ROXO34 – Nubank investe US$ 150 milhões no Tyme Group para se tornar acionista minoritário.
O Nubank liderou uma rodada total de investimentos de US$ 250 milhões no Tyme Group, neobanco que opera nas regiões da África e da Ásia, em que a fintech brasileira não tem presença.
Relatório do analista da Levante, Enrico Cozzolino, sobre Nubank (ROXO34):
O Nubank (ROXO34) anunciou um aporte estratégico de 150 milhões de dólares no Tyme Group, banco digital com operações na África do Sul e nas Filipinas. A transação faz parte de uma rodada série D que totalizou 250 milhões de dólares, consolidando a posição do Nubank como acionista minoritário. Essa movimentação reflete a estratégia do Nubank de diversificar sua atuação global e de explorar mercados emergentes de alto crescimento.
Desde sua fundação, o Nubank tem se posicionado como líder na revolução dos serviços financeiros digitais, desafiando modelos tradicionais. O investimento no Tyme Group reafirma essa visão, uma vez que a instituição brasileira busca expandir sua influência global em mercados emergentes. Esses mercados, caracterizados por grande população desbancarizada e alta penetração de smartphones, oferecem oportunidades significativas para bancos digitais, que podem atender demandas latentes por inclusão financeira.
David Vélez, fundador e CEO do Nubank, destaca que o futuro dos serviços financeiros pertence a empresas nativas digitais. A decisão de investir no Tyme Group está alinhada a essa visão, considerando que a instituição atua em regiões estratégicas como África e sudeste asiático, ambas com características demográficas e econômicas favoráveis para a expansão de serviços financeiros digitais.
Fundado em 2019, o Tyme Group adota um modelo híbrido que combina uma plataforma digital com interações físicas, em parceria com varejistas locais. Esse formato permite atender populações em regiões com infraestrutura bancária tradicional limitada. O banco já acumula mais de 15 milhões de clientes, evidenciando a eficácia de sua estratégia em mercados emergentes.
Além de suas operações na África do Sul e Filipinas, o Tyme possui uma sede em Singapura e um centro de desenvolvimento no Vietnã. A escolha dessas localizações sugere um plano de expansão meticulosamente estruturado, que inclui o sudeste asiático como próximo foco estratégico. O investimento do Nubank, além de fortalecer a estrutura financeira do Tyme, traz um diferencial competitivo em termos de expertise operacional e estratégica para o banco africano-asiático.
Para o Nubank, o investimento no Tyme Group amplia a diversificação geográfica do portfólio do Nubank, diluindo riscos associados a concentrações regionais.
A posição de acionista minoritário proporciona ao Nubank uma exposição indireta ao crescimento acelerado em mercados emergentes, sem a necessidade de estabelecer operações próprias nesses locais.
O movimento reforça a percepção do Nubank como um player global no setor financeiro digital, aumentando seu valor de mercado e atratividade para investidores.
Para o Tyme Group, a entrada do Nubank como acionista agrega capital financeiro para sustentar a expansão em mercados estratégicos e implementar novas tecnologias.
O aconselhamento empresarial por parte do Nubank pode acelerar a inovação e otimizar processos operacionais, elevando a competitividade do Tyme.
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Notas de mercado
Aqui no Grana News, você terá informações sobre os principais assuntos da bolsa brasileira (B3), de acordo com relatórios de mercado.
BRAP4 – Bradespar aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), no montante de R$ 80 milhões, sendo pagos pelos valores líquidos de R$ 0,1624 por ação ordinária e R$ 0,1786 por ação preferencial.
BPAC11 – BTG Pactual anunciou pagamento de JCP de R$ 0,10 por ação (ON e PN) e R$ 0,30 por unit.
Tesouro Selic – Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirma sinalização de outros dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic).
Com isso, a taxa Selic subirá de 12,25% para 14,25% ao ano até março de 2025.
Comentário de Gino Olivares, economista chefe da Azimut Brasil WM, sobre a Ata do Copom:
“O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou hoje (17/12), como usual, a Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) da semana passada. Como sabemos, o Comitê decidiu elevar a taxa Selic em 100 pontos-base, sinalizando também que considera que, em se confirmando o cenário com o qual trabalha, ajustes da mesma magnitude ocorrerão nas próximas duas reuniões. Mas a Ata trouxe explicações adicionais que vale a pena comentar brevemente.
