BDRs: o que são e como investir

Os BDRs ou Brazilian Depositary Receipts são uma nova forma de diversificar seus investimentos em bolsa de valores.

No presente artigo, vamos explicar: O que são BDRs? Quais são os tipos existentes?  Quais são as vantagens e desvantagens dessa aplicação? Como investir em BDR? E quais são os custos e a tributação do Imposto de Renda?

Leia o texto completo abaixo para obter todas essas respostas:

O que é BDR?

Brazilian Depositary Receipt é um recibo de uma ação estrangeira ou ativo listado no exterior que é negociado na bolsa de valores brasileira (B3).

Em outras palavras, o BDR representa um investimento no exterior em ativos de bolsas internacionais nos EUA e na Europa, mas negociado em reais no Brasil.  

Como funcionam os BDRs?

Na prática, bancos custodiantes como Bradesco, Itaú e o Banco B3 “guardam” os ativos internacionais (fazem a custódia de ações e ETFs estrangeiros) e emitem o recibo (BDR) para os investidores brasileiros negociarem na bolsa local (B3).

Dessa forma, os investidores locais não precisam comprar os ativos diretamente no exterior, contratar uma corretora lá fora ou fazer o câmbio (vender reais para comprar os ativos com moeda estrangeira).

Ou seja, fica muito mais fácil negociar aqui mesmo no Brasil, sem realizar transações internacionais de recursos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – a autarquia que fiscaliza o mercado de capitais – criou regras que proporcionam segurança para que os investidores de BDRs tenham todos os seus direitos de propriedade dos BDRs garantidos.

Assim, graças às regras, o investidor não corre o risco de comprar um ativo no exterior que não existe. O recibo (BDR) garante que a ação ou ETF internacional existe e está guardado em grandes instituições depositárias (ex. Banco B3, Bradesco ou Itaú, etc.).

Quais são os tipos de BDRs?  

Existem dois grandes tipos de BDRs, os patrocinados e os não-patrocinados.

Na sequência, vamos explicar essa diferença e os níveis em cada tipo:

Patrocinados

Os BDRs patrocinados, como o próprio nome sugere, recebem o patrocínio de alguma instituição ou empresa para serem negociados no Brasil.

Ou seja, há a estratégia de uma instituição ou empresa para que o recibo do ativo (BDR) possa ter negócios na bolsa brasileira (B3).  

Esse tipo de BDR é subdividido em 3 níveis de governança (I, II e III), de acordo com o modelo de distribuição dos BDRs e as informações que são divulgadas aos investidores sobre as empresas de BDRs patrocinados.

No nível I, por exemplo, as informações financeiras não precisam ser divulgadas em reais, ou seja, podem ser publicadas em moeda estrangeira (dólar, euro, etc.).

Nesse caso, a CVM limita a quantidade de investidores (máximo de 50 investidores) que podem aplicar nesse BDR de nível I. E a negociação fica restrita ao mercado de balcão.

Já nos níveis II e III, as negociações são feitas no mercado à vista da bolsa de valores, o que garante maior liquidez (facilidade de negociação) para os investidores.

Essa negociação no mercado à vista é permitida porque as empresas emissoras das ações precisam de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e cumprir regras de transparência e governança corporativa similares às exigidas de grandes empresas brasileiras listadas na B3.

A diferença entre os BDRs patrocinados de nível II e III está na questão das ofertas ao mercado. No nível III, a oferta pública é ampla para buscar maior número de investidores, enquanto o nível II, a oferta pública pode ser feita com esforços restritos, ou seja, com acesso a um número menor de investidores.

Não patrocinados

Os BDRs não patrocinados recebem esse nome porque não são patrocinadas pelas empresas emissoras.

A oferta deles no mercado depende das instituições financeiras (Banco B3, Bradesco, Itaú, etc.) que compram as ações e os ETFs no exterior para emitir os recibos (BDRs) que são negociados no Brasil.

Em geral, os bancos selecionam ativos de grandes empresas internacionais (multinacionais) para listagem no Brasil. Por isso, a maior parte de BDRs é do tipo não patrocinado. Esses ativos possuem alta liquidez nos mercados globais.  

As instituições depositárias (Banco B3, Bradesco, Itaú, etc.) são as responsáveis por fornecer as informações de mercado aos investidores.

Essas informações (fatos relevantes, comunicados, avisos aos acionistas, etc.) relacionadas aos BDRs são publicadas gratuitamente no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e acessíveis para todos os investidores pessoas físicas.

BDRs: vantagens e desvantagens

O investimento em BDR possui vantagens e desvantagens, com riscos similares aos de outras aplicações financeiras de renda variável.

