Carteira Top 10 de abril 2024
A carteira Top 10 de abril 2024 da Ágora Investimentos substitui Vivara (VIVA3) por Suzano (SUZB3).
“Para o mês de abril, optamos por realizar uma única mudança na composição do portfólio. Retiramos as ações ON da Vivara (VIVA3) e incluímos as ações ON da Suzano(SUZB3). Após os recentes ruídos de governança corporativa na tese de Vivara, preferimos retirar as ações da carteira e incluir em seu lugar Suzano (SUZB3), que acreditamos apresentar um cenário mais promissor no curto prazo, haja vista as melhoras graduais na demanda e preço da celulose. Com o ajuste, o Beta da carteira variou de 0,91 para 0,82”, descreve o relatório da equipe de research da Ágora Investimentos.
Confira a carteira completa da Ágora Investimentos após a imagem ilustrativa abaixo:
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Carteira Top 10 de abril 2024:
Copel
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é uma empresa integrada, ou seja, atua nos quatro subsegmentos do setor de energia elétrica: geração, transmissão, distribuição e comercialização. A empresa possui 62 usinas próprias (sendo 18 hidrelétricas, 1 térmica e 43 eólicas) e participação em outros 14 empreendimentos de geração de energia (1 térmica, 8 hidrelétricas, 4 parques eólicos e 1 solar). Em Agosto de 2023, a Copel concluiu o processo de transformação da companhia em uma corporation, sem acionista controlador, diante da liquidação financeira de oferta base secundária ações do Estado do Paraná e da oferta primária de novas ações. O governo paranaense reduziu participação das ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32%. Uma vez privatizada, reforçamos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 12,50 para 2024 a partir de premissas que incluem redução de despesas e menor custo de capital. Em nossa visão, a Copel é um dos nomes mais atrativos no setor, negociando com uma TIR (taxa interna de retorno) real próxima dos 10%.
Itaú
Estamos confiantes de que o Itaú será capaz de manter seu ROE acima de 20%, apesar da recente volatilidade nos números em ambos os negócios (Varejo e Atacado). Na verdade, reconhecemos que o excelente desempenhodo ROE do atacado (acima de 25%) poderá enfrentar uma ligeira pressão nos próximos anos, devido a um processo de normalização, mas acreditamos que é altamente provável que o segmento mantenha a rentabilidade acima do nível pré-pandemia de pelo menos 20% (contra 18% anteriormente). Além disso, embora não vejamos o segmento de varejo do banco retornando ao ROE acima de 30%, principalmente devido à concorrência, em nossa opinião, a média de 2023 de 18% poderia ser o ponto mais baixo já observado durante o ciclo recente. Diante disto, mantemos as ações do Itaú como as nossas preferidas entre nossa cobertura bancária e continuamos confiantes de que o banco será capaz de atingir um ROE sustentável de aproximadamente 20%.
JBS
A JBS é o maior produtor global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo. A empresa possui 300 plantas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países. Devido à ciclicidade da sua principal linha de negócios, a JBS passou recentemente por meses operacionais relativamente difíceis, apresentando no 1T23 a margem de lucro mais baixa em uma década, por exemplo. Dado este cenário, entendemos que o espaço para melhorias é significativo, e o mercado parece ainda não ter precificado uma provável recuperação das margens que deve se concretizar entre 2025 e 2026. Vemos a ação sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA (esperado para 2024 e 2025) abaixo da média histórica, apoiando assim a visão positiva para o valuation, e esperamos que as margens continuem melhorando sequencialmente devido a menores custos de grãos, uma redução dos abates (redução da oferta de carne) nos EUA em 2024 e ganhos de eficiência. A JBS anunciou recentemente a proposta de listagem dupla nos EUA e no Brasil –movimento que, se confirmado, poderá ajudar a reduzir o atual desconto de aproximadamente 40% no EV/EBITDA esperado para 2024 para a concorrente norte-americana Tyson Foods -em nossa estimativa, para cada redução de 5 pontos percentuais, o preço das ações pode subir significativos 25%.
