pode ser que o cenário mude no curto ou no médio prazo.

Mesmo assim, supondo-se que as tarifas “recíprocas” tenham vindo para ficar, o impacto será profundo na economia mundial. O principal (ou um dos principais) parceiro comercial do mundo subitamente anunciou que vai comprar menos. Isso deverá causar uma escassez de produtos (e alta da inflação) nos Estados Unidos e uma sobra de produtos (ou aumento da concorrência) nos demais países, em especial os asiáticos.

Isso quer dizer um aumento da pressão exportadora chinesa sobre os demais países, Brasil em especial. Assim, o impacto no curto e no médio prazo poderá ser uma forte pressão concorrencial sobre diversos setores da indústria nacional, que terão de enfrentar uma inundação de produtos chineses subsidiados, destinados a conquistar mercado com a força do poder econômico.

Com relação ao mercado financeiro, os analistas são unânimes em esperar uma alta na inflação americana no curto prazo. A dúvida agora é saber como o Federal Reserve (FED), o banco central americano, vai reagir. Em discurso recente, Jerome Powell, presidente do FED, disse acreditar que o choque seria transitório. Teoricamente, isso não quer dizer uma mudança na política monetária. Porém, as mudanças nas tarifas foram muito maiores do que o esperado, o que está fazendo todos os investidores e analistas refazer suas contas.

Projeto de isenção do IR terá Arthur Lira como relator

Ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira será o relator do projeto de lei da isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil por mês. Se aprovado, a medida valerá a partir de 2026.

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Notícias do mercado em 03/04/2025

EMBR3 – Embraer entregou 30 aeronaves no 1º trimestre de 2025, alta de 20% em relação ao 1º trimestre de 2024, com destaque para a aviação executiva.

AZUL4 – Conselho de administração da Azul fará aumento de capital de R$ 3 bilhões.

Cemig Distribuição fará captação de R$ 1,5 bilhão em recursos via emissão de títulos de dívida corporativa de longo prazo no mercado local (debêntures).

Presidente do Banco Central, André Galípolo, tem reunião programada com representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Segundo fontes à imprensa, na pauta da reunião do FGC está o caso do Master, que emitiu certificados de depósitos bancários (CDBs) com taxas agressivas.

Fontes de conteúdo: Ágora, Avenue, B3, Bradesco, BTG Pactual, CVM, Itaú Corretora, Genial, Santander, Terra, Toro e XP.

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Edição de texto e da página: Ernani Fagundes, jornalista especializado (MBA da B3) em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.

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