Ágora substitui Localiza (RENT3) por Embraer (EMBR3)
A Ágora substitui Localiza (RENT3) por Embraer (EMBR3) na carteira Top 10 para maio de 2024.
“Para o mês de maio, optamos por realizar uma única mudança na composição do portfólio. Retiramos as ações ON da Localiza (RENT3) e incluímos as ações ON da Embraer (EMBR3). Ainda vemos a Localiza como a nossa preferência entre os nomes do setor de locação, porém carece de gatilhos de curto prazo. Assim, optamos por incluir as ações da Embraer, por combinar um bom desempenho operacional e nos parecer um nome que oferece algum grau de proteção neste momento, vide sua exposição cambial. Com o ajuste, o Beta da carteira reduziu de 0,82 para 0,71”, descreve relatório da equipe de análise da Ágora Investimentos encaminhado ao Blog do aplicativo Grana.
Veja abaixo a carteira completa para o mês de maio de 2024:
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Copel
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) é uma empresa integrada, ou seja, atua nos quatro subsegmentos do setor de energia elétrica: geração, transmissão, distribuição e comercialização. A empresa possui 62 usinas próprias (sendo 18 hidrelétricas, 1 térmica e 43 eólicas) e participação em outros 14 empreendimentos de geração de energia (1 térmica, 8 hidrelétricas, 4 parques eólicos e 1 solar).
Em Agosto de 2023, a Copel concluiu o processo de transformação da companhia em uma corporation, sem acionista controlador, diante da liquidação financeira de oferta base secundária de ações do Estado do Paraná e da oferta primária de novas ações. O governo paranaense reduziu participação das ações com direito de voto de 69,66% para cerca de 32,32%.
Uma vez privatizada, reforçamos nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 12,50 para 2024 a partir de premissas que incluem redução de despesas e menor custo de capital. Em nossa visão, a Copel é um dosnomes mais atrativos no setor, negociando com uma TIR (taxa interna de retorno) real próxima dos 10%.
Embraer
Após um mês de março surpreendente para a Embraer, com entrega do guidance financeiro de 2023 e um representativo pedido firme de 90 aeronaves (mais 43 opções de compra) para a American Airlines, em abril foi conhecido as entregas do 1T24 que foram fortes, com melhora significativa para jatos executivos (18 ante 8 no 1T23) –o maior número de aeronaves executivas no primeiro trimestre desde 2016.
Contudo, as 7 entregas de aeronaves comerciais ficaram abaixo da média dos últimos 5 anos (9% do guidance do ano, ante 13% na média dos 5 anos anteriores). Isto sugere que as questões da cadeia de abastecimento ainda são as que mais prejudicam a aviação comercial.
No entanto, esperamos que a situação do fornecimento melhore gradualmente ao longo do ano, permitindo à Embraer cumprir a sua orientação de 72 a 80 aeronaves comerciais em 2024.
Além disso, em meio a piora (maior cautela com ativos de risco) no cenário macroeconômico, as condições do câmbio podem favorecer o fluxo para exportadores, como Embraer.
Itaú
Esperamos que o Itaú apresente outro conjunto bom de resultados no 1T24, apesar dos impactos sazonais, sem grandes surpresas. Estimamos lucro líquido de R$ 9,7 bilhões para o banco, com um ROE de 21,2%, refletindo crescimento moderado em empréstimos, enquanto a margem com clientes também deve diminuir no trimestre, mas ainda pode expandir em base anual.
Entretanto, prevemos tendências positivas na qualidade dos ativos, com a inadimplência melhorando em termos trimestrais e o seu custo do risco diminuindo, apesar da sazonalidade da inadimplência.
Por um lado, as receitas de taxas deverão apresentar impactos sazonais negativos, especialmente decorrentes da redução dos volumes e das taxas de desempenho, o que deverá ser parcialmente compensado por um forte desempenho do banco de investimento, dadas as atividades mais elevadas de emissão de dívidas (DCM).
Por outro lado, esperamos que as despesas operacionais diminuam em relação ao trimestre anterior, o que deverá compensar as receitas de taxas mais fracas.
JBS
A JBS é a maior produtora global de proteínas e a segunda maior empresa de alimentos do mundo. A empresa possui 300 plantas em diferentes regiões e presença comercial em mais de 22 países.