Localiza
A Localiza é a maior rede de mobilidade da América Latina, presente em 6 países, com mais de 580 mil carros na frota, 900 pontos físicos e 17 mil colaboradores. Por meio de suas subsidiárias, a empresa aluga carros para pessoas físicas, administra frotas corporativas, vende sua frota para o público em geral, além de oferecer modelo de franquia. Em meio a um mercado desafiador para vendas de carros usados e preços mais fracos em relação aos carros novos, as margens dos Seminovos, juntamente com despesas de depreciação ainda crescentes, e elevadas despesas financeiras, seguem pressionando o lucro líquido no curto prazo. Por outro lado, esperamos que este cenário se torne gradativamente mais favorável a partir da esperada melhora no cenário macroeconômico e entendemos que a ação possui um grande potencial de reavaliação devido a esse fator. Além disso, a conclusão da fusão com a Unidas proporcionou recursos adicionais para a Localiza buscar novas fontes de crescimento de receitas, como aluguel de caminhões e a operação no México. Referente à esta última, a Localiza pode remodelar a indústria mexicana de aluguel de automóveis e adicionar R$ 16 bilhões em valor patrimonial (R$ 15,30/RENT3). Pelas nossas estimativas, a partir dos ganhos de escala, a rentabilidade desta operação mexicana pode ser expandida para níveis semelhantes aos observados no Brasil. A RENT3 está negociando a um P/L esperado para 2024 de aproximadamente 16x, um desconto significativo em relação à média dos últimos 5 anos. Desta forma, mantemos nossa recomendação de Compra para Localiza, com preço-alvo para o final de 2024 de R$ 82,00.
Petrobras
As ações da Petrobras tiveram um mês de março bastante volátil, em meio aos ruídos e frustração causados pelo não pagamento dos dividendos extraordinários junto ao anúncio dos resultados consolidados de 2023. A decisão acabou pegando o mercado de surpresa e afetando um dos pilares da tese: o nível de retorno via dividendos. Entendemos que a percepção de risco do investidor aumentou e há uma maior incerteza em relação ao pagamento dos dividendos extraordinários daqui em diante, além da preocupação com a estratégia de alocação e capex da companhia. De todo modo, optamos pela manutenção das ações em nossa Carteira principalmente considerando o seu peso relativo similar ao do Ibovespa (10% da composição da carteira) e pelo nível de carrego de dividendo corrente ainda próximo dos 10%.
Sabesp
A Sabesp segue como uma das principais recomendações no setor de utilidades públicas. A principal tese de curto prazo continua sendo o processo de privatização, cujo projeto de lei foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em dezembro. À medida que o Estado de SP continua progredindo para privatizar a Sabesp até meados de 2024, nos aprofundamos para analisar quanto a Companhia Privada poderia valer e, chegamos a um novo preço-alvo de R$ 111/ação (imaginando que a companhia privatizada poderia chegar a um preço-alvo acima dos R$ 120). Embora as etapas antes da privatização estejam avançando, ainda faltam alguns passos para a conclusão do processo. Entre os quais, destacamos: i) a definição do quadro regulatório e; ii) a assinatura de novos contratos de concessão com todos os municípios para os quais a Sabesp presta serviços, incluindo a definição sobre o pagamento -ou não -de títulos de concessão para a extensão das concessões até 2059. Em geral, seguimos com a recomendação de Compra para as ações da Sabesp, uma vez que a relação risco/retorno ainda nos parece atraente.
Usiminas
Apesar dos desafios setoriais, vemos um declínio material nos custos do aço ao longo de 2024 (algo como 12%), impulsionado por menores compras de placas de terceiros e ganhos de produtividade após a aceleração da operação do alto-forno #3. Além disso, esperamos um maior crescimento de volume nos mercados domésticos em relação aos pares, dada a maior exposição da Usiminas ao setor automobilístico e uma forte recuperação dos mercados de exportação desde os mínimos de 2023. Também vemos espaço para aumentos de preços nos canais de distribuição, uma vez que a pressão para flexibilização dos impostos sobre materiais importados (potencialmente um aumento de dois dígitos em 2024), parcialmente compensa os preços mais baixos para o setor automobilístico. Como resultado dos fatores acima mencionados, vemos margens para o segmento siderúrgico tornando-se positiva a partir do 1T24 e aproximando-se dos níveis normalizados de 15% em 2024 enquanto o múltiplo EV/EBITDA em torno de 5,0x parece atraente e ignora essas melhorias –justificando uma abordagem mais otimista e a entrada das ações na carteira neste momento.
