Estratégia em ações setembro 2024

Estratégia em ações setembro 2024 | Relatório por Ágora Investimentos:

O iminente corte de juros pelo Federal Reserve (FED, o BC dos EUA), em setembro, foi o gatilho para a boa performance dos ativos de risco nas últimas semanas, inclusive com o Ibovespa renovando sua máxima histórica de fechamento.

Claro, internamente, vimos alguma melhora na frente fiscal, com discussões mais racionais sobre gastos, além de um bom momento para as empresas (vide a temporada de resultados do 2T24), mas inegavelmente foi a melhora externa responsável por grande parte do impulso nos preços por aqui.

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De fato, no acumulado do mês até o último dia 26 (o dado mais recente), houve aporte de R$ 9,001 bilhões de investidores estrangeiros, chegando ao segundo mês consecutivo de entrada líquida de recursos vindos lá de fora, após um longo período de saída (o saldo no ano segue ainda negativo em R$ 27,569 bilhões). 

Em nossa visão, o nível de juros elevado nos Estados Unidos foi, por muito tempo, determinante para a alocação de capital entre os investidores globais.

A possibilidade de garantir retornos em dólares próximos aos 5,5%, naturalmente, acabou retirando a liquidez dos demais mercados, sobretudo em um momento de baixo crescimento econômico (zona do euro, China…), conflitos (Ucrânia/Rússia, Oriente Médio) e poucas histórias convincentes para alocação de recursos de risco.

Neste sentido, a redução das fed funds serve (e o mercado já antecipa) como um gatilho para que os investidores busquem outras alternativas de alocação e, em nossa opinião, o Brasil acaba sendo uma possibilidade, considerando o nível de valuation descontado da nossa bolsa, tanto frente à média história, quanto comparativamente aos seus pares.

Naturalmente, nossos desafios domésticos, principalmente relacionados ao cenário fiscal, limitam movimentos contínuos e mais duradouros de ajustes nos preços, mas no curto prazo reconhecemos a importância do corte de juros norte-americanos como um fator que deve continuar trazendo fluxo.

Soma-se a isso o fato de que, em setembro, começa a valer a nova metodologia para a formação do índice MSCI Brasil (veja nossa análise aqui), que acaba elevando a participação de ativos domésticos na composição do índice, reforçando a ideia de fluxos passivos.

Não podemos nos esquecer do valuation, ainda atraente. Em nossa visão, a variável “preço” joga a favor, enquanto os “lucros” sugerem um cenário positivo à frente.

É comum analisarmos preços de ativos em bolsa com o auxílio do múltiplo Preço/Lucro, e de maneira simplista, quanto mais baixo é o P/L, mais atraente é o ativo (não é uma receita de bolo, importa analisar caso a caso).

Mesmo após a alta recente do Ibovespa, o múltiplo da bolsa brasileira está na casa dos 7,7x, ainda consideravelmente abaixo da média histórica.

Encerramos em agosto a temporada de resultados do 2T24 com boas surpresas. A dinâmica saudável da economia brasileira e a eficiência das companhias permitiram um momento de impulso dos resultados operacionais, fato que aumenta a confiança do investidor para a alocação em bolsa e levou a revisão altista nas projeções de lucros em alguns casos.

Em nossa amostra de 93 resultados analisados, mais de 80% das empresas reportaram EBITDA em linha ou melhor que o esperado no 2T24, com números mais próximos dos 70% na análise do lucro líquido.

Neste cenário mais favorável, é importante ficarmos atento aos sinais… Como dito, os preços de ativos estão muito mais sensíveis ao cenário de corte de juros americanos, em nossa opinião.

Neste sentido, a concretização de um início de ciclo de redução das fed funds pode ajudar a manutenção deste ambiente de bem-estar entre os investidores.

Contudo, não devemos ignorar o risco de uma desaceleração mais forte da economia americana no futuro (talvez seja o assunto para a virada do ano), tornando ainda mais relevante o monitoramento dos dados de atividade por lá.

Por fim, não alteramos nossa visão estratégica para o posicionamento na bolsa local, que deve ser feita basicamente através da seletividade contínua dos ativos.

Preferimos empresas/ações mais resilientes, pagadoras de dividendos, e histórias individuais (M&As, recuperação de resultados, etc), mas com alguma disposição para ativos de risco mais elevados (sem renunciar à qualidade da empresa).

Fonte de conteúdo: Ágora Investimentos

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