Devido à ciclicidade da sua principal linha de negócios, a JBS passou recentemente por meses relativamente difíceis, apresentando no 1T23 a margem de lucro mais baixa em uma década, por exemplo.
Dado este cenário, entendemos que o espaço para melhorias é significativo, e o mercado parece ainda não ter precificado uma provável recuperação das margens, que deve se concretizar entre 2025 e 2026.
Vemos a ação sendo negociada a um múltiplo EV/EBITDA (esperado para 2024 e 2025) abaixo da média histórica, apoiando assim a visão positiva para o valuation, e esperamos que as margens continuem melhorando sequencialmente, devido a menores custos de grãos, uma redução dos abates (redução da oferta de carne) nos Estados Unidos em 2024 e ganhos de eficiência.
A JBS anunciou recentemente a proposta de listagem dupla na NYSE e na B3 –movimento que, se confirmado, poderá ajudar a reduzir o atual desconto de aproximadamente 40% no EV/EBITDA esperado para 2024 para a concorrente norte-americana Tyson Foods -em nossa estimativa, para cada redução de 5 pontos percentuais, o preço das ações pode subir significativos 25%.
Para o 1T24, esperamos que a empresa apresente um EBITDA 6% acima do consenso, com avanço da margem EBITDA apoiado principalmente pela operação da Seara, enquanto as demais divisões deverão manter a boa dinâmica reportada no último trimestre.
Ainda como destaque positivo, a recente desvalorização do real frente ao dólar deve apoiar o aumento da lucratividade da empresa, o que inclusive explica parcialmente o nosso aumento de preço-alvo de R$ 30,00 para R$ 35.00.
Petrobras
Os eventos turbulentos, que começaram com a retenção de dividendos complementares em 8 de março (e levaram a especulações sobre mudanças na gestão da Petrobras), podem ter resultado em algumas resoluções positivas, como: o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tornando-se mais favorável à atuação do CEO Jean Paul Prates (conforme suas próprias declarações na mídia); o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparentemente ganhando algum terreno dentro da estatal (tendo conquistado um assento no Conselho).
E, de fato, no último dia 19, o Conselho se reuniu e decidiu que a empresa tinha condições de pagar até 50% das reservas de dividendos (US$ 4,3 bilhões) –inclusive a data de corte será o dia 02 de maio de 2024 para os detentores de ações.
Diante disso, vemos agora o rendimento de dividendos de PETR4 em 13% para 2025, acima da média global de 10% (com recompras).
Com um ambiente tão volátil para o Ibovespa, é difícil ignorar um exportador como a Petrobras, que paga um rendimento de dividendos tão atraente, sem mencionar que as ações estão sendo negociadas a 2,8xo múltiplo EV/EBITDA para 2025, um desconto de 30% para os pares globais, o que parece excessivo.
Sabesp
No último dia 17de abril, o Governo do Estado de São Paulo realizou coletiva de imprensa para revelar alguns dos principais destaques sobre a mecânica da planejada oferta de ações para privatizar a Sabesp, bem como detalhes sobre as regras de governança corporativa da nova empresa.
Em resumo, o Estado venderá parte de suas ações (hoje detém 50,1%), mas manterá de 15% a 30% do capital total da Sabesp (portanto, assumindo que não há oferta primária; ao preço atual do SBSP3, a oferta de ações poderia variar de R$ 20 bilhões (30%) até R$ 11 bilhões (15%) -olhando para um ponto médio, se o Governo ficar com, por exemplo, 20% do capital da Sabesp, a oferta seria de aproximadamente R$ 17 bilhões).
A oferta de ações será dividida em dois blocos: uma participação equivalente a 15% do capital total da Sabesp será vendida para um parceiro estratégico (R$ 8,4 bilhões); e as ações restantes serão vendidas a investidores do mercado (R$ 11 bilhões, se o Estado mantiver apenas 15% do capital total, ou R$ 3 bilhões se mantiver 30% -assumindo um ponto médio do Governo mantendo uma participação de 20%, as ações vendidas ao mercado somariam R$ 9,0 bilhões).
