Prévia da inflação de abril mostrou melhora
A prévia da inflação de abril mostrou núcleos e serviços melhores que esperado | Artigo por Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos
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O IPCA-15 de abril registrou alta de 0,21%, abaixo da nossa projeção de 0,25% e da mediana da Bloomberg de 0,29%. Em 12 meses a variação é de 3,77%. A surpresa baixista, de -4bps em relação a nossa projeção, foi concentrada em quatro itens bastante voláteis: energia elétrica, gasolina, passagem aérea e combo de telefonia. Por outro lado, produtos farmacêuticos, higiene pessoal e vestuário vieram mais fortes do que o esperado. Algumas observações:
Já era esperado alta nos medicamentos após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços, a partir de 31 de março, no entanto, vieram mais fortes. Atribuímos uma chance do aumento do ICMS modal de alguns estados terem impactado o aumento do repasse dos custos destes itens;
Em relação a higiene pessoal, nossa coleta não capturou aumentos mais expressivos em desodorante, produtos para pele e cabelo;
O item energia elétrica mostrou deflação de -0,07% nas faturas (esperávamos alta de 0,65%), o IBGE em nota atribui ao reajuste de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (2,34%). No entanto, nosso acompanhamento não chega nesses números, vamos avaliar regionalmente algo que possa explicar esta diferença de sinal. (iv) Por fim, os itens de comunicação (telefone celular e combo de telefonia) não capturaram os reajustes da Vivo da maneira que esperávamos. Contávamos com alta de 7,5% da Vivo e 4,5% da Tim.
Os alimentos in natura e leite vieram ligeiramente acima do esperado nesta leitura. O grupo alimentação no domicílio apresentou alta de 0,74%, desacelerando de 1,04% no mês anterior e 3,31% no acumulado de 12 meses. Para frente, apenas em maio vamos ver a deflação ocorrer e, este grupo pode permanecer até setembro com números baixos.
Os serviços subjacentes apresentaram alta de 0,38%, acima do esperado por nós de 0,29%, no entanto, se ponderarmos a alta de 3,76% do item cinema (que caiu -3,97% no IPCA-15 de março, respondendo a “semana do cinema”), o grupo teria um desempenho em linha com o esperado por nós. E como temos chamado a atenção, era esperado que este grupo desacelerasse de forma mais contundente nesta leitura e ainda esperamos o mesmo para o IPCA fechado de abril. Entendemos que isso será um “falso sinal” ou uma janela boa. E a partir de maio veremos a reaceleração acontecendo e deixando o risco, do grupo, encerrar o ano em 6%. Nossa projeção de subjacentes é de 5,70%. Na medida dessazonalizada e anualizada, o grupo de serviços subjacente atingiu 5,68% de 5,67%, praticamente estável. Na mesma linha, os serviços intensivos em mão de obra, que reúne serviços pessoais, estão em 6,40% na mesma medida.
Para frente, por ora, esperamos IPCA de abril em 0,39% e 0,33% em maio. Sobre os itens que repetem, retiraram -3 bps de abril (avião e aluguel). Vamos fazer alguns ajustes pontuais, mas o curto prazo não deve alterar de forma relevante. Esperamos que este ano e 2025 encerre em 3,80%.
Autora: Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.
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