Carteira Ágora janeiro de 2024

A carteira Ágora janeiro de 2024 incluiu as ações da Petrobras (PETR4) e Vivara (VIVA3). Elas vão substituir os papéis da Prio (PRIO3) e da Natura (NTCO3) que deixarão a carteira Top 10.

“Para o mês de janeiro, optamos por realizar duas mudanças na composição do portfólio. Retiramos as ações ON da PRIO(PRIO3) e da Natura&Co (NTCO3) e em seus lugares incluímos as ações PN da Petrobras (PETR4) e as ON de Vivara (VIVA3). Ambas as trocas foram táticas, mantendo as exposições setoriais. No caso da entrada de Petrobras, o objetivo é aumentar à indexação da carteira ao índice Ibovespa. Já as ações da Vivara são, atualmente, as nossas preferidas da cobertura de Vestuário e Estilo de Vida”, descreve o relatório Estratégia da Ágora Investimentos, encaminhada ao Blog do Grana. 

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Carrefour Brasil

O  Carrefour  Brasil  é  o  maior  grupo  de  varejo  alimentar  do  país,  atuando  em  diversos  formatos  para atender a diferentes segmentos, através das bandeiras Atacadão, Sam’s Club, Express, entre outras, além das operações de e-commerce. Em nosso cenário base, continuamos vendo o Carrefour Brasil na liderança  do  setor  de  varejo  de  alimentos  no  longo  prazo,  dada  a  força  da  bandeira  Atacadão (atacarejo),  a  maior  marca  de  supermercado  do  país,  e  os  formatos  de  lojas  complementares,  com clubes de compras, lojas de conveniência, e-commerce e hipermercados.

Vemos ventos favoráveis em 2024  em  relação  à  concorrência,  cenário  econômico  e  dinâmica  do  setor  que  devem  levar  a  um crescimento sólido dos lucros nos próximos anos. Recentemente, em seu Dia do Investidor, a empresa compartilhou  expectativas  otimistas,  com  metas  de  expansão  de  lojas  e  margens  EBITDA  acima  das nossas  previsões  atuais  e  sólidos  ganhos  de  EBITDA  provenientes  das  conversões/fechamentos  de hipermercados  e  captura  de  sinergias.  Mantemos  a  nossa  visão  otimista  sobre  a  tese  e  a  nossa recomendação de Compra.

Copel

A  Companhia  Paranaense  de  Energia  (Copel)  é  uma  empresa  integrada,  ou  seja,  atua  nos  quatro subsegmentos  do  setor  de  energia  elétrica:  geração,  transmissão,  distribuição  e  comercialização.  A empresa possui  62  usinas  próprias  (sendo  18  hidrelétricas,  1  térmica  e  43  eólicas)  e  participação  em outros  14  empreendimentos  de  geração  de  energia  (1  térmica,  8  hidrelétricas,  4  parques  eólicos  e  1 solar). Em agosto, a Copel concluiu o processo de transformação da companhia em uma corporation, sem  acionista  controlador,  diante  da  liquidação  financeira  de  oferta  base  secundária  de  ações  do Estado do Paraná e da oferta primária de novas ações.

O governo paranaense reduziu participação das ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32%. Uma vez privatizada, reforçamos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 12,50 para 2024 a partir das seguintes premissas: um corte nas despesas operacionais de aproximadamente 17%, que pode parecer conservador, mas reflete um bom trabalho em relação à redução de custos já realizado pela gestão; uma queda no custo de capital  de  nossa  taxa  de  desconto  real  de  11%,  para  8,5%;  e  a  prorrogação  das  concessões  das usinas hidrelétricas Foz de Areia (que vencem em 2024), Segredo e Salto Caxias (com vencimento em 2032 e 2033). Além disso, considerando o preço atual, CPLE6 negocia a uma atraente TIR real.

EcoRodovias

A  EcoRodovias  é  uma  das  principais  companhias  de  infraestrutura  do  Brasil,  com  operação  em  11 concessões rodoviárias, totalizando mais de 4.700 km, e um ativo portuário, e atuação em oito estados do  país.  A  empresa  adicionou  3  novas  concessões  de  rodovias desde  2021  e  vem  surpreendendo positivamente o mercado ao apresentar desempenho de tráfego e eficiência de custos melhores que o esperado.

Acreditamos que a redução significativa do risco a partir da desalavancagem do balanço, combinada com o forte desempenho operacional da empresa, deve desencadear uma reavaliação do preço das ações. Nossa recomendação é baseada: na ação estar sendo negociada a uma atraente TIR  alavancada  superior  a  13%;  na  EcoRodovias  continuar  expandindo  seu  portfólio  com  retornos que agreguem valor; nos preços mais baixos de commodities reduzindo o risco de investimentos elevados; e na empresa se beneficiando da queda das taxas de juros.

