Reforma Tributária, mais que um desafio, uma oportunidade

Reforma Tributária, mais que um desafio, uma oportunidade | Artigo por Waldir de Lara, CEO e Fundador da Larafy Contabilidade.

Imagem criada por Michael Schwarzenberger / Pixabay

A reforma tributária brasileira, que unifica os impostos sobre o consumo com a criação do IBS e CBS, está causando um misto de apreensão e urgência entre empresários do Lucro Real e Presumido. Com a implementação completa prevista para 2026 e uma transição de sete anos, a complexidade do novo sistema fiscal e as incertezas quanto às regulamentações ainda pendentes já estão gerando preocupações no mercado.

Para as grandes empresas, o tempo é agora. A adaptação não pode esperar, pois as mudanças impostas pela reforma exigirão ajustes significativos nas estratégias fiscais e operacionais.

É fundamental que todos se preparem imediatamente e fiquem atentos às mudanças para que possam, sem prejuízo algum, navegar por esse novo cenário tributário com segurança e eficiência. A preparação antecipada será fundamental para evitar surpresas desagradáveis e garantir que as empresas aproveitem ao máximo as novas oportunidades. Isso significa que as empresas precisam realizar uma revisão abrangente de seus processos fiscais e contábeis, investir em tecnologia para automatizar a conformidade tributária e buscar consultoria especializada para entender as nuances das novas regras. Segundo dados recentes, a falta de planejamento adequado pode levar a um aumento de até 15% na carga tributária efetiva para empresas que operam em setores como tecnologia e serviços hospitalares.

No entanto, quem optar por esperar ou subestimar a urgência dessas alterações pode enfrentar consequências severas. A ausência de um planejamento adequado pode resultar em custos fiscais inesperados, perda de competitividade e, em casos extremos, até mesmo complicações legais, como autuações fiscais decorrentes de falhas na aplicação correta dos novos tributos ou na utilização inadequada de créditos acumulados. Estudos recentes apontam que o período de transição será marcado por desafios operacionais que podem impactar drasticamente a rentabilidade das empresas, especialmente aquelas que demoram a se adaptar às novas regras.

Posso exemplificar esses desafios. Pense que uma empresa do ramo de construção civil, com faturamento anual de R$ 50 milhões, decide postergar a adaptação ao novo sistema tributário. Sem revisar seu planejamento tributário, a empresa pode acabar pagando impostos sobre insumos não dedutíveis, gerando um aumento significativo nos custos operacionais e uma consequente redução na margem de lucro.

De acordo com especialistas, as empresas que não se adequarem rapidamente ao novo regime tributário estarão mais suscetíveis a autuações fiscais e a perder benefícios que poderiam ser assegurados com um planejamento adequado. Entre eles, destaca-se a possibilidade de aproveitar integralmente os créditos tributários acumulados antes das mudanças, a manutenção de incentivos fiscais específicos a certos setores e a otimização da carga tributária através de uma melhor alocação de receitas e despesas.

Tudo isso porque, além das novas regras do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), outras medidas ainda em fase de regulamentação podem trazer surpresas desagradáveis, como mudanças na compensação de créditos acumulados e no regime de distribuição de receitas tributárias entre estados e municípios.

Na prática, isso significa que, com a reforma, a compensação de créditos acumulados passará a ser mais restritiva, limitando a capacidade das empresas de reduzir seu passivo tributário. O regime de distribuição de receitas tributárias entre estados e municípios, que hoje funciona com base na origem das operações, passará a considerar o destino final das mercadorias e serviços, impactando diretamente a arrecadação de estados exportadores e obrigando empresas a reavaliar sua logística fiscal.

Trata-se de um momento em que não será apenas uma adaptação, mas também uma questão de sobrevivência no mercado, pois qualquer desatenção poderá tornar qualquer negócio refém de um labirinto de problemas fiscais e operacionais, o que pode gerar prejuízos financeiros significativos, multas severas e até a perda de mercado para concorrentes mais bem preparados.

O cenário é claro: a reforma tributária representa tanto um desafio quanto uma oportunidade. A diferença entre sucesso e fracasso estará na capacidade de cada empresa em se antecipar e se adaptar rapidamente.

Autor:  Waldir de Lara – CEO and Founder da Larafy Contabilidade. Empresário, com mais de 19 anos de atuação em gestão tributária e reestruturação societária. Com sólida formação em Ciências Contábeis e especializações em tributação e direito.

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

Ir da bolsa em 5 minutos. Veja a Declaração Pre-preenchida Grana, app indicado pela B3.