Vantagens do BDR

A vantagem do BDR é poder investir no exterior sem precisar ter conta numa corretora no estrangeiro. Com o BDR, não é preciso fazer o câmbio para comprar moeda estrangeira.

Toda a negociação é feita em reais, e com a segurança regulatória da CVM, da Brasil, Bolsa, Balcão (B3) e de grandes bancos locais (Bradesco, Itaú, etc.).

Isso representa praticidade na vida do investidor, que pode diversificar uma parte de seus recursos em ativos internacionais.

O investimento em BDR dá acesso a setores da economia global que não representativos no Brasil, o que significava maior possibilidade de diversificação do capital.

Desvantagens

Os defensores da compra direta de ativos no exterior argumentam, que graças à tecnologia, ficou mais fácil investir lá fora. Corretoras de Nova York (EUA) como a Avenue, do Banco Itaú, garantem que os custos são menores aplicando diretamente em ações e ETFs listados na Nyse ou Nasdaq.

Faz sentido esse menor custo operacional diante da forte competição de corretoras no mercado norte-americano.

Mas ainda não há consenso, se as taxas de câmbio para repatriação dos recursos, ou seja, para trazer de volta o dinheiro ao Brasil, se essa conta com despesas de transações internacionais de moedas ficaria mais equilibrada em relação aos custos das BDRs.

Em termos de riscos, a aplicação em BDRs é semelhante aos riscos da renda variável no Brasil, com o acréscimo do risco cambial.

O risco cambial pode elevar a volatilidade dos BDRs tanto para cima como para baixo por diversas razões: indicadores econômicos globais, taxa de juros nos EUA, recessão em países desenvolvidos, crises em economias emergentes.

Custos e tributação dos BDRs

Os custos para operar BDRs é similar aos cobrados para negócios com ações brasileiras. Algumas corretoras até isentam as taxas de corretagem.

Mas há outras tarifas como: a taxa de custódia dos ativos e o fee cambial cobrado pelos bancos que fazem as transações internacionais de compra e venda dos ativos no exterior.

Além disso, os BDRs são tributados pela alíquota de 15% do Imposto de Renda sobre ganhos de capital, sem qualquer benefício fiscal.

Sobre a tributação de outros investimentos no exterior, consulte o artigo:

Investimento no Exterior: conheça as novas regras de tributação do IR.

Como investir em BDRs?

Para investir em BDRs é necessário estar cadastrado numa corretora de valores.

Diante da diversidade de ativos disponíveis na bolsa brasileira, vale a regra básica do investidor pesquisar os BDRs mais promissores para sua estratégia e perfil de risco, antes de adquirir as cotas.

Uma dica é estudar os relatórios de BDRs de analistas das principais corretoras de valores. Ficar atento às notícias do mercado financeiro também pode ajudar na decisão de comprar ou vender um ativo.

Vale alertar que os BDRs são investimentos de renda variável, cujo valor das cotas oscila para cima e para baixo em todos os dias de negociação.

Fique sempre atento aos riscos das empresas e setores escolhidos para não ser surpreendido com movimentos bruscos nos preços dos BDRs.

Altas e baixas são comuns em investimentos de renda variável como BDRs de ações e BDRs de ETFs (fundos listados).

BDR paga dividendos?

Sim, a exemplo do mercado de ações locais, os BDRs também podem distribuir os lucros (dividendos) aos investidores.

Há BDRs que pagam dividendos trimestrais, semestrais e anuais. Eventualmente, o investidor também poderá receber dividendos extraordinários e bonificações.

Os dividendos são tributados em seus países de origem (exemplo: EUA) e são pagos de forma líquida no Brasil pelos bancos responsáveis pela custódia.

O aviso sobre pagamento de dividendos é publicado regularmente no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Como declarar BDR no Imposto de Renda?

Como todo investimento de renda variável no Brasil, o aporte de recursos em BDRs e o recebimento de dividendos de BDRs devem ser devidamente informados na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).

Se você tem BDRs compradas no ano passado ou já as tinha antes disso, mas não as vendeu no ano passado, é preciso declarar os seus valores na ficha:

“Grupo 04 – Aplicações e Investimentos”

“Código 04 -Ativos negociados em bolsa no Brasil (BDRs, opções e outros – exceto ações e fundos)”

Mas atenção, o valor declarado deve ser o custo pago pelo investidor pelos BDRs, mesmo que o valor atual em Bolsa seja maior. Exemplo, se você comprou gradualmente os BDRs, terá que calcular o preço médio desses ativos antes de declarar os valores.