Itaú

Recentemente, elevamos a recomendação das ações do Itaú para Compra, já queos principais aspectos negativos  parecem  estar  precificados,  enquanto,  em  nossa  opinião,  o  banco  poderia  continuar  a apresentar  forte  crescimento  de  lucros  e  ROE  acima  da  média  setorial. De  fato,  observamos  que  a maioria dos investidores espera crescimento de lucro líquido, de empréstimos e de margem financeira para o Itaú em 2024, amplamente alinhados com nossas estimativas, excluindo as expectativas para despesas de provisão. Além disso,o Itaú tem um balanço forte, com um elevado índice de cobertura e base  de  capital,  o  que  poderia  apoiar  um  crescimento  mais  forte  dos  empréstimos  e/ou  uma distribuição  de  dividendos  mais  elevada–o  que  não  parece  estar  precificado  no  atual  valuation  de ITUB4, em nossa opinião.

JBS

A JBS é o maior produtor global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo. A empresa possui 300 plantas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países. Devido à  ciclicidade  da  sua  principal linha  de  negócios,  a  JBS  passou  recentemente  por  meses  operacionais relativamente difíceis, apresentando no 1T23 a margem de lucro mais baixa em uma década. Dado este cenário, entendemos que a partir daqui o espaço para melhorias é significativo, e o mercado parece ainda não ter precificado uma provável recuperação das margens que deve se concretizar até 2025.

Vemos a ação sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA (esperado para 2024 e 2025) abaixo da média histórica,  apoiando  assim  a  visão  positiva  para  o  valuation,  e  esperamos  que  as  margens  continuem melhorando  sequencialmente  nos  próximos  trimestres  devido  a  menores  custos  de  grãos,  uma redução dos abates (redução da oferta de carne) nos EUA em 2024 e ganhos de eficiência.

Além disso, a empresa anunciou recentemente a proposta de listagem dupla nos EUA e no Brasil -se confirmado, o movimento poderá ajudar a reduzir o atual de aproximadamente 30% no EV/EBITDA esperado para 2024 para a concorrente norte-americana Tyson Foods -em nossa estimativa, para cada redução de 5 pontos percentuais, o preço das ações pode subir significativos 25%.

Localiza

A Localiza é a maior rede de mobilidade da América Latina, presente em 6 países, com mais de 580 mil carros na frota, 900 pontos físicos e 17 mil colaboradores. Por meio de suas subsidiárias, a empresa aluga  carros  para  pessoas  físicas,  administra  frotas corporativas,  vende  sua  frota  para  o  público  em geral,  além  de  oferecer  modelo  de  franquia. 

A  Localiza  reportou  números  operacionais  sólidos  em aluguel (RAC) e gestão de veículos (GTF) no 3T23, mas as margens de Seminovos tiveram um impacto negativo no período, em meio a um mercado desafiador para vendas de carros usados e preços mais fracos em relação aos carros novos, e juntamente com as despesas de depreciação ainda crescentes, e as elevadas despesas financeiras, podem pressionar o lucro líquido no curto prazo. Por outro lado, esperamos  que  o  cenário  dos  Seminovos  melhore  gradativamente  a  partir  da  esperada  melhora  no cenário macroeconômico e entendemos que a ação possui um grande potencial de reavaliação devido a esse fator.

Além disso, a Localiza deve relatar crescimento no spread do RoIC (diferença entre o RoIC e o custo de capital da companhia), retornando aos níveis históricos. A RENT3 está negociando a um P/L esperado para 2024 de 18x, um desconto significativo em relação à média de 5 anos. Desta forma, mantemos nossa recomendação de Compra para Localiza, com preço-alvo para o final de 2024 de R$ 90,00 por ação.

Petrobras

A  Petrobras  vem  de  resultados consistentes  nos  últimos trimestres  e  as  expectativas  apontam  para mais um ano de números sólidos em 2024, o que, em nossa opinião, deve permitir que a empresa siga distribuindo  dividendos  elevados  (um  dos  principais  pontos  da  tese). 

Recentemente,  a  Petrobras divulgou  seu  Plano  Estratégico  (2024  a  2028),  que  acreditamos  não  ter  trazido  grandes  surpresas, reforçando  nossa  visão de  que  há  uma  grande  probabilidade  de  a  empresa  anunciar  cerca  de  US$  5 bilhões  em  dividendos  complementares  para  2023,  a  serem  pagos  em  2024. 

Em  geral,  vemos  a empresa  encerrando  2024  com  uma  posição  de  caixa  e  equivalentes  de  cerca  de  US$ 18  bilhões, gerando aproximadamente US$ 20 bilhões em geração de caixa no ano (com base em um Brent de US$ 78/barril).