O primeiro comentário é que a Ata fez uma revisão minuciosa e detalhada de todos os fatores que, na avaliação do Comitê, afetam o cenário corrente e prospectivo da inflação, chegando à conclusão de que todos eles pioraram desde a última reunião. Assim, fica claro que na visão do COPOM houve uma significativa deterioração do cenário inflacionário.
O segundo comentário é a descrição do impacto das recentes medidas fiscais nos preços dos ativos, no prêmio de risco e nas expectativas de inflação. E nesse ponto o Comitê coloca explicitamente que houve desancoragem adicional das expectativas de inflação, em todos os prazos, após o anúncio fiscal. E o COPOM repete que tal desancoragem “é um fator de desconforto comum a todos (ênfase nossa) os membros do Comitê e deve ser combatida”. Ou seja, há o reconhecimento explícito de que as medidas fiscais estão tendo impacto negativo no cenário de inflação.
O terceiro comentário é sobre a justificativa dada pelo Comitê para a decisão anunciada. A Ata menciona duas dimensões que justificaram a decisão. Em primeiro lugar, o grau de deterioração de curto e médio prazo do cenário de inflação, que demandava uma postura mais tempestiva. E em segundo lugar, e relacionada à sinalização dos movimentos futuros, o COPOM afirma que, dado que vários dos riscos se materializaram, o cenário piorou, mas ficou menos incerto, “permitindo maior visibilidade para que o Comitê oferecesse uma indicação de como antevia as próximas decisões”.
Por último, a análise do Comitê deixa claro que considera que a desaceleração da atividade econômica “é inerente ao funcionamento ordenado dos mecanismos de transmissão e ao atingimento da meta de inflação”. Em outras palavras, está lembrando que o combate à inflação vai ter impactos sobre a atividade econômica. Precisaremos acompanhar a reação dos diversos agentes econômicos, principalmente do governo. Esse será o verdadeiro grande teste da autonomia do Banco Central”.
Cosan (CSAN3), Braskem (BRKM5) e CSN (CSNA3) consideram mudar planos para o próximo ano com Selic em alta, segundo reportagem do Estadão.
PCAR3 – Empresário Nelson Tanure negocia com grupo francês Casino compra de ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA), segundo apuração da Agência Reuters.
Com a possibilidade da operação, as ações do GPA subiram 16% ontem (16/12).
PRIO3 – Preço do petróleo do tipo Brent (do Mar do Norte) recua patamar de US$ 73 por barril, e o tipo WTI (do Texas/EUA) cai para a faixa de US$ 70 por barril.
VALE3 – Preço do minério de ferro cai 0,5% em Singapura (Ásia), a US$ 104,5 por tonelada.
Juros nos EUA podem recuar 0,25 ponto percentual amanhã (18/12), segundo as expectativas do mercado.
Taxa dos títulos do tesouro americano (Treasuries) de 10 anos podem subir para 6% pela primeira vez em mais de duas décadas.
Segundo a gestora T. Rowe Price, a alta será motivada por problemas fiscais dos EUA e por novas políticas protecionistas do presidente eleito Donald Trump.
PETR4 e PETR3 – Petrobras informou que o navio-plataforma (FPSO) Alexandre de Gusmão saiu da China rumo ao campo de petróleo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.
A plataforma tem capacidade de produzir 180 mil barris de óleo/dia, além de comprimir 12 milhões de m³ cúbicos de gás/dia.
O início da operação da unidade está previsto para 2025 e elevará em 31% a atual capacidade de produção instalada em Mero, para 770 mil barris diários.
RENT3 – Localiza aprovou aumento do capital social em R$ 1,12 bilhão, com a emissão de 192.771.084 ações ordinárias. O preço de emissão por cada nova ação emitida é de R$ 5,81.
VIVT3 – Telefônica Brasil fechou acordo para migração da concessão para autorização. A assinatura foi feita juntamente com a Anatel, o TCU e a União Federal.
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Fontes de conteúdo: Ágora, Avenue, B3, Bradesco, BTG Pactual, CVM, Itaú, Genial, Santander, Terra, Toro e XP.
Edição de texto e da página: Ernani Fagundes, jornalista especializado (MBA da B3) em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.
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