No campo “Discriminação”, escreva a quantidade de BDRs, o nome da empresa (se for BDR de ações) ou o nome do fundo (se for BDR de ETF), com os respectivos códigos, e o nome da corretora ou plataforma de investimentos.

No item “Situação” preencha os valores investidos no BDR especificado.

Se você vendeu as suas cotas ou parte delas com lucro, como não há isenção de IR para ganhos de capital sobre as vendas de BDRs, você deverá preencher os ganhos obtidos em vendas de BDRs em “Renda Variável – Operações Comuns/DayTrade”.  

Caso tenha recebido dividendos de BDRs ou de BDRs de ETFs no ano corrente, você deve preencher o valor em “Rendimentos tributáveis recebidos de PF/exterior” por meio do Carnê Leão disponibilizado no site do E-CAC.

Leia também: Como declarar ETFs no IR?

O uso do Carnê Leão é o mais adequado para os contribuintes. Os cálculos dos valores podem ser feitos lá e lançados mensalmente.

A vantagem do Carnê Leão é que ele calcula o imposto pago no exterior e a compensação do imposto no Brasil.

Para entender essa questão, vale lembrar que no caso dos EUA, existe um acordo de tributação com o Brasil.

Em resumo, você não precisará pagar nenhum centavo a mais de tributos sobre dividendos. Afinal, lembre-se que você já foi descontado em 30% de IR e mais 3% a 5% das taxas cobradas por custodiantes.

Por outro lado, se o ativo é de outro país que não tenha retenção de imposto sobre dividendos ou a alíquota de IR é menor que a praticada no Brasil (exemplo, um paraíso fiscal), você terá que pagar a diferença do imposto. Essa diferença também é calculada pelo Carnê Leão.

Invista com mais eficiência com a Grana Capital  

O aplicativo Grana Capital te ajuda a investir melhor os seus recursos. Por meio da plataforma interativa você poderá pesquisar sobre BDRs e outros investimentos negociados na Bolsa (B3).

O Grana faz o diagnóstico da sua carteira, monitora indicadores financeiros, monitora riscos e acompanha o pagamento de dividendos.

Além disso, o aplicativo Grana Capital calcula e declara de forma automática todos os seus investimentos em bolsa de valores: BDRs, BDRs de ETFs, ações, fundos imobiliários, fiagros, fundos de infraestrutura, opções, termo, mercado futuro (ex. mini de índice e mini de dólar).

Com o Grana, você economiza tempo em sua vida. Faça sua Declaração do Imposto de Renda dos investimentos da bolsa em minutos, o que você levaria dias e até meses para terminar.

Para mais informações sobre o cálculo do IR, leia o texto do Grana News: Cálculo do Imposto de Renda: Guia completo

Precisa de ajuda com o Imposto de Renda de investimentos na Bolsa, baixe agora o aplicativo Grana Capital para Android ou IOS.

Conclusão 

Os BDRs ou Brazilian Depositary Receipts são recibos de ativos internacionais negociados na Bolsa brasileira.

Esse tipo de investimento é considerado uma das alternativas para a diversificação de parte dos recursos dos brasileiros em ativos no exterior.

Os BDRs são considerados seguros por causa de sua estrutura regulatória e são fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os ativos são custodiados (guardados) por grandes bancos com a supervisão da B3 e da CVM.

Mas da mesma forma que outras aplicações financeiras, o aporte em BDRs e recebimento de dividendos devem ser devidamente informados à Receita Federal na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF).

Conte com o aplicativo Grana Capital para te ajudar com o cálculo e a Declaração dos BDRs. Ganhe tempo na sua vida, e faça a sua Declaração de Investimentos em minutos, o que você poderia levar horas ou dias até terminar.    

Fontes de conteúdo: B3, Grana Capital e Receita Federal

Leia mais:

Imposto de renda day trade: entenda como funciona

É possível fazer compensação de perdas em ações? Veja aqui

Isenção do IR em ações: o que todo investidor precisa saber

Como declarar bonificação de ações no Imposto de Renda

Como declarar fundo de infraestrutura no Imposto de Renda

Entenda como declarar Fiagro no Imposto de Renda

Como declarar BDRs no Imposto de Renda?

Como declarar Imposto de Renda atrasado?

CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é Suno-7-1024x237.png

Edição de texto e visual da página: Ernani Fagundes, jornalista especializado (MBA da B3) em informações econômicas, financeiras e de mercado de capitais.

Grana News é a página de conteúdo informativo do aplicativo Grana Capital, parceiro da B3 para ajudar os investidores com o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

CLIQUE AQUI ou abaixo para baixar o aplicativo Grana:

Ir da bolsa em 5 minutos. Veja a Declaração Pre-preenchida Grana, app indicado pela B3.