Se a Petrobras pagasse o dividendo mínimo (45% do fluxo de caixa operacional, subtraído dos investimentos) terminaria 2024 com uma posição de caixa de cerca de US$ 24 bilhões (retirando o pagamento de US$ 3,5 bilhões em dividendos relativos aos resultados do 3T23, a serem pagos no 1T24). Isto está muito acima do nível ideal de US$ 8 bilhões. Ainda há muito espaço para fusões e aquisições e dividendos complementares em 2024.

Sabesp

A Sabesp é uma sociedade anônima de economia mista fundada em 1973 e atualmente é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 375 municípios do Estado de São Paulo.

A  principal  tese  de  curto  prazo  continua  sendo  o  processo  de  privatização,  cujo  projeto  de  lei  foi aprovado  na  Assembleia  Legislativa  do  Estado  de  São  Paulo  em  dezembro.  Embora  esta  tenha  sido uma  etapa  importante,  ainda  faltam  alguns  passos  para  a  privatização  ser  concluída  até  meados  de 2024.

Entre os quais, destacamos a: a necessidade de definir melhorias regulatórias e; a assinatura de  novos  contratos  de  concessão  com  todos  os  municípios  para  os  quais  a  Sabesp  presta  serviços, incluindo  a  definição  sobre  o  pagamento -ou  não -de  títulos  de  concessão  para  a  extensão  das concessões até 2059. Em geral, seguimos com a recomendação de Compra para as ações da Sabesp, uma vez que a relação risco/retorno ainda nos parece atraente.

Vale

Apesar de todas as incertezas vindas da economia global, em especial com os rumos da atividade na China, a verdade é que os preços do minério de ferro estão em quase US$ 140 por tonelada, sinalizando que  a  dinâmica  do  mercado  físico  é  realmente  saudável.

De  fato,  acreditamos  que  a  dinâmica  dos preços  do  minério  de  ferro  deve  permanecer  forte,  com  a  demanda  chinesa  resiliente  e  a  demanda global (ou seja, excluindo a China) melhorando em 2024.

Assim, VALE3 continua sendo nossa principal recomendação  no  setor  de  Mineração,  pois  acreditamos  que  a  forte  dinâmica  do  mercado  deverá continuar  a  impulsionar  os  resultados  da  Vale,  enquanto  a  empresa  continua  a  buscar  medidas  de eficiência nas divisões de minério de ferro e de metais básicos. O valuationsegue atraente, abaixo de 5x o múltiplo EV/EBITDA para 2024.

Vivara

Líder  no  varejo  especializado  em  joias  e  relógios  no  Brasil,  a  Vivara  tem  um  posicionamento “democrático”-média renda por meio de seu portfólio de cinco marcas, aliando alta qualidade e design moderno,  que  também  permite  captar  oportunidades  nos  mais  diversos  momentos  da  vida  dos consumidores.

Tendo realizado um IPO em outubro de 2019, a Vivara expandiu rapidamente seu número de  lojas  físicas,  tendo  aberto  150  unidades  de  lojas  desde  então. 

A  tese  da  Vivara  é  essencialmente sustentada  por  duas  marcas.  Primeiro,  a  marca  mãe  da  empresa,  “Vivara”,  que  é  uma  marca  mais tradicional,  focada  em  clientes  com  mais  de  30  anos  e  que  procuram  produtos  de  qualidade  e  luxo sofisticado, embora ainda com preços acessíveis.

Em segundo lugar, a marca “Life” da Vivara foi lançada em 2011, atendendo a um público mais jovem e casual, e funciona como uma “porta de entrada” para o consumo de joias tendo em vista os preços.

Acreditamos que a boa dinâmica de curto prazo continuará a  sustentar  VIVA3,  enquanto,  olhando mais  adiante,  ainda  vemos  razões  fundamentais  para  a  Vivara sustentar  uma  avaliação  por  múltiplos  premium  em  relação  às  outras  ações  em  nossa  cobertura  de Vestuário e Estilo de Vida, com base em:  crescimento robusto da receita (taxa de crescimento médio anual de cerca de 15% no período de 2023-2026; e cerca de 13% de taxa de crescimento médio anual da área de vendas), expansão de margem relativamente mais segura que depende mais de seu mix (ou  seja,  Life  ganhando  participação sobre  Vivara)  do  que  de  execução,  e   perspectivas  de  lucros mais fortes e menos vulneráveis (taxa de crescimento médio anual de cerca de 21% no período de 2023 a  2026).  Dessa  forma,  VIVA3  permanece  como  nossa  principal  escolha  na cobertura  deste  grupo  no Varejo.

(*) Fonte de conteúdo: Ágora

Blog do Grana é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).