A Sabesp atualmente é negociada a 0,83x EV/RAB (para 2024), ou uma TIR real implícita de aproximadamente 12%. Se a administração cumprir a redução de Opex (despesas operacionais) e executar o plano de Capex (investimentos) sem grandes desvios, nos anos seguintes à privatização poderá haver uma compressão significativa da taxa de desconto aplicada pelo mercado, o que poderá permitir que a
SBSP3 seja reavaliada entre 1,1x -1,4x, implicando assim um valor justo de R$ 113 (41% de valorização) a R$ 148/ação (84% de valorização).
Suzano
Além de uma eventual proteção cambial que as ações possam conferir, em função do cenário externo, acreditamos que o preço mais alta da celulose deve gerarresultados sequenciais mais fortes. Para o 1T24, os embarques de celulose da Suzano devem cair 9%, para 2,5 milhões de toneladas, impactados pela sazonalidade (mas ainda 2% maiores em base anual).
Esperamos que os preços de exportação fiquem em média em torno de US$ 619/tonelada no 1T24 (implicando um desconto de aproximadamente 6% em relação à média do FOEX China), contra US$ 572 no 4T23, refletindo parcialmente a recente recuperação nos índices de referência.
Olhando para o futuro, esperamos que os preços de venda continuem a melhorar, uma vez que a empresa já anunciou aumentos nas principais regiões geográficas para entregas de abril, embora seja provável que ocorram novos aumentos.
Além disso, esperamos que o custo caixa realizado/tonelada (excluindo manutenção) permaneça praticamente inalterado em relação ao trimestre anterior, em R$ 821 (contra R$ 816 no último trimestre).
Para o papel, esperamos que os volumes caiam 12% em termos trimestrais, devido à pior sazonalidade, enquanto os preços e os custos devem permanecer praticamente estáveis. Assim, estimamos o EBITDA em R$ 4,93 bilhões.
Usiminas
Além das novas regras de importação de aço, que beneficiam mais a Usiminas em relação às demais siderúrgicas listadas, no 1T24, a empresa reportou EBITDA ajustado de R$ 416 milhões, acima dos R$ 345 milhões que esperávamos e relativamente em linha com o consenso.
Observamos que a Usiminas apresentou melhores resultados operacionais no trimestre em sua divisão siderúrgica, após contínuos ganhos de eficiência com a reinicialização do alto-forno #3 –o EBITDA da divisão atingiu R$ 334 milhões, com margem de 6%.
A reação negativa do mercado a esses resultados foi em função da orientação fornecida pela Usiminas de que os resultados ficarão relativamente estáveis em sua divisão siderúrgica no 2T24 (mas em níveis mais elevados) –observamos que os investidores esperavam melhorias contínuas nos resultados, seguindo os ganhos de eficiência do alto-forno #3.
Vale
A Vale reportou EBITDA ajustado de US$ 3,3 bilhões no 1T24, em linha com o consenso e um pouco acima da nossa estimativa —já apontávamos esse “risco” para a nossa estimativa após a prévia operacional.
Mais importante, a Vale apresentou números fortes, atingindo a maior produção no 1T desde 2019 –o que também ajudou no desempenho de custos no trimestre (ligeiramente inferior em termos anuais).
Reafirmamos a presença de VALE3 na carteira, uma vez que a ação está sendo negociada a 3,4xo múltiplo EV/EBITDA para 2024 (implicando um desconto de 27% para pares, contra a média histórica de aproximadamente 15%).
Weg
A Weg deve ser a aposta mais segura do mercado para os resultados do 1T24 dentro do setor de bens de capital, mais uma vez. Esperamos receita líquida de R$ 8,3 bilhões (aumento anual de 8%), EBITDA de R$ 1,7 bilhão (estável no período) e lucro líquido de R$ 1,2 bilhão (6% menor em comparação com o 1T23), em linha com o consenso.
Em nossa opinião, os números do 1T24 continuarão a mostrar crescimento impulsionado por fortes receitas no segmento de Transmissão & Distribuição (T&D) no exterior, apesar de uma menor contribuição de projetos domésticos de energia solar.
A margem EBITDA deve continuar a se normalizar gradualmente, caindo 1 pp no trimestre, para 20,4%, embora a WEG tenha sido capaz de sustentar margens sólidas por mais tempo do que o inicialmente esperado.
Conteúdo: Ágora Investimentos
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