Suzano
A alocação de capital é o tema mais relevante nos próximos passos de crescimento da Suzano, especialmente após o projeto Cerrado. Em um encontro recente que tivemos com o CEO, Walter Schalka reiterou que a empresa manterá seu rigoroso processo de alocação de capital, buscando projetos que criem vantagens competitivas (por exemplo, produto e custo) e proporcionem escala. Neste contexto, se a empresa não conseguir identificar projetos que possam cumprir esses critérios considerará (i) aumentar o retorno para os acionistas através de dividendos/recompras; e/ou (ii) ajustar a sua relação entre dívida/capital próprio. A Suzano também compartilhou uma visão construtiva sobre a dinâmica de oferta/demanda de celulose para 2024, citando tendências positivas de demanda na China e na Europa e interrupções persistentes no lado da oferta. Além disso, a empresa espera que a tendência de substituição de fibras acelere ainda mais nos próximos meses, apoiada por potenciais paradas inesperadas adicionais da produção no lado da fibra longa. Schalka também destacou que, embora os custos da indústria sejam agora estruturalmente mais elevados (principalmente impulsionados pelos preços mais altos da madeira), a Suzano deverá continuar a manter uma posição de custos altamente competitiva, que deverá ser ainda mais apoiada pela aceleração do projeto Cerrado. Em investimentos, a Suzano vê espaço para investimentos de sustentação estruturalmente mais baixos no futuro, especialmente no lado florestal.
Vale
No final do mês de fevereiro, a Vale reportou EBITDA ajustado de US$ 6,7 bilhões para o 4T23 (alta de 50% em relação ao 3T23 e de 35% em base anual), 6% acima do consenso de mercado. Em geral, a empresa apresentou resultados fortes e impulsionados, principalmente, pelo desempenho operacional e a sólida geração de caixa. Assim, e após os resultados, reafirmamos a presença das ações da Vale em nossa carteira. Vemos riscos limitados de queda para os preços do minério de ferro, uma vez que a falta de nova oferta deve tornar a trajetória das cotações menos dependente dos impulsionadores da demanda (estimamos que os preços do minério de ferro fiquem, na média, em US$ 130/tonelada no 1S24 e US$ 120/tonelada em 2024). Em nossos cálculos, VALE3 está negociando a 3,3x o múltiplo EV/EBITDA para 2024, um desconto substancial em relação aos seus pares (25% frente a média histórica de 15%).
WEG
Os recentes resultados mostraram que a WEG continua se beneficiando do forte desempenho nos mercados externos, cujas receitas cresceram 14% em base anual, impulsionado principalmente pelo segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) na América do Norte. Ressaltamos que, em dezembro, a WEG anunciou um investimento de R$ 765 milhões para expandir sua capacidade de produção de transformadores no México ena Colômbia para atender à forte demanda na região. Além disso, apesar da queda de 0,20 pp na margem EBITDA em relação ao trimestre anterior, a empresa relatou um forte RoIC ajustado de 36%, ligeiramente acima dos 35,4% do 3T23. Olhando para frente, a WEG comentou sobre suas perspectivas para 2024: (i) com visão positiva para o Brasil, aproveitando oportunidades em Transmissão & Distribuição (T&D) e entregas de turbinas eólicas, ao mesmo tempo em que espera receitas estáveis de projetos de energia solar; (ii) cenário favorável na América do Norte, tanto na conquista de mercado em motores industriais quanto no segmento aquecido de T&D; (iii) expectativas de ganhar participação de mercado na Europa, apesar das tensões políticas; (iv) benefícios do crescimento econômico chinês; e (v) o desenvolvimento de motores de baixa tensão e turbinas eólicas na Índia. Diante desses fatores, apesar do múltiplo P/L acima de sua média histórica, manteremos as ações em nossa carteira para o momento.
(*) Fontes de conteúdo: Ágora Investimentos
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