Prévia da inflação de setembro
Prévia da inflação de setembro foi mais fraca que o esperado | Análise por Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.
“A prévia da inflação de setembro foi mais fraca que o esperado por conta de itens pontuais, que devem ser devolvidos nas próximas divulgações, mas também trouxe notícias boas na parte qualitativa.

O IPCA-15 de setembro contrariou a expectativa e registrou alta menor que esperada de 0,13%, acumulando em 12 meses 4,12%.
Os serviços subjacentes vieram abaixo do esperado por nós, 0,0% vs. 0,31%, a desaceleração mais intensa e espalhada sendo explicada por cinema (semana do cinema com promoções da rede Cinemark), seguro de automóveis (-2,53% após queda de 1,24% em agosto), conserto de automóvel e cabeleireiro. A média dos núcleos seguiu a mesma direção, fomos surpreendidos para baixo. Esperávamos 0,31% e veio 0,18%. Com o resultado de hoje, os serviços subjacentes dessazonalizado e anualizado desacelerou para 3,85%, de 5,02% em agosto e a média dos núcleos (DP,MS,P55,EX0 e EX3) atingiu 3,93%, abaixo do teto da meta. Em agosto estava em 4,15%.
Serviços intensivos em mão de obra, continuou surpreendendo para baixo, acumulando alta de 5,22% em 12 meses. Na métrica dessazonalizada e anualizada saiu de 4,43% para 3,79%. Esta foi uma das notícias positivas de hoje. Assim como a nossa métrica de serviços inerciais (que são bastante ligados aos intensivos em mão de obra), que atingiu o ponto mais baixo desde setembro de 2022, na medida dessazonalizada e anualizada de média móvel de três meses, para 3,98%.
Por ora, esperamos que serviços intensivos em mão de obra encerre o ano em 5,3% e subjacentes fique próximo de 5,8% vindo de 4,80% em 2023. Neste sentido, fica evidente que, até o momento, o que esperamos daqui para frente é uma piora nesta dinâmica refletindo as condições favoráveis do mercado de trabalho em que todos indicadores econômicos ligados a renda e emprego seguem bastante fortes. Entendemos que esta é uma dinâmica que vai em linha com a expectativa de Selic subindo para 11,5% até janeiro de 2025, no ritmo de 25bps. Visto que a inflação corrente segue mais benigna que o previsto anteriormente.
As surpresas altistas de hoje foram: alimentos. Vale dizer que os alimentos registraram deflação menor que a esperada por nós, de -0,01% vs. -0,34% esperada, principalmente pelos produtos in natura, carnes, aves e ovos. Esperamos que este grupo reacelere para 0,48% no fechamento de setembro e, no último bimestre no ano atinja altas de mais de 1% em razão da carne bovina. Para o ano o grupo carnes deve apresentar alta de 4% e para 2025 11,80%. No mesmo sentido, vemos os alimentos no domicílio deixar o 4,6% em 12 meses em agosto e terminar mais próximo de 6,5%.
Já o grupo de bens duráveis continuou mostrando dinâmica de repasse cambial e segue como risco altista no ano e no primeiro trimestre de 2025. O movimento recente dos núcleos dos IGPs continua evidenciando essa dinâmica. E nesta leitura, os bens duráveis vieram mais pressionados que o esperado, na métrica dessazonalizada e anualizada atingiu 2,36%, principalmente por automóveis. Esperamos que o grupo termine o ano em 2,9% de 1,1% em 2023 e para 2025 vemos acima de 3,1%.
A nossa projeção do IPCA de 2024 está em 4,6% e de 2025 em 4,20%.”
Autora: Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos
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