
Se você já recebeu a fatura do cartão de crédito e decidiu pagar apenas o valor mínimo, provavelmente entrou no crédito rotativo, mesmo sem perceber.
Ele pode parecer uma solução rápida para aliviar o orçamento do mês quando a fatura vem mais alta do que o esperado, mas, na verdade, costuma vir acompanhado de juros altíssimos, que fazem a dívida crescer muito rápido.
O crédito rotativo foi criado como uma forma de “empréstimo automático” para quem não paga o valor total da fatura. Na prática, o banco empresta para você o dinheiro que ficou faltando para o pagamento completo e cobra juros até que essa quantia seja quitada.
O problema é que essa é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado.
Neste artigo, você vai conhecer melhor o crédito rotativo, como ele funciona, quais são as regras do Banco Central, os principais riscos e, claro, como evitar cair nessa armadilha. Boa leitura!
O que é crédito rotativo?
O crédito rotativo é um financiamento automático que o banco oferece quando você paga apenas parte da fatura do cartão de crédito. Em vez de considerar que a conta ficou em atraso imediatamente, o banco empurra o saldo não pago para a fatura seguinte, aplicando juros e encargos.
Por exemplo: se sua fatura é de R$ 1.000 e você paga R$ 300, os R$ 700 restantes entram no crédito rotativo. Esse saldo será cobrado com juros no próximo mês — e, se você não pagar, a dívida pode crescer rapidamente.
Como funciona o crédito rotativo na prática?
O crédito rotativo é ativado automaticamente quando o pagamento do valor total da fatura não é feito. A partir desse momento, o saldo em aberto é financiado pelo banco, e a taxa de juros cobrada é definida no contrato do cartão.
Na prática, isso funciona assim: você paga o valor mínimo (ou qualquer valor abaixo do total) e, no mês seguinte, a fatura virá com o saldo que ficou pendente, acrescido de juros e outros encargos.
Se o pagamento integral não for feito novamente, o banco pode oferecer o parcelamento da fatura ou continuar cobrando os juros do rotativo.
O que diz o Banco Central sobre essa modalidade?
O Banco Central estabeleceu regras para tentar reduzir o impacto do crédito rotativo sobre o endividamento. Desde 2017, os clientes só podem permanecer nessa modalidade por até 30 dias. Após esse período, se o valor ainda não for quitado, o banco é obrigado a oferecer o parcelamento da fatura, com juros mais baixos que os do rotativo.
Medidas como essas foram tomadas porque as taxas de juros dessa modalidade costumam ser altíssimas. Em 2025, o crédito rotativo chegou a cobrar até 445% ao ano em alguns casos. Para você comparar, a taxa média de juros para um empréstimo pessoal fica em torno de 220% ao ano.
Além disso, o Banco Central também estipula que as instituições financeiras devem informar de forma clara as taxas cobradas e disponibilizar canais de atendimento para reclamações. Caso o consumidor encontre abusos ou falta de informação, pode registrar queixa diretamente no Banco Central ou acionar órgãos como o Procon.

Quais são os principais riscos de usar o crédito rotativo?
Usar o crédito rotativo pode parecer uma medida prática no início, mas, como você já sabe, essa é uma das modalidades de crédito mais caras e perigosas do mercado. Os juros são elevados e a dívida cresce rápido, comprometendo a saúde financeira.
Veja os principais riscos:
- Juros altos: as taxas do crédito rotativo são as mais altas do mercado, podendo ultrapassar 400% ao ano;
- Crescimento rápido da dívida: como os juros são compostos, a dívida aumenta exponencialmente;
- Impacto no score de crédito: atrasos e dívidas em aberto prejudicam sua pontuação;
- Restrição de crédito: com dívidas altas, o limite do cartão pode ser reduzido ou bloqueado;
- Dificuldade para sair do endividamento: quanto mais tempo no rotativo, mais difícil é pagar o saldo total.
Dicas práticas para evitar cair nessa armadilha
Evitar o crédito rotativo exige planejamento e controle. A boa notícia é que, com alguns hábitos simples, é possível fugir dessa modalidade e manter as finanças em dia:
- Pague sempre o valor total da fatura: se possível, evite pagar apenas o mínimo;
- Planeje seus gastos no cartão: use um limite compatível com sua renda;
- Use um aplicativo de controle financeiro: monitore gastos em tempo real para não se surpreender na fatura;
- Tenha uma reserva de emergência: assim você consegue cobrir despesas imprevistas sem recorrer ao rotativo;
- Negocie antes de atrasar: se souber que não vai conseguir pagar, procure o banco para negociar alternativas.
Como sair do crédito rotativo? Veja alternativas eficazes
Se você já está no crédito rotativo, é importante agir rápido para evitar que a dívida se torne impagável. Existem alternativas mais baratas e eficientes para resolver a situação:
- Parcelamento da fatura: tem juros mais baixos que o rotativo e prazo fixo para pagamento;
- Empréstimo com juros menores: o crédito pessoal ou consignado pode ser mais barato;
- Renegociação com o banco: solicite condições melhores para quitar o saldo;
- Uso de aplicativo de controle financeiro: para reorganizar o orçamento e liberar verba para o pagamento.
Crédito rotativo ou parcelamento da fatura: qual compensa mais?
O crédito rotativo funciona como um “empréstimo emergencial” para quando você não consegue pagar a fatura inteira, mas ele tem juros tão altos que, se você mantiver essa opção por muito tempo, a dívida pode sair do controle.
Já o parcelamento da fatura oferece mais tempo para pagar e cobra juros menores, o que alivia um pouco o peso no bolso. Por outro lado, ele também exige atenção, porque compromete parte do seu orçamento por vários meses, e isso pode limitar sua capacidade de lidar com outras despesas ou imprevistos.
Veja um comparativo entre as duas modalidades:
Característica | Crédito rotativo | Parcelamento da fatura |
Juros | Muito altos (até 445% a.a.) | Menores que o rotativo |
Prazo | Máximo de 30 dias | De 3 a 24 meses |
Flexibilidade | Alta, mas cara | Menor, mas mais previsível |
Risco de endividamento | Muito alto | Médio |
Perguntas frequentes sobre o crédito rotativo
Agora que você já sabe o que é crédito rotativo e como ele funciona, confira as respostas para as perguntas mais comuns sobre o tema!
Quais são os juros do crédito rotativo?
As taxas variam conforme o banco, mas podem ultrapassar 15% ao mês e 400% ao ano.
Quanto tempo posso ficar no crédito rotativo?
No máximo 30 dias. Depois, o banco deve migrar o saldo para o parcelamento da fatura.
O que acontece se não pagar o crédito rotativo?
A dívida cresce rapidamente com juros e multas, podendo levar à negativação do CPF e restrição de crédito.
Conclusão
O crédito rotativo é uma modalidade de financiamento cara e arriscada, que deve ser usada apenas em casos de extrema necessidade e por um período muito curto. Entender como ele funciona é o primeiro passo para evitar que uma dívida pequena se transforme em um grande problema.
Manter o equilíbrio financeiro passa por conhecer bem as opções de crédito, planejar gastos e criar reservas para emergências. Assim, você reduz as chances de precisar recorrer ao rotativo e preserva seu orçamento.
E, dentro dessa organização, cuidar do imposto de renda também faz parte da estratégia. Declarar corretamente, aproveitar deduções e evitar multas ajuda a manter as finanças saudáveis e abre espaço para investir no que realmente importa.
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