A queda do dólar preocupa o economista Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, que esteve presente no Anbima Summit 2025, realizado em São Paulo.

Queda do dólar preocupa
A queda do dólar como moeda internacional de trocas comerciais e financeiras é uma das preocupações do economista Paul Krugman, que participou do evento Anbima Summit 2025, realizado em São Paulo.
Veja abaixo os principais trechos das declarações de Krugman sobre o atual momento da economia global.
Tarifaço de Donald Trump
“A tarifa média nos EUA passou de 3%, do livre comércio, para a média de 17%, de uma semana para outra. É a tarifa mais alta desde 1936 (época da Grande Depressão)”.
“A economia americana é mais dependente hoje de importações do que na década de 30 do século passado”.
“Se continuar assim, o comércio dos EUA cairá cerca de 50%”.
Inflação nos EUA
“Os EUA conseguiram controlar a inflação. Mas com as tarifas, isso terá impacto para os consumidores. Ainda não vimos essa inflação. Até o momento, a inflação não subiu muito. Leva tempo. Um navio demora para sair de Shangai (China) e chegar nos EUA, mas vamos ver alguns picos de inflação.
Incertezas sobre a economia norte-americana
“Os EUA representam uma parte importante do mercado global. (Mas) Se você perguntar como a economia vai estar em setembro, ninguém faz a menor ideia. As tarifas comuns não necessariamente levam para uma recessão. (Mas) certamente vamos ver uma contração.
Dívida dos EUA
“Algo bem estranho está acontecendo com os EUA financeiramente. Mesmo que os EUA esteja endividado, sempre foi um porto seguro”. “Depois da Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido tinha dívida de 250% do PIB, e soube lidar com isso”.
Queda do dólar
“Essas coisas começaram a mudar. O dólar caiu. Isso é estranho. EUA está mais parecido com a Argentina e com Brasil. Essa queda do dólar é de 10%. Não faz sentido”. “Isso exige alguma coerência política dos EUA”.
Economia global
“Uma notícia boa sobre a economia global. Hoje, há três grandes economias no mundo: EUA, China e Europa. Nenhuma delas tem uma posição dominante no mercado global. Os EUA até menos 25% do mercado global. (Mas) Há países que estão expostos à economia americana, principalmente na América do Norte (México e Canadá). Mas diante do cenário que temos hoje, não vejo uma crise econômica global”.
Riscos para o câmbio
“O dólar é a principal moeda do mundo, para transações bancárias. Uma moeda de reserva. Os títulos do Tesouro americano são garantia para tudo. No momento, os EUA estão se comportando de forma errática. (Mas) Não há risco do dólar ser substituído por outra moeda. O risco é ser substituído por nada. Se fosse substituído pelo euro, tudo bem. Não haveria problemas”.
As preocupações de Paul Krugman
“Eu me preocupo com as tarifas, com as deportações de imigrantes, mas fico de olho no dólar”.
A globalização acabou
“A globalização acabou, tudo isso ficou no passado. A maioria das pessoas nos EUA não está satisfeita com a tarifas. Elas só existem por causa de um indivíduo (Donald Trump)”.
Expansão fiscal nos EUA
“Após a crise financeira global, nós precisamos da expansão fiscal. Na pandemia, era necessário fazer com que as pessoas sobrevivessem. Houve a expansão fiscal. Hoje, a economia está em pleno emprego. O ideal seria reduzir o déficit agora. (Mas é) politicamente impossível”.
Vontade do Congresso norte-americano
“O Congresso quer cortar os gastos sociais e reduzir os impostos”.
Corte de juros nos EUA
“Vai haver corte de juros. O choque de tarifas ou o aumento do petróleo, isso é um efeito transitório. Mas se você perguntar no mercado, ninguém sabe esse é um choque transitório ou permanente. Todos estão operando no escuro.
Deveríamos estar mais preocupados com o dólar?
“Para esse momento, pelo menos, você vai fazer compras ou transações em dólar. (Mas) o dólar é hoje uma moeda mais incerta.
Confiança nos EUA
“Os EUA têm um grande um fluxo de capital privado, muitos investimentos diretos. Sempre, um líder de tecnologia. É um país progressista do ponto de vista tecnológica. (Mas) as universidades de pesquisa estão sendo atacadas, não só Harvard. Eventos científicos estão sendo cancelados, são coisas malucas que estão acontecendo”.
Criptomoedas e stablecoins
“A primeira geração de criptomoedas (bitcoin, ethereum) não devem ser consideradas como moedas. As stablecoins se parecem mais como moedas, mas são as mais utilizadas por criminosos”.
Futuro do euro
“O euro está mais próximo de substituir o dólar. (Mas) Nenhum mercado europeu chega perto dos EUA”.
Credibilidade dos EUA?
“A gente teria de ter vários presidentes razoáveis na sequência. Não vou viver para ver”.
Fonte de conteúdo: Paul Krugman, no evento Anbima Summit 2025.
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Edição de texto e da página: Ernani Fagundes, jornalista especializado (MBA da B3) em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.
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