ABBC debate Drex e tokenização de ativos na economia

Os participantes discutiram as expectativas dos casos de uso e cenários para o  Drex, o Real Digital do Banco Central do Brasil, e a tokenização de ativos na economia.

“A tokenização de ativos tende a gerar mais democratização, com a possibilidade de fragmentação de ativos, que terão rastreabilidade”, disse Pedro Castelar, chefe de gabinete da Presidência da CVM, em painel do evento Conecta ABBC realizado na tarde de 22 de agosto de 2024.

O painel também teve a participação de Fabio Araujo, coordenador do projeto Drex e economista do Banco Central do Brasil. Araujo apontou que a partir de meados de 2025, outras instituições financeiras – além daquelas que estão participando do projeto piloto – possam participar dos testes com o Drex.

Para o sócio da KPMG, Fábio Lacerda, o brilhantismo do Banco Central foi entender um movimento que já ocorria no mundo para trazer essa inovação à moeda brasileira. “Abriu-se espaço para ouvir o sistema financeiro, observando casos de uso antes de emitir uma ‘espécie de criptomoeda’ pelo Estado. Faço essa analogia, mas o Drex, em sua essência, não é uma criptomoeda, é uma nova forma de se usar o Real”, disse.  

Já o CEO da BBChain, André Carneiro, comentou que o mercado financeiro está em uma jornada para redução de fricção e que, por isso, é importante que os agentes participem dos testes do Drex. “Quem atua no mercado já deve começar a pensar em como essa inovação impactará o seu negócio. O grande desafio é transformar o Drex em algo tangível também para a população”.

“Vivemos uma era de inovações sem precedentes no mercado financeiro. Tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, a computação em nuvem e o blockchain, vem redefinindo a maneira como as instituições financeiras interagem com seus clientes, que estão cada vez mais exigentes, buscando eficiência, sustentabilidade e praticidade”, declarou a presidente Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Sílvia Scorsato.

No final do evento, Otávio Ribeiro Damaso, diretor de regulação do Banco Central do Brasil, foi homenageado como a Personalidade do Ano em Inovação no Mercado Financeiro, por sua contribuição para um sistema financeiro mais competitivo e eficiente por meio da inovação.

Foto: Vinicius Stasolla. Divulgação ABBC.

De acordo com a ABBC, a homenagem reconhece o profissional que promove e incentiva a inovação no setor, contribuindo para um mercado financeiro mais competitivo e eficiente. Nesta edição, o Conselho da ABBC considerou a agenda de inovação do Banco Central do Brasil, o incentivo à aplicação de tecnologias para o aprimoramento de serviços e produtos, bem como a redução de custos, resultando em uma maior concorrência e na inclusão de mais instituições financeiras e de pagamento no ecossistema financeiro.

Outras iniciativas que contribuíram para essa escolha foram a implementação do Open Finance, Drex, Pix e a internacionalização da moeda, bem como o incentivo à utilização da inteligência artificial e a monetização de dados. Esses pontos, de acordo com a presidente da ABBC, Sílvia Scorsato, contribuíram para uma maior competitividade no segmento, um pilar histórico defendido pela Associação. “A concorrência entre as instituições impulsiona a busca constante por soluções inovadoras. Isso proporciona aos consumidores acesso a serviços financeiros mais diversos e personalizados”, analisou a presidente.

“É um prazer estar aqui hoje e receber esse prêmio em nome do Banco Central. Isso é muito importante para todos nós. O DNA de inovação está dentro do Banco Central há muito tempo”, destacou o homenageado. “Demos um passo bem largo nos últimos anos, transformando o sistema financeiro e preparando-o para o futuro”.

Otávio Ribeiro Damaso, diretor do BC, foi homenageado como Personalidade do Ano em Inovação no Mercado Financeiro.

Em conversa informal com o Grana News após o evento, o diretor de regulação do Banco Central, Otávio Ribeiro Damaso, disse que o Drex (o Real Digital) poderá ser aceito em países do Mercosul como Argentina, Paraguai e Uruguai. “Será como o Pix. Hoje, inclusive, nós já temos casos em que o Pix é aceito em Miami e Orlando, na Flórida (EUA)”, exemplificou.

Além dos testes com o Drex, o Banco Central trabalha para 2025 com o lançamento do Pix Automático, um sistema de pagamento que promete ser mais eficiente que o débito automático em conta corrente.

Segundo uma fonte do mercado financeiro presente ao evento Conecta ABBC, a entrega do Drex, o Real Digital, deve atrasar, e o novo meio de pagamento não ficará pronto antes de 2026. “O Banco Central enfrenta desafios técnicos, de pessoal, e de orçamento”, disse a fonte ao Grana News.

Fonte de conteúdo: Conecta ABBC

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